MINHA VIDA DE PEÃO DE TRECHO - SUAPE - PERNAMBUCO

Minha vida de peão de trecho - Pernambuco – SUAPE – greve... e perdas

Estamos viajando em um voo tranquilo, com destino a Recife, e estamos sobrevoando as praias maravilhosas... de Porto das Galinhas... e dentro de 5 minutos estaremos pousando no aeroporto de Guararapes, senhores passageiros, seu encosto de sua poltrona na vertical e afivelem seus cintos... são os últimos recados de nossa comissária que dá as boas vinda a Recife...

Naturalmente, o motorista está com a placa com o nome da empresa na qual presto serviços e assim que o vejo, me dirijo a ele e me apresento...

Seguimos em direção a Cabo de Santo Agostinho, pois onde ficaremos hospedados num alojamento da empresa, e como já estamos nos horário de almoço, já nos dirigimos para o restaurante onde nos esperam nossos colegas de trabalho, pois hoje é um sábado e possivelmente na segunda estarei fazendo o meu curso de integração...

Assim apreciamos o delicioso “self servisse” do restaurante simples mas com almoço decente, afinal a nossa chegada sempre o almoço o jantar de boas vinda é sempre requintado, mas com certeza isso é apenas no primeiro dia ou na primeira noite...

Com certeza essas boas vindas de praxe é para compensar que vamos morar todos juntos numa casa simples, com um quintal enorme que com certeza temos alguns amigos que podem ser perigosos... mas com certeza não serei eu o herói de querer queimar ou roçar esse mato todo...

Mas como já fui lavrador, só de olhar o mato e a maneira de que ali por anos nunca teve alguém para cuidar, e na semana seguinte contratamos alguém para cuidar do quintal pois o perigo ronda a casa, além de ratos enormes pela rua demonstra que a prefeitura não aplica veneno há muito tempo na região...

Assim escolho o quarto da frente e a cama da esquerda pois detesto escuro e não gosto de ficar sem ar no meu quarto, naturalmente vivo trabalhando no trecho há mais de 40 anos e já convivi com tantos que adoram tomar banho, mas deixam seus sapatos e suas meias com odor de rato morto embaixo de suas camas...

Ali já de antemão o meu amigo de quarto que era no começo turrão e como nosso Coordenador não tinha interesse de melhorar e nem mesmo de reclamar e daí estaríamos sujeitos a viver por ali mesmo... e que teríamos uma van para nos levar e nos trazer da obra, pois o veículo leve ficaria com nossos colegas de compras e de recursos humanos que teriam maior necessidade e veículos leves para sua locomoção rápida e assim como o nosso supervisor que exigiu que o nosso coordenador tomasse a frente e solicitasse um veículo leve, afinal éramos dois engenheiros e dois técnicos...

Enfim definiram que teríamos essa mordomia, mas como nosso Coordenador devido à idade e não ter renovado a carta não poderia dirigir, como eu também tenho a mania de andar acima da velocidade média permitida, e como a empresa definiu quem fizesse algo errado teria que pagar as multas de seu próprio bolso, preferi não dirigir de modo algum o veículo da empresa...

Passamos dois meses e meio sem poder entrar na obra, devido à greve e com problemas de decisão da contratante e das empresas maiores de não acatarem a proposição do sindicato e dos profissionais tivemos que ficar trabalhando no alojamento, e aproveitamos para sugerir que o serviços fossem feitos em outras bases da empresa para que quando necessitasse das peças as mesmas já estivessem prontas e de tal forma que pudéssemos ganhar tempo dessa parada geral devido à greve....

Foram dias de marasmo total e sem nada poder fazer a não ser pensar de como resolver nossos atrasos, definimos parâmetros, procedimentos e métodos de içamento dos tanques que seriam a nossa primeira atribuição, e dimensionamos com os próprios tanques no chão, gabaritos e posicionamento dos chumbadores a serem posicionados afim de minimizar interferências durante o processo de montagem...

E assim tivemos sucesso em nossa montagem e em nosso trabalho de equipe, graças os nossos esforços de trabalho de equipe, que depois da demissão pelo cliente de nosso Coordenador tivemos que acatar um novo coordenador que não apresentava as qualidades necessárias e mal conhecia o projeto e nem dominava junto a fiscalização o planejamento da obra e de tal forma teve brigas homéricas com nosso supervisor de produção de quase saírem a tapa....

Enfim como trecheiros que somos sabemos que uma justa causa por agredir um chefe não vale a pena, e com certeza ele não tinha nem carisma e nem possibilidades de vencer barreiras impostas pelos fiscais que no final não permitiram a finalização dos nossos serviços , e eu mesmo já cansado de ver a crise da empresa em não ter proventos e nem medição possível para que sobrevivêssemos por lá preferi sair antes do que como o meu colega acabou não recebendo seus dois últimos salários e nem a indenização do direito de suas férias, aviso prévio e demais direitos de lei...

Quando voltamos de Recife me senti no direito de avisar o patrão que deveriam avaliar melhor e quando encaminhassem um Coordenador que o mesmo não apenas fosse profissional e não baba ovo de fiscal, pois isso poderia dar um prejuízo e de tal forma que tornaria inadimplente a empresa junto ao cliente final...

Fiz a minha parte de desenvolver todo o detalhamento das inspeções necessárias que fazia parte de meus trabalhos, escolhi o meu amigo para que o mesmo desse a continuidade aos meus serviços e me desliguei da empresa em caráter irrevogável, pois não havia condições e atuar com Qualidade e de tal forma que a obra seguia num marasmo de interesse do cliente, pois até a presente data a própria fábrica de gás não efetuou e nem fabricou um metro cúbico de gás liquefeito para a base de Suape...

Acredito que os meus colegas que permaneceram fizeram a sua parte, mas me senti covarde de deixá-los num barco adernando pois a incompetência não era apenas nossa, mas muito mais de quem nos fiscalizava, e por interesse de multar a nossa empresa não permitia nada fosse feito e isso for destruindo a nossa força motriz que se chama VONTADE DE TRABALHAR, que depois de 45 dias... de greve, sem poder entrar nem na empresa e não existir interesse do cliente em encerrar a greve... nos sentimos sem forças de continuar a bater e malhar ferro frio...

Somos heróis de obras que realizamos, mas nos deixa frustrados quando vemos o desinteresse do próprio cliente em finalizar no prazo e no tempo que foi devidamente planejado e nos impedem de fazermos nossos próprios serviços por incompetência de seus colaboradores que podem decidir, mas não decidem e de reunião em reunião taxam multas contratuais e ainda riem de nossa chefia por atos que não coadunam a um chefe querer brigar em sala da fiscalização numa lavação de roupa suja...

Foi onde aprendi de como não trabalhar, e dou a minha mão à palmatória de que não tive mais tesão de continuar e de tal forma foi um prazer fechar as malas pegar a minha “CACHORRINHA” e regressar ao meu lar... e com certeza que sai na hora certa para que não perdesse também a cabeça e acabasse por discutir com alguém que não pensa e nem decide corretamente, pois tem medo de decidir!!!

Hoje vemos nos noticiários tais desvios de verbas nesse empreendimento da empresa de Petróleo e Gás que está demonstrando que o nosso país é tão rico que sustenta todos os outros países emergentes que se dizem bolivarianos, que dependem exclusivamente de apoio financeiro e de obras financiadas por tal partido com o banco governamental e em que tais Tribunais de Contas da União não podem avaliar tais gastos absurdos feitos por tais maus e corruptos e corruptores que se apropriam indevidamente dos nossos impostos e ainda se julgam acima de qualquer suspeita ameaçando que se forem presos delataram todo o governo que está enterrado até a cabeça, pois nesse mar de lama não escapa um que seja congressista, governo, até mesmo alguns ministros do Supremo que estão tão devedores ao governo que dizem AMEM SENHORA PRESIDENTA!!!