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Sócrates nasceu em ano 470 antes de Cristo, filho de uma parteira, Fenareta e de um escultor, Sofronisco, em Atenas. Da tribo de Antióquia e burgo de Alopécia. De início começou a praticar a arte do pai, mas para ele parece que estava reservada a tarefa de esculpir almas, bem como fazer o parto de ideias. A esse parto de ideias deu o nome do método chamado maiêutica. Casado com Xantipa, teve ainda três filhos: Lamprocles, Sofronisco e Menéxeno. Não teve uma escola fixa, mas aprendeu com Anaxágoras, e também com Arquelau. Possivelmente teve também contato com outros filósofos, como Parmênides, Zenão, Diógenes e Górgias. Foi o único filósofo que esteve na guerra, em duas campanha, chegando em uma até a salvar Xenofonte, quando este havia caído de seu cavalo, enfrentando com bravura inimigos, que recuaram ao persegui-los. Diferente dos outros filósofos, ele não fez aquelas viagens com fim de aprendizado, mas buscava mais um autoconhecimento. No geral defendia a moral, as virtudes, o respeito a religião e aos costumes. Vivia uma vida de pobreza, muito simples, andando descalço e usando a mesma roupa, seja no verão ou no inverno. Nietzsche disse que ele era feio, da classe mais inferior e que era um decadente, o acusando ainda de ser a morte da filosofia. Ele até teve influência dos físicos, mas seu pensamento se direcionou mais para a vida comum, aos costumes, segundo Cícero. O Sócrates histórico é muito nebuloso, uma vez que os seguidores e aqueles que falaram dele inventaram em parte, um personagem, para o colocar dentro de um ponto de vista. Mesmo em Platão parece que há um desses personagens, envolvendo-se de um personagem quase lendário. Ensinava sem cobrar, por entender que o ensino da virtude e para a divindade, não mereceria cobrança. Sua máxima mais conhecida, que o que sabe é o que não sabe, tem mais a ver com o conhecimento do Ser, esse divino, do que o mero conhecimento da opinião ou cotidiano. Também o conhece-te a ti mesmo, que estava escrito em templo de Delfos. Há várias versões de Sócrates, o dos românticos, que era sonhador reacionário, místico e que seguia a Providência, preparando-se para a vinda de Cristo. Há também a versão de Sócrates de Medelsshon, iluminística, de um filósofo popular e filantropo, morto por teólogos dissidentes e sofistas. Há a versão de Sócrates do kantismo, que seria um crítico e idealista, que com sua dialética foi educador de Kant. E há ainda a versão de Sócrates de Hegel, este racionalista e subjetivista, em ruptura com a antiga fé e costumes. Mas em verdade, o Sócrates era membro do Conselho dos 500, ele tentava converter alguns a religião, como ocorreu com um tal Aristodemos, e respeitava tanto seus deveres de cidadão, que era mais admirado que os magistrados. Os dois objetivos da filosofia seriam levar até a divindade e fazer com que a alma dominasse os sentidos. Foi devido a indiferença com um tal de Crítias, tirano, condenado à morte, após uma espécie de conspiração lhe ver com alguém que corrompia a juventude, afastando estes do culto as divindades. Nessa armação, Sócrates viu até um destino, segundo a sua voz interna, ou seja, de seu daimon ou anjo. Esse anjo cumpre um papel muito importante nos ensinamentos de Sócrates, e chega até a deixar marcas físicas de sua ação. Por vezes ele entrava em um estado de êxtase, ficava paralisado, de modo que seus discípulos iam e voltavam, após horas ou dias, e reencontravam o mestre em mesmo estado. Também por essa ação “demoníaca” o condenaram pela corrupção dos jovens. Ao criticar o governo de Crítias, como alguém que cuidava das vacas e tinha cada vez menos e mais magras, acabou por tocar na ferida do poder. E sobre o tal anjo ou daimon, este guiava Sócrates a quem ele deveria ensinar, bem como como aconselhar em fazer ou deixar de fazer algo. Questionado sobre seu anjo e guia, Sócrates teria dito que as pessoas seguem agouros, presságios, oráculos, etc, e que ele dá a isso o nome de daimon. Seria o nosso anjo da guarda. Fato é que esse self verdadeiro parece ter provocado, juntamento com a ironia socrática, a aversão do mundo e seu poder. E Crítias seria um Judas, e Sócrates um Cristo. Fato é que esse anjo de Sócrates modernamente seria chamado de contato com Sírius, ou ele seria tido por médium, ou em uma canalização. Fato é que o filósofo concentrou o saber do seu tempo e instaurou a dialética, bem como colocando as bases da ética. Lançou as bases de uma pedagogia, ademais. Morreu tomando cicuta, julgado pela injustiça, mas acompanhado dos amigos.