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Filho de Cadmus e Celobulina, cidadão de Mileto, cidade da Jônia, mas originário da Fenícia, nasceu por volta de 640 anos antes de Cristo. Dedicou-se durante um tempo a vida pública, ou seja, a magistratura, a qual fez com maestria, mas que teve de abandonar, haja vista um forte desejo de conhecer a natureza. Um jovem meditativo e silencioso, chegando a escrever depois que falar muito não é sinal de inteligência. Aos vinte e três anos foi aconselhado a se casar, por sua mãe, mas este teria dito que não era nem jovem para casar, nem velho para isso, estando ainda entre esses dois extremos, onde o homem não tem tempo para escolher uma esposa. Na maturidade teria casado com uma egípcia, que teria escrito muitas coisas. Já Tales não teria escrito nada, sobrando apenas seus saberes através de uma tradição oral. Era entendido ainda em física, astronomia, geometria e muitas coisas. Contemporâneo do legislador Sólon. Com essa fome de saber, foi assim para o Egito, onde através de sacerdotes teve o conhecimento de lá disponível, possivelmente em relação aos mistérios, religião, e alguma ciência como a astronomia e a geometria, talvez secretas. O primeiro a ser chamado sábio, era um dos 7 sábios. Com ele se deu início a filosofia, por ter colocado um princípio universal na origem das coisas: a água. Contudo, em verdade essa água não se tratava daquela que bebemos, mas de uma umidade primordial, ainda esta emanava do éter. Uma água ontológica ou até mesmo metafísica. Apesar da filosofia da escola que fundou, a Jônia, ser espécie de física. Foi o primeiro a prever eclipse solar e lunar, assim demonstrando seus saberes em astronomia. Fato é que mais, previu a escassez durante um ano, de modo a comprar e fazer estoque de frutos de oliveira, lucrando posteriormente com esse “dom”. Mostra assim claro seus conhecimentos do Egito, e até mesmo ocultos ou herméticos, como o saber da astrologia, e de uma geometria de triângulos, ligada também a terra das pirâmides. Tanto que seu teorema e teorias servem para medir a altura da pirâmide, usando da sua sombra. Astrônomo tão dedicado que um dia olhando para o céu, acabou por cair em uma valeta. Põe assim em xeque o surgimento da filosofia como algo original ou mesmo um milagre grego, uma vez que o saber parece ter sido provido de outras nações. Sobre a doutrina da água, se pode inclusive observar em um papiro egípcio: No princípio era Nu, massa líquida primordial, em cujas infinitas profundidades se agitavam, confusos, os gérmens de todas as coisas”. Claro que ele retirou o mitológico dessas fontes, e usou de sua observação e racionalidade, sendo assim mesmo o fundador da filosofia, como uma coia que é distinta de outras áreas, como religião e mito. Foi o primeiro grego a ensinar que as almas eram imortais. Disse que tudo está pleno de deuses, por ver a alma misturada no universo. Isso talvez revele uma doutrina mística onde esses “deuses” são forças ou estados naturais, como sólido, líquido e gasoso. Mas saberes babilônicos e egípcios são evidentes, uma vez que não vemos filósofos fazendo previsões em dias atuais, nem possuindo sempre conhecimentos herméticos, coisa que parece estar presente em Tales. Usava a razão, mas possuía também aqueles mistérios e ensinos de sábios, e tendo um dom para preservá-lo, uma vez silencioso. Mais do que um astrônomo e matemático, ele parecia conhecer também a astrologia. De longe sua teoria parece se referir mais ao éter, chamado porém de água, onde a matéria ou terra fica flutuando, ideias também existente em mitologias, do que o elemento químico. Fundou a escola jônia e vemos semelhança de suas doutrinas em outros dois filósofos de Mileto: Anaximandro e Anaxímenes. Faleceu assistindo aos jogos no anfiteatro, tendo em homenagem um magnífico funeral na cidade de Mileto.