Fotografias reveladas, revelam quem fui/sou
Agora eu olho as fotografias que foram tiradas num passado não tão distante e é como se eu visse uma cópia retardada de mim mesma. Não que hoje eu me veja assim, como: ”oh que grande coisa me tornei”, mas… eu não sei, por um momento vejo como se aquele rosto não fosse mais como este que - ainda - tenho, como se aquele rosto não fosse o meu. Tantas escolhas erradas eu fiz, ainda sinto o gosto amargo de todas elas em minha boca. Ainda posso sentir - mesmo que por um instante - o amor que meu coração tinha por um outro alguém. Se eu pudesse… ah, se eu pudesse saber de tudo, jamais teria agido como uma pobre garota que nunca soube nada. Mas cá estou, tirando ainda mais fotografias para que, dentro de alguns poucos anos, eu venha me envergonhar de tê-las tirado, outra vez. Se fotografias falassem - e ainda bem que não falam - todos que as vissem saberiam que eu nunca soube nada sobre a vida. Ah, como eu me sinto tola, ah, como eu me sentirei tola tantas vezes mais. Eu espero que quem quer que encontre essas fotografias elogiem meu sorriso, talvez meu cabelo comprido ou as minhas pequenas mãos… Mas que nunca percebam que sempre fui uma pobre garota tola. Reconhecer minha tolice hoje me deixa em vantagem em relação àqueles tolos iludidos, que nunca reconhecerão o que são, só para não parecerem ainda mais tolos. Por um momento eu sei, que, ah, se eu não tivesse sido tão eu - nestas fotografias - eu seria quem? prefiro ser tola do que não saber quem eu sou de verdade. Graças àquilo que fui, eu sou hoje uma tola convicta, que mesmo ainda não tendo aprendido fazer todas as escolhas certas, aprendi a amar um outro alguém, que se parece comigo… Tão tolo quanto eu, mas que me ama mesmo assim. Espero tirar fotos com ele, agora, para que quando em um próximo altojulgamento, eu não me sinta tão só… Agora em todas as fotografias estará não somente o meu rosto de tola, mas o rosto dele - de tolo - também.