Confissão literária

Confissão literária

Nesses anos todos que tenho escrito poesias, nunca expressei a razão pela qual escolhi esse caminho especificamente, mesmo que, atualmente, seja tão difícil. Pois bem, a razão principal possui raízes na leitura, sempre gostei muito de ler, no entanto, raramente fui leitor de poesias. Dessa maneira, desenvolvida a escrita, decidi, de uma vez por todas, a pôr para fora (literalmente), tudo que se passava na minha cabeça, desde sentimentos até fatos (pessoais ou externos) que, se não me incomodavam, atraíam a minha atenção de alguma maneira. O aprendizado da rima remete-se à infância, pois foi um antigo hábito que eu tinha de "querer rimar tudo". Assim, no auge da minha adolescência (aos 17 anos), decidi "testar" a minha capacidade de rimar no papel. Não foi pela qualidade do trabalho, mas pela sensação que me trouxe: liberdade, sobretudo. Daquele momento até hoje, tenho escrito quase que diariamente sobre todo pensamento que se concretiza na minha cabeça. Hoje em dia, com mais experiência (mesmo sabendo da ingratidão profissional que a sociedade tem com os escritores, em razão de sua rigorosidade moderna), não me arrependo de momento algum que eu tenha passado e, jamais, concretizei qualquer intenção de desistir desse ramo. Aprendi a lidar com a situação e, de uns anos para cá (desde que decidi, de fato, a cursar História) tenho a grata intenção de unir as duas áreas, ou seja, produzir uma "historiografia poética". Com dois livros já publicados, sei que é só o começo e, uma habilidade que adquiri com o passar do tempo foi, que jamais se está sem inspiração, escrevi algumas vezes de improviso, e foi gratificante, mesmo não sendo as melhores. Dessa maneira, ainda pretendo escrever muito, de fato, precisarei atuar de outra maneira para, pelo menos, arrecadar fundos para publicar mais livros. Não há ofício mais gratificante para mim que, o fato de, literalmente, poder seguir (de longe), os passos de Heródoto (o grego antigo considerado o pai da História, que era poeta e historiador).

Marcel F. Lopes

Poeta e Historiador (UTP)

16-06-2015