Lina Bo Bardi
ACHILLINA BO BARDI
(77 anos)
Arquiteta
☼ Roma, Itália (05/12/1914)
┼ São Paulo, SP (20/03/1992)
sagitário
sagitário
Achillina Bo Bardi, mais conhecida como Lina Bo Bardi, foi uma arquiteta modernista ítalo-brasileira. Foi casada com o crítico de arte Pietro Maria Bardi e é conhecida por ter projetado o Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Lina Bo estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de 30 mas mudou-se para Milão, onde trabalhou para Giò Ponti, dono de uma casa chamada Domus. Ganhou certa notoriedade e estabeleceu escritório próprio, mas durante a II Guerra Mundial enfrentou um período de poucos serviços, chegando a ter o escritório bombardeado em 1943.
Conheceu o profissional e arquiteto Bruno Zevi, com quem fundou a revista semanal A Cultura Della Vita. Neste período Lina Bo ingressou no Partido Comunista Italiano e participou da resistência à invasão alemã em 1943.
Casou-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e à sensação de destruição, partiu para o Brasil, país que a acolheu como lar e onde passou o resto de sua vida. Em 1951 naturalizou-se brasileira.
No Brasil, Lina Bo encontrou uma nova potência para suas idéias. Existia, para a arquiteta, uma possibilidade de concretização das idéias propostas pela arquitetura moderna, da qual Lina Bo inseriu-se diretamente, num país com uma cultura recente, em formação, diferente do pensamento europeu.
Ao chegar no Brasil, Lina Bo desejou morar no Rio de Janeiro. Encantou-se com a natureza da cidade e o edifício moderno do Ministério da Educação e Saúde Pública, Edifício Gustavo Capanema, projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lúcio Costa que tiveram consultoria de Le Corbusier. Instala-se porém em São Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro.
No Brasil, Lina Bo desenvolveu uma imensa admiração pela cultura popular, sendo esta uma das principais influências de seu trabalho. Iniciou então uma coleção de arte popular e sua produção adquiriu sempre uma dimensão de diálogo entre o Moderno e o Popular. Lina Bo falava em um espaço a ser construído pelas próprias pessoas, um espaço inacabado que seria preenchido pelo uso popular cotidiano.
Os Bardi tornam-se personagens constantes na vida intelectual do país, relacionando-se com personalidades diversas da cultura brasileira. Tendo conhecido Assis Chateaubriand neste período, Lina Bo aceita o pedido do projeto da sede um museu sugerido pelo jornalista.
No final dos anos 50, aceitando um convite de Diógenes Rebouças, vai para Salvador proferir uma série de palestras. É o início de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte Moderna e fez o projeto de recuperação do Solar do Unhão. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador até 1964.
No final da década de 70 executou uma das obras mais paradigmáticas, o SESC Pompéia, que se tornou uma forte referência para a história da arquitetura na segunda metade do século XX.
Pietro Maria Bardi e Lina Bo Bardi, 1951
Esteve em Salvador ainda na década de 80, período de redemocratização do país, quando elaborou projetos de restauração no centro histórico de Salvador, reconhecido pela United Nations Educational, Scientific And Cultural Organization(UNESCO) como Patrimônio da Humanidade. Nesta ocasião os projetos para aCasa do Benin e do Restaurante na Ladeira da Misericórdia contaram com a parceria do arquiteto João Filgueiras Lima.
Lina Bo manteve intensa produção cultural até o fim da vida, em 20/03/1992. Faleceu realizando o antigo sonho de morrer trabalhando, deixando inacabado o projeto de reforma da Prefeitura de São Paulo.
(Lina Bo Bardi)
A frase mostra o estilo pessoal de Lina Bo e o seu horror à futilidade. Seus projetos, como a Casa Valéria Cirell e o SESC Pompéia, refletem essa marcante característica. Completamente antifeminista, afirmava:
Principais Obras
Além das obras de arquitetura, Lina Bo produziu para o teatro, cinema, artes plásticas, cenografia, desenho de mobiliário, entre outros. Também participou da curadoria de diversas exposições. No campo da arquitetura, entre suas obras de destaque se encontram:
- 1951 - Instituto Pietro Maria Bardi, São Paulo (Originalmente a residência do casal, o edifício é conhecido como a Casa de Vidro).
1958 - Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo (Considerada sua obra prima).
1963 - Casa da Cultura de Pernambuco, Recife (Não acompanhou as atividades da reforma do prédio, que abrigava a antiga detenção da cidade).
1976 - Igreja do Espírito Santo do Cerrado, Uberlândia, MG.
Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador.
1990 - Teatro Oficina, São Paulo.
1990 - SESC Pompéia - Fábrica.
1992 - Reforma do Palácio das Indústrias, São Paulo (Inconclusa).
1986 - Reforma do Teatro Politeama, Jundiaí (Concluído em 1996).