Maria Lenk
 
 
MARIA EMMA HULGA LENK ZIGLER
(92 anos)
Nadadora
* São Paulo, SP (15/01/1915)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/04/2007)
CAPRICÓRNIO
 
Maria Emma Hulga Lenk Zigler foi a principal nadadora brasileira, tendo sido a única mulher do país a ser introduzida no Swimming Hall Of Fame, em Fort Lauderdale, Flórida.
 
Filha de imigrantes alemães que vieram ao Brasil em 1912. Com apenas 17 anos,Maria Lenk foi a primeira atleta do Brasil a disputar uma Olimpíada. Depois foi pioneira no nado borboleta, venceu provas, quebrou recordes mundiais, lutou pela Educação Física e pelos direitos das mulheres.
 
Maria Lenk começou a nadar por causa de uma pneumonia dupla, aos 10 anos de idade. Seu pai, Paul Lenk, decidiu ensinar a filha a nadar para fortalecer o pulmão. Alemão que imigrou para o Brasil em 1912, Paul Lenk mantinha o costume de fazer exercícios. Ele foi campeão de ginástica de aparelhos em São Paulo e queria que os filhos também praticassem esportes. Maria Lenk escolheu a natação, assim como sua irmã caçula, Sieglinde, enquanto seu irmão, Ernesto, foi campeão brasileiro de basquete.
 
"Meu pai me levou para o Rio Tietê. Ele prendia meu maiô num anzol, ficava segurando a vara com uma corda do lado de fora do rio e dizia como eu devia fazer, enquanto desajeitadamente eu batia pernas e braços e bebia muita água. Mas não foi ele que inventou esse método. Todas as crianças daquela época aprendiam a nadar assim, presas por uma vara nas margens do Tietê, já que não existia piscina em São Paulo.
Naquela época, o Tietê tinha águas transparentes e ali eram realizadas competições de remo, natação e saltos. Com o tempo, a natação ganhou popularidade e os clubes resolveram criar áreas exclusivas para competições, evitando que os nadadores fossem levados pela correnteza ou atropelados por barcos do remo.

As provas mais longas aconteciam no trecho do rio que atravessava a cidade. A mais famosa era a Travessia de São Paulo a Nado, que foi criada, em 1924 pelo jornalista Cásper Líbero, o mesmo que criaria depois a Corrida de São Silvestre, em 1925. Por causa da poluição, a Travessia de São Paulo a Nado foi extinta em 1944.
Eu só comecei a participar da travessia nos anos 30, quando ela tinha patrocínio do jornal A Gazeta e até rendia fotos no jornal. Como atleta do Clube de Regatas Tietê, venci quatro anos seguidos, de 1932 a 1935, até que me mudei de São Paulo e não fiz mais aquela prova. Quem ficou no meu lugar no alto do pódio foi Sieglinde, minha irmã. No masculino, o vencedor da travessia todos os anos era João Havelange. Somos amigos desde aqueles tempos."
 
A travessia, com percurso de cerca de sete quilômetros, acontecia sempre no último domingo do ano e milhares de pessoas iam para as margens do rio assistir à prova. Era o maior evento esportivo da cidade, mas nem tudo era perfeito. Quando chovia, as águas ficavam barrentas e alguns animais mortos por afogamento passavam boiando. Maria Lenk chegou a contrair tifo em função dos treinamentos e competições nestas águas.
 
 
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Preconceito e Superação
 
Dentro da comunidade alemã, havia muito incentivo para a prática de esportes e de ginástica e para cuidar do corpo e da saúde. Mas fora da comunidade, ser atleta causava muito estranhamento. Maria Lenk foi morar em Amparo, interior de São Paulo. Ela já tinha ido a dois Jogos Olímpicos e era famosa. Mas, mesmo assim, foi excomungada pelo bispo local por causa do seu maiô.
 
"Tinha acabado de me formar em Educação Física. Não conseguia trabalho no Rio de Janeiro, nem em São Paulo. Me mudei para Amparo, onde consegui uma vaga de professora. Ao chegar lá, descobri que não havia piscina pública. Mas não desanimei e acabei convencendo um clube local a reformar sua piscina e motivar as crianças da cidade a aprenderem a nadar. A natação contagiou Amparo e encheu a piscina de gente de todas as idades. O bispo não aguentou ver tanto maiô e calção e me acusou de péssimo exemplo para a sociedade amparense. Uma pecadora. Acabei sendo excomungada."
 
 
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A Primeira Olimpíada: Los Angeles
 
No início da década de 30, Maria Lenk se destacou num campeonato interestadual e foi convidada para participar dos Jogos de Los Angeles. A delegação tinha 82 atletas e ela era a caçula, com 17 anos e a única atleta feminina. Ela viajou sem os pais, numa época em que a presença feminina em Olimpíadas ainda era interpretada como ameaça aos valores morais. A viagem durou seis semanas e os atletas ficaram este tempo todo sem treinar. "Não fez diferença, porque não sabia mesmo o que era treinamento. Mas aprendi lá", dizia.
 
Quando retornou dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, Maria Lenk recebeu inúmeras críticas por não ter trazido nenhuma medalha. A importância desta participação só seria reconhecida anos depois. Ela participou das provas de 100m livres, 100m costas e 200m peito. Nesta última obteve seu melhor resultado: oitavo lugar. Para quem só tinha participado de competições no Tietê e um interestadual, não foi nada mal.
 
"Lá conheci grandes campeãs e vi como elas treinavam. Nós, mulheres, ficamos todas juntas em um hotel de luxo. Os homens ficaram na Vila Olímpica, a primeira da história dos Jogos. O Brasil estava vivendo um período difícil. A delegação desembarcou em meio à Revolução Constitucionalista de 1932. Os atletas da delegação brasileira não voltaram como heróis, mas todos voltaram mais experientes e com muita vontade de treinar e representar bem o país em outras oportunidades."
 
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Uma Nova Chance: Jogos Olímpicos de 1936
 
Para esta competição a delegação viajou de cargueiro para a Alemanha com seis mulheres. Os organizadores construíram um tanque que servia de piscina no convés, para que os atletas treinarem. O tanque era muito pequeno e não permitia que dessemos mais de duas braçadas.
 
"Nosso técnico, Carlito, Carlos de Campos Sobrinho, teve uma ideia: com uma corda ele amarrava a gente na borda. Assim, eu podia nadar sem sair do lugar. Mas as ondas fortes faziam com que eu fosse lançada contra as paredes do tanque. Treinar ali era uma aventura."
 
Mais uma vez os resultados não foram os esperados. Maria Lenk engordou um bocado por causa das seis refeições diárias do navio e não passou das provas semifinais. Mas naquela competição ela começava a escrever seu nome em âmbito mundial: Maria Lenk entrou para a história por ser a primeira mulher a nadar borboleta, estilo que aprendeu lendo uma revista alemã.
 
"Minha mãe insistia para que a gente aprendesse alemão. Ela importava revistas alemãs para que eu e meus irmãos pudéssemos praticar o idioma. E foi numa dessas revistas que fiquei sabendo que o nadador John Higgins criara uma nova maneira de nadar peito.
Até então, o regulamento do nado de peito na época dizia que os braços tinham que ir simultaneamente de frente para trás e de trás para frente, mas não dizia se era por dentro ou por fora d'água. O campeão de natação americano John Higgins tirou vantagem disso e levou os braços por fora d'água, dando origem ao nado borboleta. O estilo só ganharia provas próprias nos Jogos Olímpicos de 1956.
Eu comecei a fazer a mesma coisa e, então, nos Jogos de Berlim, ele era o único homem e eu a única mulher a nadar o que seria, hoje, o borboleta. Mas eu estava pesada e não fui bem nas provas como era de se esperar. Pouco antes dos Jogos cheguei a bater um recorde mundial nadando borboleta, mas ele não foi homologado."
 
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Os Recordes e a Decepção
 
Segundo Maria Lenk, disputas políticas entre a Confederação Brasileira de Desportos e a Federação Brasileira de Natação fizeram com que a primeira não reconhecesse seu tempo. Mas, em 1939, ela superaria essa mágoa e corrigiria este erro, batendo dois recordes mundiais. Em 11 de outubro, fez a melhor marca do mundo nos 400 metros nado peito, na piscina do Botafogo, com o tempo de 6m15s80. Pouco depois, em 8 de novembro, na piscina do Fluminense, bateu o recorde mundial dos 200 metros peito, com o tempo de 2m56s.
 
"Com certeza, naquela época, eu estava no auge de minha condição atlética. Me preparava para os Jogos Olímpicos de 1940 e poderia ter vencido se eles não tivessem sido cancelados. Mas a Segunda Guerra acabou com esse sonho. Essa foi a maior decepção da minha vida. Meu tempo nos 200 metros nado peito foi melhor até do que o recorde brasileiro masculino, que era de Antonio Laviola, com 2m59s. Nunca me conformei com o cancelamento destes Jogos Olímpicos."
 
Depois disso, Maria Lenk resolveu encerrar sua carreira de atleta e dedicou seu tempo à família e aos livros. Mas nem por isso abandonou o que mais amava. Além da carreira acadêmica, ela escreveu vários livros sobre natação e voltou a competir, na categoria Masters.
 
Maria Lenk continuou competindo e vencendo. Na categoria de 90 a 94 anos, Lenké dona de três recordes mundiais do nado de peito, obtidos no fim de 2005: o dos 50 metros (1m25s91), o dos 100 (3m12s88) e o dos 200 (6m57s76).
 
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Sempre Pioneira
 
Em 1939, a nadadora também ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física na antiga Universidade do Brasil, da qual foi a primeira Diretora.
 
"Eu já tinha participado de grandes torneios e tinha muita experiência. Fui então convidada a co-participar da fundação da Escola de Educação Física da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A equipe teve bastante reconhecimento e eventualmente me mandavam para a Alemanha buscar informações sobre instalações esportivas mais modernas, para serem construídas na Universidade, na ilha do Fundão. Tenho muito orgulho de ter participado deste processo. Todas as instalações de Educação Física que lá estão foram uma obra minha, até as árvores eu ajudei a plantar."
 
Ela foi também a primeira mulher a participar do Conselho Nacional de Desportos, na década de 60, e a primeira mulher da América do Sul a entrar para o Swimming Hall Of Fame, em Fort Lauderdale, Flórida.
 
Pioneira também na defesa do esporte feminino, Maria Lenk foi presença marcante na CPI da Mulher, em 1977. Ela foi uma das 39 personalidades dos mais diversificados setores ouvidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para examinar a situação da mulher em todos os ramos de atividades. O colegiado promoveu estudos e audiências públicas, de março a outubro de 1977, para verificar até que ponto a legislação vigente à época contribuía para manter a posição de inferioridade atribuída à mulher e em que pontos deveria ser alterada.
 
Em seu depoimento, realizado no dia 25 de agosto, Maria Lenk, então com 62 anos, lamentou a baixa participação das mulheres nos esportes no Brasil e disse que havia discriminação. Para ela, a prática desportiva poderia ser uma forma de luta contra as barreiras impostas pelo preconceito.
 
"Se a posição da mulher na Educação Física e no esporte no Brasil ainda deixa muito a desejar, isso é conseqüência do conceito geral que se tem da mulher e da posição que se quer dar a ela na sociedade. O modelo de mulher é o de uma criatura frágil, submissa, muito humilde e dependente, incapaz de cuidar de si mesma e de se defender."
 
Na CPI, Maria Lenk defendeu a união de homens e mulheres esclarecidos para a adoção de medidas gerais para uma modificação na forma de se julgar o papel da mulher em todas as esferas.
 
Ao final dos trabalhos, a CPI da Mulher concluiu que era indisfarçável a existência da discriminação contra a mulher em quase todos os setores de atividade humana que compõem o mecanismo da sociedade brasileira. O relatório final propôs alterações legislativas nos mais diversos âmbitos, especialmente no trabalhista, para garantir a igualdade de tratamento entre homens e mulheres.
 
Dentre as recomendações feitas aos poderes constituídos, há uma que responde às reivindicações da premiada nadadora: o relatório sugere revogar as determinações vigentes que limitam, quanto à mulher, as modalidades de esporte que pode praticar. E assegurar e mesmo estimular a presença de mulheres nas direções dos órgãos desportivos brasileiros, escolhendo para tais missões, ao lado dos homens, aquelas que notoriamente estão capacitadas a oferecer ao país importante contribuição nesse setor.
 
Em 2003, após três anos de pesquisas, lançou o livro "Longevidade e Esporte", que mostra os benefícios trazidos pela prática de esportes. Antes deste, ela já havia publicado vários livros, entre eles, "Braçadas e Abraços" (1986), "Natação Olímpica" (1966), "Organização de Educação Física e Desportos" (1943),  "Natação" (1942).
 
Troféu Brasil de Natação passou a se chamar Troféu Maria Lenk. O evento, que aconteceu entre os dias 1 e 6 de maio, no Rio de Janeiro, foi a última seletiva para os Jogos Pan-Americanos de 2007.
 
Considerações e Legado
 
"Quando eu era jovem, existia a Lei do Amadorismo que determinava que nós, atletas, não podíamos ganhar dinheiro com o esporte. Não se podia receber nem mesmo roupas especiais. Tínhamos que devolver os uniformes após a competição. Era feio receber dinheiro. Era um amadorismo muito severo e treinávamos por amor ao esporte. Agora os jovens podem ter patrocínios, uma grande vantagem para continuar a carreira esportiva. O treinamento também era exaustivo. Os estilos de então eram diferentes do que se faz hoje, exatamente porque não se tinha conhecimento maior dessas técnicas de natação. Hoje, a natação brasileira está muito bem informada, com técnicos preparados e com experiência internacional.
Enquanto Deus me der saúde, vou continuar nadando. As pessoas têm que entender que ao atingir certa idade, não podem ficar apenas vendo televisão ou descansando na cadeira de balanço. Nado, todos os dias, 1.500 metros."
 
Em uma de suas últimas entrevistas, ao ser interrogada sobre as homenagens que a Organização do RIO 2007 iria fazer para ela respondeu:
 
"Fiquei emocionada e achei um exagero, mas se eles acharam que eu merecia, fico feliz. Eu pretendo estar lá na inauguração. Pois vi a piscina sem água e quando estiver cheia, eles querem que eu seja a primeira pessoa a nadar no local."
 
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Morre Maria Lenk, Exemplo Que Se Torna Mito
 
Era uma manhã como todas as outras na piscina do Flamengo, na Gávea, Rio de Janeiro. Mais uma vez estava ali a nadadora Maria Lenk, mito do esporte brasileiro, para os seus dois quilômetros de braçadas diárias.
 
O dia 16/04/2007 começou como sempre na piscina do Flamengo. Por volta das 10:00 hs, cerca de 30 alunos da turma de Masters do clube treinavam e Maria Lenk nadava com desenvoltura. O técnico de pólo aquático do clube, professorAntônio Carlos Canetti (CREF 006766-G/RJ), ocupava a mesma raia. "Ela chegou às 9:30 hs, nadou 25 minutos num ritmo impressionante. Depois soube que treinava para uma competição", explicou.
 
À certa altura, Antônio Carlos Canetti percebeu que Maria Lenk mantinha sua cabeça curvada, dentro d'água. "Pensei que estivesse se alongando. Eu então me aproximei e a vi bebendo água", contou Canetti.
 
O salva-vidas e o médico do clube prestaram os primeiros-socorros. Maria Lenkrecebeu oxigênio e foi levada de ambulância para o Hospital Copa D'Or, onde deu entrada às 11:02 hs. Estava inconsciente, com insuficiência respiratória e quadro compatível com choque circulatório.
 
Lenda viva da Educação Física e do esporte nacionais, Maria Lenk faleceu às 13:00 hs., no momento em que os médicos se preparavam para uma cirurgia de emergência.
 
 
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Depoimentos
 
"Foi uma perda muito grande. Ela acompanhou grande parte da minha carreira profissional e me deu bons conselhos quando decidi passar uma temporada nos Estados Unidos. Fico feliz por ela ter sido homenageada ainda em vida, dando seu nome ao parque aquático que está sendo construído para o PAN."
(Gustavo Borges - Ex-nadador)
 
"Todos no Flamengo admiravam sua vontade de treinar. Era algo que emocionava e inspirava. (...) Ela era como um anjo para todos nós. Uma pessoa que marcava com seus brilhantes olhos azuis e que estava todos os dias na piscina do Flamengo. Vamos sentir uma saudade muito grande."
(Vereadora Patrícia Amorim)
 
"Ela deixou as muletas ali e nadou 1.500 metros. Teve imenso prazer com a natação, não se importando com a idade."
(Cláudia Coutinho, que treinava com ela, sobre quando Maria Lenk quebrou o fêmur em 2006)
 
"Minha mãe começou a nadar aos 72 anos, depois que conheceu Maria Lenk aqui no Flamengo."
(Elaine Romero, nadadora)
 
"Estivemos juntos nos Jogos de Los Angeles, em 1932, e também em Berlim, quatro anos depois. Ela foi uma querida irmã, atleta inesquecível, eficientíssima, que entra para a história dos grandes nomes que deram ao Brasil momentos de glória e respeito internacional. É com grande tristeza que a vejo partir, mas fica o exemplo para as futuras gerações."
(João Havelange - Presidente de honra da Fifa)
 
"É o maior nome da natação brasileira. Uma mulher guerreira, determinada, que cumpriu sua missão com galhardia. A professora Maria Lenk, tenho certeza, está agora num lugar acolhedor, em paz."
(Coaracy Nunes - Presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos)
 
"Uma perda irreparável por tudo o que ela representa. Este é um momento de luto."
(Carlos Arthur Nuzman - Presidente do  Comitê Olímpico Brasileiro)
 
"Maria Lenk foi mais que uma pioneira. Foi um exemplo da garra e da coragem das mulheres brasileiras. Fez e marcou a história do nosso Brasil. Viveu abrindo caminhos e deixou o melhor legado: o de que o impossível não existe. Assim será lembrada."
(Deputada Roseana Sarney)
 
"Tomei conhecimento, com tristeza, da morte da extraordinária nadadora brasileira Maria Lenk. Às vésperas da realização dos tão esperados Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, o Brasil perde um de seus maiores ídolos no esporte. Maria Lenk foi a primeira nadadora brasileira e sul-americana a participar de uma Olimpíada - a de Los Angeles, em 1932. Recordista mundial, entrou para o Hall da Fama da Federação Internacional de Esportes Aquáticos e, aos 92 anos de idade, dava exemplo a todos nós, competindo e ganhando títulos na categoria Master. Deixo o meu carinho e solidariedade à família e aos amigos de Maria Lenk. E que ela, de onde estiver, ilumine os nossos atletas no PAN."
(Luis Inácio Lula da Silva - Presidente do Brasil)
 
 
Maria Lenk foi a primeira nadadora brasileira a estabelecer um recorde mundial e deu ao Flamengo diversos importantes títulos. Ela foi uma precursora. Sua vida como atleta serve de base para toda a história do esporte olímpico feminino brasileiro. Das 76 medalhas olímpicas do Brasil, as mulheres têm 10 e foi Maria Lenk quem abriu este caminho para o esporte brasileiro ao ser a primeira brasileira a ir a uma Olimpíada, a de Los Angeles em 1932.
 
Ela entrou para o Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (Fina) em 1988. No mesmo ano foi homenageada com o Top Ten da Fina, por ser uma das dez melhores atletas Masters (masculino e feminino) de natação no mundo.
 
Em 2004, Maria Lenk recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva na cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico, destinado aos melhores atletas do ano.
 
No dia 12/02/2007 ela foi homenageada pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que deu seu nome para o Parque Aquático que estava sendo construído no autódromo do Rio de Janeiro para receber as provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais nos Jogos Pan-Americanos.
 
"Ao chegar lá, descobri que não havia piscina pública. Mas não desanimei e acabei convencendo um clube local a reformar sua piscina e motivar as crianças da cidade a aprenderem a nadar!"