MEIMEI

MEIMEI

IRMA DE CASTRO ROCHA

“Mantenha uma atitude vitoriosa”! Quando você olha para uma pessoa curvada e triste, perde a confiança, porque verifica que está abatida e preparada para uma derrota. Não deixe que ninguém pense isso a seu respeito! Mantenha-se de cabeça erguida, confiante e risonho, e todos confiarão em você. “Irradie força e entusiasmo até por meio da atitude de seu corpo”.

(Carlos Torres Pastorino).

Se fizermos uma pergunta: você sabe quem é essa personalidade que está acima epigrafada? Poucos responderão com certeza. Com o passar de minha narrativa vocês tomaram conhecimento de imediato. Espírito amoroso, bondoso, carinhoso e culto, que tem se dedicado à assistência da infância. Seu nome era Irmã de Castro Rocha. Viveu de 22 de outubro de 1922 à 1º de outubro de 1946. Exatamente 24 anos de idade Em Mateus Leme onde nasceu, falecendo em Belo Horizonte, vitimada por uma nefrite crônica. Durante toda a infância Irmã de Castro teve problemas em suas amídalas. Tinha sua região gútlea toda marcada por injeções. Com o tratamento que fez conseguiu uma breve recuperação. Seu estado de saúde teve complicações logo após o casamento, voltando a apresentar o quadro anterior. Submeteu-se a uma cirurgia para extração das amídalas.

Um erro médico ou um descuido fez com que, um pequeno pedaço dessas glândulas, ainda ficasse em seu corpo, surgindo daí todo drama que viria a enfrentar, pois o quadro complicou-se com o surgimento de perturbações renais que culminaram com o aparecimento de alterações na pressão arterial e craniana. Devido à hipertensão, passou a aparecer complicações oculares, ela foi perdendo progressivamente a visão tendo que ficar dia e noite em um quarto escuro, sendo que nos dois últimos dias de vida, já estava quase sem enxergar. Primeiro perdeu a visão total de um olho, depois ficou totalmente cega. Durante os últimos dias de vida, o sofrimento aumentou. Havia necessidade de fazer exames periódicos de urina, sangue e punções na medula, segundo Arnaldo Rocha, seu marido, Irmã de Castro Rocha viveu esse período com muita humildade, resignação e paciência. Espírito altamente amoroso, bondoso e culto, que se tem dedicado mais particularmente à assistência à infância, manifesta-se, quase sempre, inundando o ambiente em suave e delicioso aroma de flores, mais particularmente rosas. Quando em vida, manifestou precocemente acentuada inteligência, modéstia, amor às letras e meiguice, era de uma beleza invulgar. Tinha quatro irmãos: Alaíde, Ruth, Carmem e Danilo e ficou órfã de pai (Senhor Adolfo Castro) com apenas 5 anos. Sua mamãe era dona Mariana de Castro. Apesar de seu enorme talento e amor pelos estudos, por motivo da doença, teve de abandonar o Curso Normal no segundo ano na Escola Normal de Itaúna. Mais tarde, com sua irmã Alaíde, transferiu-se para Belo Horizonte para trabalhar e lá conheceu seu futuro esposo, Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, apesar de muito desejar um filho que lhe viesse abençoar o lar, não foi possível. Tendo lido um romance, onde o personagem chinês tratava sua mulher e companheira pelo nome de Meimei que quer dizer (“Amor Puro”), passou a tratá-la assim o marido e esse também assim a tratava na intimidade. Este aspecto ficou somente no conhecimento dos dois, marido e mulher. A doença não estagnava o problema que muitas vezes antes nos rins (nefrite) irrompeu com muita força, a ponto de lhe cegar uma das vistas, ela desencarnou, dois anos após o enlace, como foi aposto nas entrelinhas deste artigo. Bastante abatido com a morte da esposa, Arnaldo Rocha procurou a Francisco de Paula Cândido Xavier, e este, que morava na cidade de São Leopoldo, recebeu uma mensagem dela em que assinava Meimei, fato que todos ignoravam, já que este nome carinhoso só era do conhecimento do casal. Arnaldo tornou-se a partir daí um verdadeiro colaborador de Chico Xavier fundando o Centro Espírita Meimei em homenagem a esposa desencarnada.

Muitas nuanças e fatos são relatados envolvendo a interferência amorosa de Meimei, que diversas vezes foi vista pelos médiuns, vestida de noiva, com a invulgar beleza que lhe era peculiar. Em 3/8/1977, Meimei psicografou pelas mãos de Chico Xavier, 7 páginas apoiando ( ainda por editar na época) do espírito de Monteiro Lobato, recebida pela médium Marilusa, da qual carinhosamente se serviu para ditar o livro Retalho do Morro. Dado seu carinho com a China, ainda dedicou à forma de ilustrar a obra, Retalho do Morro, com uso de sombras (arte milenar chinesa), orientou quanto à utilização das figuras para avaliação do aprendizado das crianças. Quando em vida, tornou-se figura simpática na sociedade itaunense e por onde quer que fosse, era alvo de admiração de todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse. Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos seus dotes físicos. Profundamente carinhosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de estímulo e carinho. Pura, no seu modo singular, simples no proceder, não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de imensamente bela. Existem muitos livros ditados por Meimei através de Chico, entre eles: Pai Nosso, Amizade, Palavras do Coração, Cartilha do Bem, Evangelho em Casa, Deus aguarda e Mãe. Que |Jesus possa abençoá-la sempre para que ela continue seu maravilhoso trabalho e que todos nós possamos continuar merecedores de sua companhia e de seus ensinamentos. Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de livros psicografados por Chico Xavier de saudosa memória, e, no entanto tão pouco conhecida pelos testemunhos que teve de dar em vida, Irmã de Castro, seu nome de batismo; foi um exemplo de resignação, ante a dor, ao sofrimento, que lhe ceifou todos os prazeres, que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças.

Se casamento durou apenas dois anos, pois veio a desencarnar com 24 anos de idade, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica. Um fato interessante, aproximadamente cinqüenta dias após a desencarnação de Irmã, Arnaldo Rocha, profundamente abalado e consternado acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, desciam a Avenida Santos Dumont, Em Belo Horizonte, quando Arnaldo avistou o médium Chico Xavier. Rocha não era espírita fora apresentado ao Chico muito rapidamente há dez anos atrás. O que aconteceu ali, naquele momento, mudou completamente a vida de Arnaldo; “Chico olhou e disse: ‘Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, cheio de saudades da querida Meimei”.

Afagando-o com a ternura que lhe é própria, foi dizendo: deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira. Chico lhe disse: “Nossa querida princesa Meimei quer me falar”! E, naquela noite em reunião mediúnica realizada na casa de amigos espíritas de Belo Horizonte, deixou sua primeira mensagem psicografada. E, com o passar do tempo e dos anos, Chico Foi revelando aos mais chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra “Entre o Céu e a Terra”, André morava na cidade espiritual “Nosso Lar”; afirmou também, que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena, que Emmanuel descreve no romance “Ave Cristo”, e que viveu no terceiro século depois de Jesus Cristo. Meimei se materializou para Chico Xavier e nesta materialização Chico dizia: era Meimei, olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado, levantei-me para abraçá-la e senti o bater de seu coração espiritual. Chico fala da irmã e tem um carinho muito especial por ela. Seu apelido “Meimei”, agora tão venerado como de um conhecido “Espírito de Luz”, foi lhe dado carinhosamente por se marido Arnaldo Rocha. Era uma agradável tarde de sábado e estávamos na ecumênica área da casa do Chico, quando alguém disse: Chico, fale-nos sobre Meimei. Sua fala mansa e agradável começou a penetrar-nos os ouvidos: É um Espírito que tem trabalhado muito. Lembro-me quando ela precisou encaminhar seu ex-esposo que andava muito triste, para o segundo matrimônio.

Quando a data do casamento chegou, ela começou a sentir um pouco de ciúmes e desejou voltar para junto dele. “Como esposa, não dá mais tempo”. Mas, como sua filha, ainda pode, a pensou. Fez a solicitação, mas por sorte ou azar dela, seu requerimento foi parar nas mãos do nosso caro Emmanuel. “Ele a chamou e disse: suas horas de dedicação e trabalho falam mais alto, a seu favor”. A senhora tem méritos suficientes para nascer como filha de seu esposo, mas por que, então, a senhora sensibilizou tantos corações com suas mensagens, levantando creques e lares de crianças? Deseja deixar o trabalho sobre os ombros dos companheiros e voltar a Terra por uma simples questão de ciúmes? Posso encaminhar seu requerimento às autoridades espirituais Superiores, mas quero que a senhora fique bem certa de ele vai sair daqui com o primeiro não meu. Desde então Meimei desistiu da idéia e ficou no Mundo Espiritual, graças a Deus. Encerrando esta matéria com muito orgulho, por se tratar de um Espírito de Luz quero colocar ao dispor dos senhores uma mensagem dela psicografada por Francisco Cândido Xavier intitulada “Confia Sempre”.

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que teus pés estejam sangrando,

segue para frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na Terra,

Mas, o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos,

porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente

o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.

Não te esqueça, porém, de que amanhã será outro dia.

Por Meimei. Psicografia de Chico Xavier. Que deus abençoe os dois. O que no mundo espiritual onde estão sejam felizes por suas grandes obras executadas no orbe terrestre. Assim seja.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-ESTUDANTE DE JORNALISMO

ACADÊMICO DE LETRAS DA ALOMERCE

OFICIAL SUPERIOR DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 05/06/2007
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