Tikrit, 28 de abril de 1937 — Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político eestadista iraquiano;
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti
( 1937- 2006)
Presidente iraquiano (1979-2003) nascido em Ouja, na região de Tikrit, ao norte de Bagdá, um dos mais controvertidos governantes da história da nação iraquiana. De uma família de camponeses, teve uma infância difícil e, aos 9 anos, ficou órfão e foi criado por um tio que o mandou a Bagdá para estudar. Na carreira militar, ficou conhecido (1959) ao tentar assassinar o então presidente iraquiano, Abdel Karim Qassem. Ferido em uma perna, conseguiu fugir do país e retornou quatro anos mais tarde como clandestino, até ser preso (1964). Pouco tempo depois, fugiu da prisão e retomou suas atividades clandestinas com o partido Baath até que o partido chegou ao poder através de um golpe de Estado (1968) e ele como o homem forte do regime do presidente Ahmad Hassan al Bakr, foi indicado Vice-Presidente da Republica do Iraque (1968-1979). No ano seguinte tornou-se secretário-geral adjunto do Baath se tornou vice-presidente do Conselho do Comando da Revolução, o CCR. Finalmente (1979) acumulou o posto de chefe de Estado, secretário-geral do partido, presidente do CCR e chefe supremo do Exército. Sem nenhuma tolerância com quaisquer dissidências, punia seus oponentes com o exílio ou a morte. Empreendeu uma sangrenta guerra contra o Irã (1980-1988) com o apoio dos norte-americanos e foi derrotado na guerra do Golfo (1991), depois de invadir o Kuait e ser expulso pelos seus antigos aliados estrangeiros. Acusado sem provas de guardar armas químicas de exterminação em massa, teve o Iraque invadido e dominado por tropas estrangeiras comandadas por estadunidenses e britânico. Detido em dezembro (2003) por soldados que o encontraram escondido num buraco na terra, perto da sua cidade natal, oito meses após os tanques invasores entrarem em Bagdá, rendeu-se pacificamente. Os iraquianos, que haviam passado décadas sob o seu olhar orgulhoso em estátuas e cartazes, viram-no então humilhado, com a boca aberta para uma inspeção médica, a barba grisalha e o aspecto descuidado após meses de fuga. Passou os últimos três anos de vida como prisioneiro dos estadunidenses, e quando o julgamento começou, em outubro (2005), vestia novamente um terno impecável e tinha a mesma postura desafiadora. Desde o princípio, repudiou o tribunal, que tinha respaldo dos EUA. Com relatos de torturas e outros crimes contra a população da aldeia de Dujail, aos 69 anos foi considerado culpado pela morte de 148 homens xiitas nessa aldeia, onde ele sofrera um atentado (1982). Condenado a execução de pena de morte por crimes contra a humanidade, voltou à corte em agosto para enfrentar um outro julgamento por acusações de genocídios contra os curdos (1988), mas o julgamento não foi concluído. Os curdos se opuseram à sua execução porque queriam vê-lo condenado no processo relativo à sua etnia: a dura repressão a uma revolta xiita (1991); pelo ataque com gases contra curdos, em Halabja (1988) e que deixou 5.000 mortos; e pela campanha contra aldeias curdas, que deixou 180 mil mortos. Após o julgamento de uma apelação, a corte de apelações do Iraque confirmou a sentença de morte e exigiu que ela fosse cumprida em, no máximo, 30 dias. O ex-presidente iraquiano foi enforcado no dia 30/12/2006, em Bagdá, antes do Dia do perdão. Duas semanas depois (15/01/2007) seu meio irmão Barzan al-Takriti e Awad Hamed al-Bander, chefe da Justiça durante a ditadura, também foram enforcados pelos mesmos crimes. Os dois foram julgados culpados de crimes contra a humanidade devido ao assassinato de 148 xiitas da aldeia de Dujail. O seu governo foi um dos mais bárbaros da História e calcula-se que cerca de 500 mil pessoas tenham sido executadas durante seus 24 anos no poder.