BIOGRAFIA ODETINO DE OLIVEIRA MEIRA
ODETINO DE OLIVEIRA MEIRA
“DETE”
*01-07-1928†26-10-2012
Declaração do advogado Waldomiro Meira Ribeiro, brumadense radicado em São Paulo, em 29-10-2012:
Caríssimo Antônio, você não pode imaginar a dor que estamos sentindo pela perda do nosso querido Dete, como era chamado Odetino na intimidade. Além de parente chegado, fazia parte da história viva de Brumado, um verdadeiro repositório de lembranças do nosso povo e das coisas da nossa Terra. Vamos sentir muito a sua falta. Que Deus lhe dê o repouso merecido.
O corpo de Odetino de Oliveira Meira foi velado na Câmara Municipal de Vereadores por deferência da Casa. Ele exerceu o mandato de vereador, concorrendo pela ARENA, nos pleitos de 15 de novembro de 1966 e 15 de novembro de 1970, empossado respectivamente em 08-02-1967 e 04-12-1970, sendo juíza eleitoral, naquela época, a doutora Magna Maria Pereira Santos. Em 1972, Odetino de Oliveira Meira renúncia ao mandato de vereador conforme ata de 02-11-1972.
Odetino era uma pessoa de muitas histórias e piadas, conhecia os meandros da política local e a vida de todos os coronéis do lugar. A umas ele acrescia dados e outras ele inventava, de forma que a sua presença era motivo de muitas risadas referentes a seus contos e acontecimentos. Nos velórios em que se fazia presente, era alvo de assédio de muitos para ouvir seus causos, inclusive os do morto, e fazia-o com toda seriedade, passando para os presentes autenticidade do que contava.
Em 30 de junho de 1950, exerceu a função de recenseador em Brumado-BA., pelo IBGE-Conselho Nacional de Estatística. Em 08 de dezembro de 1954, data da fundação da entidade, inscreveu-se como sócio fundador da União Operária Brumadense. Foi encarregado de trânsito da 32ª RT, com status de polícia, autorizado pela Secretaria de Segurança Pública (Inspetoria Geral de Trânsito). No Governo de Waldir Pires, exerceu o cargo de chefe do CIRETRAN.
HISTÓRICO FAMILIAR:
Nasceu em Brumado, em 01-07-1928 e era filho de Maria Angélica de Oliveira Meira. Seus irmãos: Blandina Neves dos Reis, Edvar Meira, Otílio Meira, Rita Meira.
Estudou apenas o primário. Contudo, com a inteligência e a vontade de aprender, que lhe eram peculiar, encontrou no senhor Walfrido Vieira Carvalho, que trabalhava na Magnesita S.A. como topógrafo, o aprendizado dessa profissão. Como topógrafo prático, Odetino prestou serviços ao Estado, executando o levantamento topográfico do trecho Brumado a Bom Jesus da Lapa. Trabalhou também na empresa Magnesita S.A., no setor de topografia e executou diversos serviços para particulares.
Em 11-12-1963, casou-se com Dulcelina Moreno de Miranda, nascida em 15/10/1932, natural de Oliveira dos Brejinhos, filha de Argemiro Rodrigues Miranda e Matilde Moreno Miranda. Em virtude desse ato, ela passou a assinar Dulcelina Miranda Meira.
O casamento foi presidido pela juíza Magna Maria Pereira Santos que os declarou casados na forma da lei. Foram testemunhas do casamento: José Moreno Miranda e Zita da Silva Meira. Assinaram o registro: Magna Maria Pereira Santos (Juíza), Odetino de Oliveira Meira (nubente), Dulcelina Moreno Miranda (nubente), José Rodrigues de Miranda, Zita da Silva Meira, testemunhas e Maria Madalena Lôbo (oficial). O Casal teve os seguintes filhos: Aroldo, Ilma, Elma, Genivaldo e Amilton Miranda Meira.
Dizia-se católico, porém não praticante. Atuou em todos os setores políticos e sociais, dando a sua parcela de contribuição nesse sentido. Por último, com o advento de nova liderança partidária, defendia a sigla do MDB/PMDB. Gostava de pescar e de viajar. Quando jovem, jogava bola, dominó e tinha um cachorro de estimação por nome Lupe, fiel amigo. Porém, o que mais gostava de fazer era contar piadas e causos tanto da sua lavra quanto de outros, aos quais fazia adaptações conforme as circunstâncias. Nesse particular, era exímio, imbatível.
Aposentou-se pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 26-12-1991, por tempo de serviço.
Conta-se que, na adolescência, era um boêmio farrista, participava de um grupo que sempre se reunia para curtir e bebericar. Havia um bar em que Odetino comprava fiado e, por estar, em altas horas, fechado e não havendo outro estabelecimento aberto, Odetino, espirituoso, bateu à porta. Sabendo que o proprietário morava nos fundos, apelou: “Estou indo agora para São Paulo e quero-lhe pagar”. O vendeiro, ao escutar, replicou: “É tu, Dete?”. “Eu mesmo”, respondeu Dete. O vendeiro, solícito, no afã de receber o débito, pegou a caderneta para somar o fiado, porém Odetino pediu-lhe uma rodada de despedida. Logo após, solicitou ao vendeiro que anotasse junto à outra conta, para pagar-lhe depois. Essas e outras peripécias são características do famoso contador de piadas, Odetino de Oliveira Meira, vulgo Dete.
Odetino era uma pessoa de muitos amigos, honesto, trabalhador, conselheiro político, pois nessa arte era perito. Teve uma convivência harmoniosa com a família e a ela dedicou-se, provendo-a do necessário para a realização do seu desiderato. Em 26-10-2012, com 85 anos de idade, deixa o mundo físico e ingressa na vida etérea, indo ao encontro de Cristo para ser julgado conforme o seu merecimento no dia de Juízo. Seu corpo foi sepultado no cemitério municipal Senhor do Bonfim.
Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br
Brumado, 06/10/2103.