BIOGRAFIA LIBÂNIO DA SILVA MILHAZES

LIBÂNIO DA SILVA MILHAZES

*09/11/1925

†10/03/2005

Libânio da Silva Milhazes nasceu em 09 de novembro de 1925, no recôncavo baiano, na cidade de Cachoeira, localizada no estuário do Rio Paraguaçu. Filho de Urbano da Nova Milhazes e Porfília da Silva Milhazes.

Casou-se no religioso com Evanice Dias Lima em 22/12/1952, filha de Olímpia Carvalho Lima e de Olimpio Dias Lima, o ato foi celebrado por Monsenhor Antonio Fagundes sendo testemunhas José Ribeiro e Wenceslau Rizério de Carvalho e no civil em 21 de outubro 1953. O enlace foi celebrado pelo Juiz Valter Barbosa da Silva, quando ela passou a assinar Evanice Lima Milhazes, sendo testemunhas Wenceslau Rizério de Carvalho e Dinah Cotrim Rizério de Carvalho. Os nubentes constituíram residência inicialmente em Itaquaraí. Dessa união nasceram os filhos Dênis, Marise e Maria Marly.

Ainda adolescente, veio residir no município de Brumado, para trabalhar com o Sr. Wenceslau Rizério de Carvalho, comerciante e cotonicultor no distrito de Itaquaraí, o mais importante do município, naquela época. Centro produtor de algodão, servido de cartório, correios, usina de beneficiamento de algodão, com comércio bastante desenvolvido e politicamente influente, era um distrito que centralizava o comércio de Brumado.

Libânio passou a trabalhar como balconista na loja de tecidos de Wenceslau, por indicação de Antenor Castro, empresário de consignações que tinha relações comerciais com empresas atacadistas de São Félix e Cachoeira. Em pouco tempo, granjeou confiança e prestígio junto ao patrão, que o fez gerente dos seus negócios.

Diligente, trabalhador e perspicaz, passou a plantar e comercializar algodão por conta própria. Posteriormente, comprou de Rogaciano Rizério Carvalho, conhecido por Roga (irmão de Wenceslau), uma farmácia, transferindo seu domicílio para a sede do município. Nesse comércio de farmácia, estabelece-se com a empresa Senhor do Bonfim, nome escolhido em homenagem ao santo de sua devoção.

Enveredou-se também no ramo de mineração, tendo sido gerente da MINEBRA, além de proprietário de terras que foram vendidas para a XILOLITE. Atuou igualmente na agropecuária, com fazenda em Brejolândia, na região do rio São Francisco. Portanto, foi uma pessoa dinâmica, índole de empreendedor, com incursões em atividades diversificadas.

Cortês, educado e cordial, tratava as pessoas respeitosamente por amigo ou amiga, um cavalheiro. Foi um boticário muito requisitado, fazia as vezes de médico, profissional escasso na cidade naquela época. Aplicava injeção e fazia curativo com presteza e dedicação, sem cobrar nada pelos serviços prestados, tinha o prazer de servir.

Adentrou-se na política acompanhando o grupo político comandado pelo Sr. Guilherme, Jair e Nélio Rizério, Wenceslau Rizério e outros. Candidatou-se a vereador pelo distrito de Itaquaraí, eleito por duas vezes, agregado à sigla da UDN. Em 1970, candidatou-se a prefeito pela ARENA-2, para o período 1971-1973, concorrendo com Miguel Lima Dias (ARENA-1), porém não foi eleito.

Nos idos de 1972, apoia Evan Azevedo. Em 1976, na pretensão de se candidatar ao pleito de prefeito, perde a sublegenda e, dissidente, apoia novamente o candidato Evan Azevedo (MDB). Este tem a sua candidatura impugnada e é substituído, com a sua aquiescência, por Agamenon Santana que se elege prefeito de Brumado. O Congresso Nacional prorroga o mandato de todos os prefeitos por mais dois anos, dessa forma, Agamenon é contemplado com um período de mandato de seis anos.

Em 1982, Libânio acompanha Juracy Pires Gomes que tem como vice o Sr. Érico Amorim, chapa vitoriosa. Em 1988, concorre, como vice-prefeito, defendendo a sigla do PFL. Em 1996, ainda nas hostes do PFL, dá apoio ao candidato a prefeito José Carlos dos Reis, que não se elege.

Em 2000, apoia Eduardo Vasconcelos. Em 2002, empresta o seu apoio ao candidato a deputado estadual Zé Luiz (dissidente do PMDB); nas eleições de 2004, vota com Eduardo Vasconcelos que se consagra vencedor, tendo como vice-prefeito na chapa José Luiz Alves Ataíde.

Libânio teve uma vida político-partidária muito movimentada e, como homem público, transitava em todas as correntes políticas. Pessoa carismática e de muitas amizades, manteve boa convivência com os adversários. Foi um orador vibrante, dono de uma dialética peculiar que conquistava o público pela agudeza de espírito, frases de efeito e críticas políticas severas aos opositores.

Libânio houve-se no relacionamento familiar com conduta irreprochável. Honrou e dignificou a família, a quem se dedicou com afeto, amizade e veneração, com exemplos de bom esposo e pai extremado. Aposentou-se como comerciante após longos anos de trabalho.

Faleceu no dia 10 de março de 2005, no hospital SOMEPE, cercado do carinho e do aconchego de seus familiares mais próximos e da solidariedade dos amigos, após enfrentar tenazmente a enfermidade que o vitimou. Perde, portanto, Brumado uma das suas mais expressivas personalidades social e política. Encontra-se sepultado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Atestou o óbito o médico José Carlos Marinho Ribeiro que o acompanhava.

Por tudo que prestou a Brumado como comerciante, como político e como cidadão, foi homenageado tendo o seu nome dado a um logradouro da cidade, no bairro Feliciano Pereira Santos.

Confesso a minha admiração por Seu Libânio da Silva Milhazes, pelas qualidades de pessoa humanitária e altruísta e, a propósito, homenageio-o com a transcrição da Canção da América de Milton Nascimento que traduz a essência do nosso sentimento e o desempenho do homenageado:

“Amigo é coisa para se guardar/Debaixo de sete chaves, /Dentro do coração, /assim falava a canção que na América ouvi, /mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,/mas quem ficou, no pensamento voou,/o seu canto que o outro lembrou/E quem voou no pensamento ficou,/uma lembrança que o outro cantou./Amigo é coisa para se guardar/No lado esquerdo do peito,/mesmo que o tempo e a distância digam não,/mesmo esquecendo a canção./O que importa é ouvir a voz que vem do coração./Seja o que vier/Venha o que vier/Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar/Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar”. Essa canção revela o caráter e a personalidade do Sr. Libânio, amigo de nossa família, a quem consideramos, pessoa para cuja alma invocamos a proteção divina.

Antonio Novais Torres

antorres@terra.com.br

Brumado, em 10/03/2005.

Antonio Novais Torres
Enviado por Antonio Novais Torres em 06/10/2014
Código do texto: T4989300
Classificação de conteúdo: seguro