BIOGRAFIA JOSÉ MARIA VIANA MACHADO
JOSÉ MARIA VIANA MACHADO
*06/03/1935
José Maria Viana Machado, conhecido por Zé Maria da divulgadora, é um filho amoroso, pessoa de bom coração, de bom caráter. Com relação à sua família, pode ser considerado como Bom Samaritano, por tratar-se de arrimo familiar. Dedicou aos pais um tratamento modelar, especialmente à sua mãe, dona Edith, por quem nutre uma verdadeira admiração, mulher considerada como exemplo de pessoa que consagrou aos filhos o carinho e o amor incondicional de mãe.
Zé Maria, ainda adolescente, iniciou sua carreira profissional em Vitória da Conquista, entretanto a saudade da família e a solidão fizeram-no voltar para a terra natal. Por volta de 1950, foi admitido no Armarinho Nossa Senhora do Rosário, de propriedade do senhor Oflávio Silveira Torres, também conhecido por Flavinho, onde desempenhou a função de balconista, tornando-se pessoa de extrema confiança do patrão, que o tinha na conta de gerente, uma vez que ele era o faz tudo daquela empresa.
Trabalhou como operador de filmes no cinema Cairu, exercício praticado no período noturno. O cine Cairu, pioneiro na cidade, era composto de 203 cadeiras com assento e encosto de lona. Posteriormente, foram adquiridos, da fábrica CIMO, no Paraná, móveis apropriados, como também três máquinas para exibição de filmes 16 mm; duas de fabricação americana e uma japonesa, além de tela convencional.
A princípio, houve dificuldade quanto às exibições, pois a ciclagem da energia fornecida era de 50 Hz, quando a exigida era de 60 Hz, problema que só foi identificado por um engenheiro da Magnesita. O cinema foi palco para diversos artistas de fama nacional e internacional, sempre com a participação imprescindível de Zé Maria.
Fazia também os cartazes de rua com a finalidade de anunciar a exibição do dia e a do dia seguinte. Conta Zé Maria que, quando surgiu o cinemascope, as imagens ficaram deformadas, tendo de ser feita uma adaptação para as lentes de 35 mm, exigidas para essa exibição.
Comandava o Programa de Calouros, aos domingos, com distribuição de prêmios e fazia as brincadeiras da época, tão a gosto do grande público que se deliciava com o evento.
Foi o precursor da radiofonia em Brumado, como o primeiro locutor local a atuar no serviço radiofônico: PRVB – Ponto Radiofônico a Voz de Brumado, através da qual anunciava comerciais, filmes, pedidos musicais e levava ao ar novelas e o famoso programa do Ângelus, uma oração à Virgem Maria, que ia ao ar todos os dias, precisamente às 18h, quando dava início aos trabalhos de difusão radiofônica noturna, conquistando os corações dos devotos da Virgem Maria. Comandava o Programa de Calouros, aos domingos, com distribuição de prêmios e fazia as brincadeiras da época, tão a gosto do público que se deliciava com o evento.
Certa vez, uma senhora apaixonada encomendou um quarto de hora musical e dedicou-o ao seu amado com os seguintes dizeres: “De alguém para alguém com muito carinho” e era retribuída com o mesmo diapasão. Só os protagonistas e o anunciador tinham conhecimento do colóquio amoroso que se revestia de segredo total.
Em 14 de agosto de 1960, Zé Maria Viana Machado fez parte, como secretário, da instalação do comitê pró-eleição do Marechal Henrique Teixeira Lott, por indicação de Oflávio Torres e, dessa forma, deu a sua contribuição política nesse pleito, com significativa participação. Além de todo esse trabalho, gerenciava as vendas no atacado de refrigerantes e outras mercadorias que faziam parte do conglomerado de Oflávio Silveira Torres.
Em 1963, conhece o Dr. Walter Martins de Andrade, gerente da Magnesita S/A, e pede-lhe um emprego nessa empresa, com o intuito de ter um melhor salário, pois, nessa empresa, o estipêndio, na época, era considerado um dos maiores, senão o maior da região. Teve o seu preito atendido, permanecendo nesta firma até 1987, aposentando-se por tempo de serviço.
A partir de então, Zé Maria faz propagandas comerciais e anúncios de óbitos, através de carro volante de sua propriedade. Neste particular, é conhecido pela sua atuação sui generis: ao identificar o falecido pelas suas qualidades como profissional, ou outras que o caracterizavam, as pessoas tomam conhecimento sobre a quem se refere a nota fúnebre.
É um grande apaixonado, fã incondicional da cantora Ângela Maria, de quem possui várias fotografias, discos vinil 78 RPM, CDs, DVDs, acompanhando-a desde o início da sua carreira. Ao vê-la na TV, ele não perde a oportunidade para elogiá-la. Ainda que as marcas do tempo tenham modificado a sua beleza, continua seu fã ardoroso.
Zé Maria é uma personagem bastante querida. Todos que o conhecem têm por ele um grande apreço, pois é incapaz de cometer maldade contra qualquer pessoa. Seu coração não abriga mágoas nem rancores. Quando crianças e vínhamos meu irmão e eu visitar nosso pai para receber dele a atenção devida, inclusive fornecimento de numerário, Zé Maria nos tratava com a maior gentileza e respeito, desvelo de que tenho grata lembrança.
Filho de Alvino José Machado (in memoriam) e de dona Edith Viana Machado (atualmente com 93 anos), ele nasceu em seis de março de 1935. A vaidade conserva os seus cabelos pretos e não gosta de falar dos seus janeiros. Cada um com o seu entendimento e vaidade.
Trata-se, portanto, de um brumadense que honra a sua terra e dignifica a sua família pelo comportamento exemplar de uma trajetória de vida honesta, durante a qual tem cumprido o seu papel social de cidadão, pautado pelo trabalho e exemplo de dignidade.
É com grande satisfação que lhe presto esta homenagem, muito merecida. Ao amigo José Maria Viana Machado, Zé Maria da divulgadora, pioneiro da comunicação em Brumado, as nossas congratulações pela sua idiossincrasia, que nos conquista com sua simplicidade.
Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br
Brumado, em 18/10/2008.