BIOGRAFIA JOÃO BATISTA DE ARAÚJO

BIOGRAFIA

JOÃO BATISTA DE ARAÚJO

*26/08/1919

†05/01/2005

João Batista de Araújo, conhecido por Batista da Farmácia, por ser comerciante do ramo, é natural de Ituaçu/BA, terra de homens ilustres e celeiro de artistas e intelectuais. Como tantos outros adventistas, Batista escolheu a cidade de Brumado para viver. Nasceu em 26 de agosto de 1919, filho de João Alves de Araujo e Eugênia Dantas Araujo que tiveram quatro filhos.

Em tenra idade, os quatro irmãos, por desconhecimento ou negligência de quem prepara a mandioca ou mandioca-brava, como também é conhecida, sem os cuidados necessários, ingeriram-na e foram vítimas de intoxicação com sintomas característicos: cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, agitação, confusão mental, convulsão, coma e morte. Como naquele tempo não havia médico nem hospital para atender os meninos, foram medicados com remédios caseiros. Ocorre que, infelizmente, dois deles faleceram.

João Batista de Araújo e Valdomira Bonfim de Araujo casaram-se na Igreja Matriz de Brumado, em 1950, em cerimônia celebrada pelo Padre Antônio Fagundes. Tiveram os seguintes filhos: João Batista de Araujo Filho, nascido em 02/07/1950; Hildete Bonfim de Araujo, em 25/03/1953; Sebastião Alberto Bonfim de Araujo, em 23/01/1954; Rubens Bonfim de Araujo, em 25/01/1957 e Maria Cristina Bonfim de Araujo, em 26/02/1959.

Batista aportou em Brumado, em 1933, ainda jovem. Possuía apenas o curso primário, o que não o impediu de diligenciar os seus negócios e a profissão abraçada, porquanto era uma pessoa dinâmica, perspicaz e inteligente. Antevia o futuro que delineou para si como profissional e comerciante, com bom êxito nas funções exercidas.

Tinha tudo para seguir a profissão do pai, que era excelente marceneiro, se não fosse a alergia ao pó de madeira que o atacava e que o obrigou a procurar outros meios de vida. Veio de Ituaçu para Brumado, a convite, para confeccionar os bancos da Igreja e da Prefeitura. Seu João Alves de Araújo, pai de Batista, aqui se estabeleceu e ramificou-se familiarmente.

Versátil, Batista diversificou suas atividades. Em 26 de julho de 1949, foi contratado como atendente de saúde pela Secretaria de Educação e Saúde, para o serviço de saúde do interior, através do contrato de n. 582, firmado pelo Governo do Estado da Bahia, representado pelo titular do setor, Dr. Anísio Spínola Teixeira (ícone da educação da Bahia e quiçá do Brasil).

Polivalente, trabalhou na Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA –, como pagador, no trecho de Brumado (BA) até Monte Azul (MG); trabalhou no Posto de Saúde do Município, servindo aos médicos Álvaro Dantas e Arlindo Magno Stanchi, tendo como companheiro o, também, enfermeiro prático conhecido por Neneco. Isso se deu no período do governo de Joaquim Manoel dos Santos Carvalho – Dr. Nezinho – até o governo de Miguel Lima Dias; foi, também, atendente de enfermagem do médico Oldack Neves; trabalhou igualmente na Magnesita S.A., com o médico Ruy Matos, no setor de enfermagem.

Em 1959, funda a Farmácia Moderna em sociedade com o senhor Rosalvo Silva e, em 1969, compra a parte deste. Em 1970, estabelece-se com a Farmácia Ideal, ficando no comércio até a sua morte.

Apesar de não ser militante político, relacionou-se com todos os líderes políticos da terra, caracterizando-se pela independência. Preservava as amizades, sem se envolver com as questões partidárias, entretanto não se omitia. Sua preferência era declarada, não ficava em cima do muro, detestava subserviência e bajuladores.

Exerceu a cidadania plenamente com dignidade e honradez, conforme ditava a sua consciência. Apoiou o Grupo de Armindo dos Santos Azevedo e do médico Juracy Pires Gomes. Em 1982, simpatiza-se com o MDB/PMDB e apoia o grupo desse partido, declarando a sua preferência, sem solicitar cargos ou privilégios.

Batista teve uma vida social muito ativa e participativa. Homem de muitos amigos e querido na sociedade. Contam-se muitas histórias da sua intemperança e caráter de personalidade forte. Certa feita, peguei carona com ele para assistir a um comício no interior do município. Na volta, envolvemo-nos em um acidente provocado por uma chuva torrencial. Bateram no fundo do carro de Batista e este exigiu do indivíduo a reparação da lanterna do seu carro que fora quebrada. Ocorre que a pessoa não era conhecida do Batista e, por ser amigo do seu carona, responsabilizei-me pelo conserto da avaria. Diante disso, o causador do dano não foi vexado, e Batista deu o caso por encerrado, afirmando: “Sendo assim, você fica como o responsável”. No dia seguinte, mandou o carro para a concessionária. A firma executora do serviço mandou-me a nota para o pagamento. Assim agiu sem maiores explicações ou comentários.

Faleceu em 05 de janeiro de 2005, vítima de acidente provocado por uma motocicleta pilotada por dois indivíduos que não lhe prestaram socorro, os quais se evadiram e não foram identificados. O acidente ocorreu praticamente na calçada da sua casa, no trajeto entre a sua loja e a residência que ficava no outro lado da rua.

Essa circunstância, polêmica, deixou dúvida quanto ao ocorrido, se foi acidente ou um assalto. Socorrido e levado para Vitória da Conquista imediatamente, constatou-se politraumatismo que o levou a óbito. Seu corpo foi enterrado no cemitério local Senhor do Bonfim.

Apresento, nesta oportunidade, a minha manifestação de solidariedade e sentimentos de condolências aos familiares, invocando a Deus que Batista tenha descanso, paz e esperança da salvação conforme prevê o Evangelho.

Dados fornecidos pelo filho Rubens Bonfim de Araujo (Rubinho) e entrevistas com conhecidos de Batista que emitiram opinião sobre a sua pessoa.

Antonio Novais Torres

antorres@terra.com.br

Brumado em 10/05/2005.

Antonio Novais Torres
Enviado por Antonio Novais Torres em 01/10/2014
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