BIOGRAFIA ELCIO OLIVEIRA CARMO
ELCIO OLIVEIRA CARMO
*23/08/1916
†29/04/2010
Elcio Oliveira Carmo nasceu em Macaúbas, em 23 de agosto de 1916 e era filho de Antonio Francisco do Carmo e Francisca América do Carmo, pelos quais tinha absoluto respeito e consideração. Segundo sua declaração, nunca foi para o trabalho sem antes lhes pedir a bênção e assim se sentia gratificado.
Casou-se com a Senhora Aureliana Oliveira Souza com quem teve quatro filhos: Antonio Oliveira Carmo – bancário; Elcio Oliveira Carmo Filho – industriário; João Oliveira Carmo – comerciante e Elci Oliveira Carmo Bonfim – professora. Divorciado, atualmente, Elcio convive em matrimônio com Dulce Pires Defensor, que lhe tem dedicado seu tempo como companheira de vida, com a compreensão que o decurso dos anos lhe impõe.
Todo Macaubense se orgulha da terra natal pelos vultos importantes do lugar, pela riqueza do seu solo e subsolo, pela sua história, pelo seu folclore e tradições de festas religiosas e profanas, enfim, por tudo que a cidade de Macaúbas oferece e que conquista os moradores e visitantes. Com Elcio Oliveira Carmo não seria diferente, ele devota grande afeição pela terra natalícia.
Em sua cidade, aprendeu o ofício de sapateiro (conserto de sapatos e confecção de sandálias) com um dos tios, visto que a mãe não queria que ele seguisse a profissão do pai que era alfaiate. Desde novo, o trabalho foi seu companheiro constante, pensando sempre em ter êxitos nas empreitadas a que se submetia. Seguindo o instinto nato de comerciante, montou uma venda na qual tinha de tudo, como sói acontecer nos pequenos centros, na qual agregava o trabalho de sapateiro.
Certa feita, um representante adventício do cartório local hospedou-se numa pensão e, precisando de algo, solicitou à dona do estabelecimento que providenciasse o pedido, por não saber onde comprá-lo. A dona da pensão, que tinha conta corrente no comércio de “Seu Élcio”, como era conhecido, adquiriu a encomenda solicitada. Posteriormente, mais um pedido, e ela mandou buscar na venda de “Seu Élcio”, e outros pedidos foram feitos, até para se colocar uma meia-sola num sapato, procuravam “Seu Élcio”. Tudo se comprava na venda de “Seu Élcio. Diante disso, por curiosidade, o hóspede resolveu conhecer o homem que vendia de tudo na cidade, inclusive fazia consertos em sapatos. Depois de contatos, tornaram-se amigos.
Em 1950, por sugestão de viajantes amigos, principalmente do compadre Manoel Ramos de Castro, Seu Élcio, pensando em uma macroeconomia e com a vontade de galgar voos mais altos, muda-se para Brumado. Imbuído do espírito empreendedor, associa-se ao empresário Waldemar Torres, com quem fica, por cinco anos, no ramo de Consignação, Representações e Conta Própria, (consignatário da ESSO e vendas por atacado). Finalmente, dissolve o contrato e, em 1955, abre uma empresa com a mesma atividade que leva o nome de Elcio Oliveira Carmo, Transportes, Comissões e Consignações, sendo também representante da ESSO e fazendo vendas por atacado.
Por último, resolveu abrir o comércio de armarinhos e miudezas em geral (experiência trazida de Macaúbas), atividade em que ainda se encontra, apesar da senectude. Está estabelecido na Rua Exupério Pinheiro Canguçu, 189, sendo um dos mais antigos comerciantes de Brumado.
Aqui, ajudou a fundar a Maçonaria e o Rotary Club. Com José Ivo Leal de Carvalho, Luiz Nepomuceno Souza e outros construíram o prédio escolar nominado “Escola Rotary Club”, situado na Praça Dr. Nelson Lula. A Secretaria de Educação do Estado, porém, só podia nomear professores se o prédio fosse doado à Secretaria, o que foi feito, ficando, por decisão do Secretário, a indicação dos professores para lecionar na escola Rotary Club. O mobiliário, um investimento do Estado, foi transportado de Salvador para Brumado pela empresa de transporte de Elcio Carmo, como cortesia.
Elcio foi um comerciante de grande visão e deu à cidade de Brumado uma contribuição significativa para o progresso e o desenvolvimento da sua economia, participando de ações que contribuíram para essa finalidade. Merece, pois, o nosso reconhecimento.
Trata-se de pessoa que adotou Brumado como a terra dos seus sonhos para viver e sentir a evolução de um porvir e esplendor desejado, virtude de tantos quantos amam este lugar que tem as bênçãos de Bom Jesus. Por ser um homem positivo e sincero em seus julgamentos e atitudes, por vezes, ele não foi compreendido e arcou com as consequências provindas das inconsequentes opiniões.
Elcio Carmo, pelo exemplo do trabalho e dedicação, pelas atitudes verdadeiras de seriedade e honestidade, deve ser um exemplo a ser copiado, porquanto virtudes como essas orgulham a todos que com ele tiveram o privilégio de conviver. Assim sendo, homenageio Elcio Oliveira Carmo com a poesia de Cora Coralina (Ana Lins do Guimarães Peixoto Bretãs), grande e ímpar poetisa do Estado de Goiás, por achar a sua mensagem pertinente:
“Não sei... se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar. (...) ”.
Elcio Oliveira Carmo Faleceu em 29 de abril de 2010. O corpo foi velado na Loja Maçônica Aliança Sertaneja Bahiana, situada na Rua Joana Angélica,163, da qual era membro, e está sepultado no cemitério municipal Jardim Santa Inês.
Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br – Brumado, em 29 de abril de 2010.