BIOGRAFIA EDVALDO COSTA ATAÍDE
EDVALDO COSTA ATAÍDE
*26-04-1937
†26-08-2003
Edvaldo Costa Ataíde nasceu em 26-04-1937, na fazenda Esconso, município de Brumado, e lá viveu a sua infância e parte da adolescência. Era filho de Virgílio da Costa Ataíde e Ana Angélica Gomes Ataíde. Compõe a família do casal Virgílio e Ana Angélica os seguintes filhos: Maria, Beltrão, Hilda, Emília, Valmira, Aurezino e Alzira Costa Ataíde que, com Edvaldo, perfaz uma prole de oito filhos.
Edvaldo cursou o primário no Grupo Escolar Getúlio Vargas e concluiu o ginasial no Ginásio General Nelson de Mello, diplomando-se no ano de 1962. Inicialmente trabalhou na loja de Armindo dos Santos Azevedo, passando a morar na pensão Primor, de propriedade de Deoclides Ferreira das Neves (Dió) e Dona Blandina, onde conviveu com outros hóspedes e mensalistas. Ali, em reuniões informais, na parte da noite, a conversa prolongava-se com assuntos diversificados.
Possuía muitos amigos, entre eles pessoas de diferentes níveis social e cultural, cujo modo de pensar e agir coincidiam com o seu. Tinha um carinho e respeito especial pelo trabalhador rural pela sua origem também de rurícola. Gostava das coisas sérias, e isso caracterizava o seu temperamento.
Após aprovação em concurso, passou a trabalhar no Banco da Bahia S.A., posteriormente incorporado ao Banco Brasileiro de Descontos S.A. – Bradesco –. Foi enviado como gerente para as localidades de Caculé e Tanhaçu. Trabalhou também no Banco do Estado da Bahia S.A. – BANEB –, como gerente da poupança e finalmente foi para o Banco do Estado de Minas Gerais – BEMGE –, como gerente da agência de Brumado, onde se aposentou.
No BRADESCO, participou de vários cursos que tinham relação com os serviços técnicos do banco. Durante um deles, em Recife/PE, no almoço, solicitou do garçom um prato típico do lugar. Este lhe sugeriu galinha de cabidela, iguaria típica do Nordeste. Quando lhe foi servido, ele percebeu que se tratava do prato que os baianos conhecem por galinha ao molho pardo, fato que lhe causou muita decepção, embora o almoço estivesse supimpa. Vivendo e aprendendo. “Cada lugar com seu uso, cada roca com seu fuso”.
Casou-se no religioso com efeito civil com Antônia Gomes Natividade, natural de Muritiba, cidade do recôncavo baiano, no dia 09-01-1966, em Livramento do Brumado, quando ela acrescentou ao nome de batismo o sobrenome Ataíde, passando a assinar Antônia Gomes Natividade Ataíde. O casal teve sete filhos: Rita, Adriana, Luciano, Rosana, Marcelo, Mateus e Lucas Natividade Ataíde.
Após as suas atividades bancárias, já aposentado, entra para a seara comercial e monta a farmácia Rosana, nome escolhido em homenagem a uma de suas filhas, tendo como balconista e sócio o filho Luciano que com o pai administram o empreendimento.
Edvaldo fez parte da Maçonaria e declarava-se Católico Apostólico Romano, apesar de só frequentar a Igreja em cerimônias de batizados, casamentos, contudo era cristão convicto e professava fé no Criador. Ele costumava dizer que ouvia atentamente todas as missas realizadas no templo, pois a farmácia Rosana ficava ao lado da Igreja.
Uma de suas predileções era viajar. Sentia-se gratificado por esse prazer, quer a serviço ou a lazer. Leitor assíduo de bons livros, como declarava, era também um exímio contador de causos. Tinha a mania de guardar livros, documentos e outros alfarrábios de seu interesse literário.
Pautou sua vida pela seriedade e honestidade, conselhos advindos de seus pais. Seguia-os à risca por serem também parte do seu caráter. Essa característica marcou-o, dando exemplos para os filhos que professaram esses ensinamentos, uma dinâmica baseada nas virtudes da vida e no respeito pelas pessoas.
O vereador Leonardo Quinteiro Vasconcelos foi autor da moção de pesar aos familiares pelo falecimento de Edvaldo, conforme ata de 01/09/2003. O professor José Walter Pires homenageou-o com o artigo Edvaldo um memorialista, onde fala da sua memória invejável, privilégio de poucos. Guardava de cor nomes, datas e fatos ocorridos, com particularidades de épocas remotas. Realmente Edvaldo tinha uma memória prodigiosa. Edvaldo Sabia os números de seus documentos, contas de bancos, nomes de pessoas e suas histórias, citava frases e seus autores com muita autenticidade. Era uma pessoa agradável, um bom papo e demonstrava bastantes conhecimentos, daí as pessoas procurem a sua farmácia para trocar ideias.
Politicamente se limitava a críticas e comentários, sem resvalar para o acinte desrespeitoso às autoridades constituídas. A sua conduta era a de analista dos fatos, quer fossem bons ou ruins para a comunidade. Se corretos ou não os projetos delineados, sempre esboçavam a sua opinião.
Conforme cita o sociólogo José Walter Pires em seu artigo Edvaldo um memorialista: “Na farmácia Rosana, batizada pelo filho Luciano como a Rainha do Genérico, pessoas se reuniam para um bate-papo na farmácia envolvendo personalidades da sociedade que a cada dia ganhava mais adeptos. Entre outros, eu era um assíduo frequentador da farmácia Rosana, pois, a conversa dos circunstantes era envolvente e apaixonante pelas críticas e o nível cultural empolgava os participantes”.
Edvaldo Costa Ataíde faleceu em 26 de agosto de 2003, e seu corpo está enterrado no cemitério municipal Santa Inês. O prestígio de Edvaldo se aquilata pela grande quantidade de amigos que compareceram ao seu velório e no séquito para ao seu enterro. Em 26 de agosto de 2013 a Maçonaria, familiares e amigos prestaram-lhe homenagem, saudosos pelos 10 anos do seu falecimento.
Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br
Brumado, em 26/08/2013.