(83 anos)
Artista Plástico, Ilustrador, Pintor e Escultor
* Ingazeira, CE (08/11/1922)
+ São Paulo, SP (05/02/2006)
Foi um artista plástico brasileiro, ilustrador, pintor e escultor autodidata, de grande renome e fama no Brasil e no exterior.
A natureza e a gente do Brasil são os temas mais freqüentes da obra do artista plástico cearense Aldemir Martins. Em seus desenhos, gravuras e quadros, vêem-se cangaceiros, galos, peixes, gatos, frutas e paisagens têm a marca registrada da brasilidade, nos traços fortes e nas cores vibrantes, em que se mesclam influências cubistas e fauvistas, resultando num estilo muito peculiar e original.
Desde menino, Aldemir dedicou-se ao desenho. No colégio militar, tornou-se monitor de desenho de sua classe e, no Exército, ao qual serviu entre 1941 e 1945, venceu um concurso das oficinas de material bélico, recebendo a curiosa patente de Cabo Pintor.
Ainda no início dos anos 1940, o pintor agitou os meios artísticos cearenses, criando com Mário Barata e Antônio Bandeira, entre outros, o Grupo Artys e a SCAP - Sociedade de Artistas Plásticos. Nessa época, fez sua primeira exposição, no 2º Salão de Pintura do Ceará e trabalhou como ilustrador em jornais de Fortaleza.
Ao dar baixa do serviço militar, em 1945, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde participou de uma coletiva do Salão Nacional de Belas Artes e começou a ganhar renome nacional. No ano seguinte, mudou-se para São Paulo e realizou sua primeira individual, na seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil.
A partir de 1947, estava nos principais salões de arte do país e recebeu vários prêmios. Em 1949, fez um curso de história da arte com Pietro Maria Bardi e tornou-se monitor do Museu de Arte de São Paulo, onde também estudou gravura com Poty Lazzarotto e conheceu sua segunda mulher, Cora Pabst.
Após uma viagem ao Ceará, em 1951, Aldemir Martins decidiu retornar a São Paulo num caminhão Pau-de-Arara. Com essa experiência, iniciou uma série de desenhos de temática nordestina, que caracterizaria sua carreira.
Participou também de importantes mostras competitivas como as duas primeiras Bienais de São Paulo, sendo premiadas em ambas, e na Bienal Internacional de Veneza de 1956, na qual recebeu o Prêmio Internacional de Desenho, sua consagração definitiva.
Aldemir Martins viveu em Roma entre 1960 e 61, mas depois retornou a São Paulo, onde permaneceu até o fim da vida. Vale a pena ressaltar que, como artista, nunca se acomodou, não recusando a inovação, nem limitando sua obra, mas surpreendendo pela constante experimentação. Trabalhou sobre suportes diversos, como caixas de charuto, telas de linho, de juta e de tecidos variados.
Muitos de seus desenhos e pinturas foram reproduzidos em produtos industrias como pratos, bandejas, xícaras e embalagens. Além disso, foram usadas na abertura da telenovela Gabriela, Cravo e Canela, baseada na obra de Jorge Amado.
Morte
Aos 83 anos, por volta das 19h30 do dia 05 de fevereiro de 2006, sofreu um Infarto em sua casa no bairro do Ibirapuera.
Ele chegou a ser levado ao Hospital São Luís, onde morreu. O corpo do artista foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo desde às 2h30 da madrugada de segunda-feira (06/02/2006). O enterro aconteceu às 16hs, no Cemitério Campo Grande, em Santo Amaro.
Segundo seu genro, "foi uma morte quase natural, de insuficiência cardíaca. Ele estava muito velhinho já e tinha sido internado várias vezes no ano passado".
***/***