Rodrigues Lima
JOAQUIM MANUEL RODRIGUES LIMA
(58 anos)
Político e Médico
* Caetité, BA (04/05/1845)
+ Caetité, BA (18/12/1903) - TOURO
Joaquim Manuel Rodrigues Lima foi um médico e político brasileiro. Nasceu na cidade de Caetité, Bahia, em 04/05/1845, sendo seus pais o capitão Joaquim Manuel Rodrigues de Lima e Rita Sofia Gomes de Lima, irmã do Barão de Caetité.
Aos 10 anos foi estudar em Salvador e em 1862 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia e, cursando o 5º ano, serviu nos hospitais de sangue da Guerra do Paraguai, como cirurgião. Sobreviveu, com heroísmo, ao naufrágio do navio que o conduzia para o Uruguai.
Em 1869 retornou, tendo colado grau. Formado, seguiu para a cidade natal, onde fixou residência, iniciou a clínica e foi eleito vereador.
Casou-se com a primogênita do Barão de Caetité e sua prima, Maria Victoria Gomes de Albuquerque Lima.
Em 1872, foi eleito deputado à Assembléia Provincial, para a legislatura 1872-1873, sendo reeleito nas posteriores.
Em 1877 viajou para a Europa com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos profissionais, ocasião em que frequentou os melhores hospitais da França, Alemanha, Áustria, Bélgica e outros países. Ao regressar ao Brasil, voltou para Caetité.
Quando da Proclamação da República era o presidente do Conselho Municipal, a Câmara de Vereadores, da época. Em 1891, quando os partidos políticos são organizados, ocupava a Intendência Municipal, sendo indicado para a Assembléia Constituinte Estadual, onde propõe a mudança da capital para Vitória da Conquista.
Após a renúncia do interventor José Gonçalves, teve seu nome indicado para ser o primeiro presidente eleito da História da Bahia, num pleito em que obteve esmagadora maioria.
Findo seu governo, retornou para a terra natal, onde ocupou ainda a vereança.
Rodrigues Lima faleceu em decorrência de mal hepático adquirido na campanha paraguaia, em 1903, como um dos espíritos mais progressistas de sua cidade.
Governo da Bahia
Sua administração foi marcada pela reestruturação administrativa, incentivo total à cultura e educação, marcada sobretudo pela probidade (em diversas vezes escrevia ao seu procurador em Caetité para que lhe mandasse dinheiro, pois não julgava honesto valer-se do erário publico para manter-se).
Diversas instituições culturais tiveram seu apoio para constituir-se, dentre as quais o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.
Rodrigues Lima também espalhou as obras públicas por todo o estado, sobretudo aquelas de combate aos efeitos das secas, muitas delas existentes até o presente, e pela interiorização do ensino de qualidade.
Em Salvador realizou diversas obras, objetivando modernizar e embelezar a Capital: a mais bonita praça da cidade, o Campo Grande, atração turística que homenageia os heróis da Independência Baiana, é obra de seu governo.
Homenagens
O Largo da Vitória, em Salvador, ostenta um busto em sua homenagem. Registra Pedro Celestino da Silva que este monumento fora erguido inicialmente na Praça da Aclamação, sendo posteriormente trasladado para o largo. Registra, ainda, que este se deu como "preito de saudade e gratidão ao benemérito cidadão que, por suas virtudes cívicas e privadas, deixou seu nome inteiramente ligado à história da Bahia, por sua honradez imaculada, por sua grandeza de espírito e por sua indefectível lealdade política".
O monumento foi autorizado por resolução municipal nº 144 de 04/01/1905 e inaugurado a 13/05/1911, pelo governador João Ferreira de Araújo Pinho e pelo intendente (prefeito) Antônio Carneiro da Rocha. O monumento traz a seguinte inscrição:
"Drº em Medicina pela Faculdade da Bahia; Voluntário do Corpo de Saúde do Paraguay; Deputado provincial; Senador do Estado; Membro da Constituinte; Intendente do Município de Caetité, onde residia, e Governador deste Estado."
Rodrigues Lima é nome de diversos logradouros na Bahia, sobretudo em Lençóis e em Caetité.