(76 anos)
Empresário
* Milão, Itália (09/08/1936)
+ São Paulo, SP (26/05/2013) - leão
Roberto Civita foi um empresário brasileiro, presidente do Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril, além de presidente da Fundação Victor Civita, editor da revista Veja e presidente do Conselho de Administração da Abril Educação. Foi casado com Maria Antônia Civita.
Em março de 2013, a revista estadunidense Forbes colocou Roberto Civita como o 258º homem mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 4,9 bilhões.
Filho de Victor Civita, fundador do Grupo Abril, Roberto Civita foi o criador da revista Veja e editor chefe da publicação desde o seu lançamento em 11 de setembro de 1968, além de editor da revista Playboy. Após a morte do pai, assumiu a presidência do Grupo Abril em 1990, quando se iniciou o período de intensa diversificação dos negócios da empresa.
Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.
Estudou Física Nuclear na Rice University, no Texas, e, depois de interromper o curso para diplomar-se em jornalismo e economia na Universidade da Pensilvânia,Roberto Civita conseguiu um estágio na editora Time Inc, que controlava as revistas Time, Life e Sports Illustrated. Durante um ano e meio, familiarizou-se com todos os setores da empresa, da redação à contabilidade. Roberto Civita também fez pós-graduação em Sociologia pela Universidade Columbia.
Em 1958, quando Victor Civita perguntou ao filho que acabara de voltar o que pretendia fazer, ouviu a resposta que apressaria a entrada da Abril no universo jornalístico:
O pai prometeu preparar a empresa para o passo audacioso, consumado em 11/09/1968, quando chegou às bancas a primeira edição de Veja. Roberto Civita participou intensamente das experiências pioneiras que resultaram no lançamento de Realidade, Exame, Quatro Rodas e Playboy. Mas nada o deixava mais emocionado que recordar a trajetória descrita pela primeira revista semanal de informação do Brasil. Foi ele quem a criou. E foi ele o primeiro e único editor deVeja, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.
"Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo", lembrava aos recém-chegados. "Veja existe para contar a verdade. A fórmula é muito simples. Difícil é aplicá-la o tempo todo". Sobretudo em ambientes hostis à liberdade de expressão, aprendeu Roberto Civita três meses depois do parto da revista.
Em 13/12/1968, a decretação do Ato Institucional n° 5 (AI-5) transformou o que era um governo autoritário numa ditadura militar sem disfarces. A capa da edição que noticiou o endurecimento do regime exibiu uma foto do general-presidente Arthur da Costa e Silva sentado, sozinho, no plenário do Congresso que o AI-5 havia fechado. Os chefes militares não gostaram da imagem, e ordenaram a apreensão de todos os exemplares. A essa violência seguiu-se a instauração da censura prévia, que só em meados da década seguinte deixaria de tolher os passos deVeja.
Risonho, cordial, otimista, Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for praticada com prazer. "Você está se divertindo?", perguntava insistentemente aos profissionais com quem convivia. Mantinha-se otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país. Para ele, o Brasil só conseguiria atacar com eficácia seus muitos problemas se antes aperfeiçoasse o sistema educacional, modernizasse o capitalismo nativo, removesse os entraves à livre iniciativa e consolidasse o estado democrático de direito. "O que Veja defende, em essência, é o cumprimento da Constituição e das leis", repetia. Também essa fórmula parece simples. Difícil é colocá-la em prática. Foi o que o editor de Veja sempre soube fazer.
Fez parte do Conselho Superior do Instituto Verificador de Circulação e do Conselho Deliberativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, na qual idealizou o curso de pós-graduação em jornalismo e direção editorial. Também foi membro do Board Of Governors do Lauder Institute e o do Wharton Advisory Board.
Morte
Roberto Civita morreu no domingo, 26/05/2013, às 21:41 hs, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, devido à Falência Múltipla de Órgãos, depois de três meses internado para a correção de um aneurisma abdominal. Roberto Civita deixou a mulher Maria Antônia, os filhos do primeiro casamento Giancarlo,Roberta e Victor, além de seis netos e enteados. O velório aconteceu na segunda-feira, 27/05/2013, às 11:00 hs, no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo.
Títulos
- 1997 - Commander Of The Order Of The Lion Of Finland (Governo Finlandês)
1997 - Doutor Honoris Causa, Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero
2002 - Grande Oficial da Ordem do Rio Branco (Governo Brasileiro)