(84 anos)
Ator
* São Paulo, SP (27/10/1924)
+ São Paulo, SP (26/01/2009) - ESCORPIÃO
Ator
* São Paulo, SP (27/10/1924)
+ São Paulo, SP (26/01/2009) - ESCORPIÃO
Foi um ator e grande cômico brasileiro que marcou seu nome no teatro, no cinema e na televisão. Trabalhou por longo tempo no Teatro de Arena e na TV Cultura de São Paulo.
Descendente de italianos, nascidos na região de Abuzzos, Renato Consorte nasceu no centro da capital paulistana, mais precisamente na Rua Aurora, naquela época, década de 1920, um local aristocrático.
Estudou na famosa Caetano de Campos e, já moço, queria fazer medicina, mas foi influenciado por Ibrahin Nobre para fazer Direito. Entrou na Faculdade do Largo de São Francisco. Não terminou jamais a faculdade, pois ele gostava mesmo era de música, de fazer graça, de se apresentar num palco.
Fez parte da "Caravana Artística XI de Agosto", da Faculdade e viajou por todo o interior, cantando e representando. Suas gaiatices ficaram famosas, e ele inventou uma fala "de araque", isto é, que ele falava sem nada dizer . Era o maior brincalhão. Mas tinha realmente jeito para o palco. E foi assistido por Alda Garrido, quando fazia dublagem do famoso cantor americano Bing Crosby. Ele não aceitou o convite que ela lhe fez, pois ainda estava convicto de que queria ser advogado.
Em seguida conheceu Inezita Barroso, a grande cantora, e o ator Paulo Autran. Não resistiu. Era tentação demais. Acabou sendo "jubilado" da Faculdade, quando já estava no 4º ano, e sendo contratado pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia).
De lá foi para a Companhia Vera Cruz, grande empresa cinematográfica brasileira, onde fez 18 filmes. Consorte foi um dos primeiros funcionários contratados pela Vera Cruz e participou da primeira produção, o filme "Caiçara" ao lado de Mário Sérgio e Eliane Lage.
Continuava, porém no teatro, e já na televisão. A TV Record tinha sido inaugurada, e ele cantava, dançava, representava, e era ainda apresentador de programas. Participou do elenco da famosa série "Família Trapo".
Transferiu-se para o Rio de Janeiro e para o TBC carioca. Passou para a TV Rio e participou do quadro humorístico "Seu Obturado" junto com Walter D’Ávila. Na TV Tupi do Rio fez "Gabriela, Cravo e Canela", por volta de 1960.
Mas era irriquieto o jovem paulistano. Voltou para São Paulo e trabalhou na TV Bandeirantes e depois na TV Paulista. A seguir, na Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Na TV Paulista ficou famosa uma apresentação sua, em que dançava e regia a Orquestra Sinfônica . Como não sabia ler música, teve que decorar toda a partitura, o que conseguiu em poucos dias. Era "bom de orelha", como ele mesmo dizia.
Esteve ainda na TV Cultura, nos anos 70, onde apresentou vários programas infantis, entre eles o "Jardim Zoológico" e fez a novela "Meu Pedacinho de Chão", de Benedito Ruy Barbosa. Como já tinha casado e constituído família, mantinha apartamento alugado no Rio de Janeiro, para levar para lá a esposa e os filhos.
A estréia em novelas aconteceu em 1964, na TV Record em "Prisioneiro de um Sonho" ao lado de John Herbert e Eva Wilma. Na TV Excelsior foi o Padre Lara da versão da emissora paulista para "O Tempo e o Vento" da obra de Érico Veríssimo.
Na TV Tupi fez as novelas "Meu Pé de Laranja Lima"; "A Volta de Beto Rockefeller"; "O Conde Zebra"; "Papai Coração" e "Dinheiro Vivo". Na Manchete, anos depois, fez a novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão".
Fez muita coisa também na TV Globo, como as minisséries "O Tempo e o Vento" e "Primo Basílio" e a novela "Tieta" onde viveu o personagem Chalita. Mas ele também foi produtor e diretor de programas na emissora carioca.
Mas o teatro continuava a ser sua paixão maior. Fez: "Assim é se lhe parece", "Bonito como um Deus", "Música, divina música", "Peguei um ita no Norte" e inúmeras outras peças, sendo que seu maior sucesso foi em "Porca Miséria", de Marcos Caruso e Jandira Martini, que ficou sete anos e meio em cartaz e que viajou o Brasil inteiro. No teatro o último trabalho foi em "Sábado, Domingo, Segunda" ao lado de Paulo Goulart e Nicette Bruno.
Também da Vera Cruz ele nunca se afastou, tanto que há quinze anos cuidava de seu acervo para a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Seu material cenográfico, com todos os filmes que ali foram feitos, estão no Museu da Imagem e do Som, de São Paulo.
Na década de 90 trabalhou em filmes como "Sua Excelência, o Candidato"; "Sábado"; "Boleiros 2"; "O Casamento de Romeu e Julieta" e em 2007 fez sua derradeira participação no filme "O Homem Que Desafiou o Diabo".
Na TV nos últimos anos participou do programa infantil "Qual é Bicho?" da TV Cultura e da novela "Bang Bang" na TV Globo.
Renato Consorte participou inesperadamente de um fato inusitado, mas que foi acompanhado por toda população brasileira da época, via televisão e rádio. Em 1963 um avião cai na Avenida Indianópolis, perto do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo matando todos os tripulantes e passageiros. Renato Consorte foi o único sobrevivente, estando por vários dias com a vida por um fio. Felizmente, depois de dias de tratamento, recebe-se a notícia de seu pleno restabelecimento, após ter o corpo quase todo queimado. Conta-se que o Consorte de seu sobrenome se deve a este fato.
Renato Consorte faleceu aos 84 anos, vítima de um Câncer de Próstata. O ator faria 50 anos de casado no dia seguinte à sua morte.
Descendente de italianos, nascidos na região de Abuzzos, Renato Consorte nasceu no centro da capital paulistana, mais precisamente na Rua Aurora, naquela época, década de 1920, um local aristocrático.
Estudou na famosa Caetano de Campos e, já moço, queria fazer medicina, mas foi influenciado por Ibrahin Nobre para fazer Direito. Entrou na Faculdade do Largo de São Francisco. Não terminou jamais a faculdade, pois ele gostava mesmo era de música, de fazer graça, de se apresentar num palco.
Fez parte da "Caravana Artística XI de Agosto", da Faculdade e viajou por todo o interior, cantando e representando. Suas gaiatices ficaram famosas, e ele inventou uma fala "de araque", isto é, que ele falava sem nada dizer . Era o maior brincalhão. Mas tinha realmente jeito para o palco. E foi assistido por Alda Garrido, quando fazia dublagem do famoso cantor americano Bing Crosby. Ele não aceitou o convite que ela lhe fez, pois ainda estava convicto de que queria ser advogado.
Em seguida conheceu Inezita Barroso, a grande cantora, e o ator Paulo Autran. Não resistiu. Era tentação demais. Acabou sendo "jubilado" da Faculdade, quando já estava no 4º ano, e sendo contratado pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia).
De lá foi para a Companhia Vera Cruz, grande empresa cinematográfica brasileira, onde fez 18 filmes. Consorte foi um dos primeiros funcionários contratados pela Vera Cruz e participou da primeira produção, o filme "Caiçara" ao lado de Mário Sérgio e Eliane Lage.
Continuava, porém no teatro, e já na televisão. A TV Record tinha sido inaugurada, e ele cantava, dançava, representava, e era ainda apresentador de programas. Participou do elenco da famosa série "Família Trapo".
Transferiu-se para o Rio de Janeiro e para o TBC carioca. Passou para a TV Rio e participou do quadro humorístico "Seu Obturado" junto com Walter D’Ávila. Na TV Tupi do Rio fez "Gabriela, Cravo e Canela", por volta de 1960.
Mas era irriquieto o jovem paulistano. Voltou para São Paulo e trabalhou na TV Bandeirantes e depois na TV Paulista. A seguir, na Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Na TV Paulista ficou famosa uma apresentação sua, em que dançava e regia a Orquestra Sinfônica . Como não sabia ler música, teve que decorar toda a partitura, o que conseguiu em poucos dias. Era "bom de orelha", como ele mesmo dizia.
Esteve ainda na TV Cultura, nos anos 70, onde apresentou vários programas infantis, entre eles o "Jardim Zoológico" e fez a novela "Meu Pedacinho de Chão", de Benedito Ruy Barbosa. Como já tinha casado e constituído família, mantinha apartamento alugado no Rio de Janeiro, para levar para lá a esposa e os filhos.
A estréia em novelas aconteceu em 1964, na TV Record em "Prisioneiro de um Sonho" ao lado de John Herbert e Eva Wilma. Na TV Excelsior foi o Padre Lara da versão da emissora paulista para "O Tempo e o Vento" da obra de Érico Veríssimo.
Na TV Tupi fez as novelas "Meu Pé de Laranja Lima"; "A Volta de Beto Rockefeller"; "O Conde Zebra"; "Papai Coração" e "Dinheiro Vivo". Na Manchete, anos depois, fez a novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão".
Fez muita coisa também na TV Globo, como as minisséries "O Tempo e o Vento" e "Primo Basílio" e a novela "Tieta" onde viveu o personagem Chalita. Mas ele também foi produtor e diretor de programas na emissora carioca.
Mas o teatro continuava a ser sua paixão maior. Fez: "Assim é se lhe parece", "Bonito como um Deus", "Música, divina música", "Peguei um ita no Norte" e inúmeras outras peças, sendo que seu maior sucesso foi em "Porca Miséria", de Marcos Caruso e Jandira Martini, que ficou sete anos e meio em cartaz e que viajou o Brasil inteiro. No teatro o último trabalho foi em "Sábado, Domingo, Segunda" ao lado de Paulo Goulart e Nicette Bruno.
Também da Vera Cruz ele nunca se afastou, tanto que há quinze anos cuidava de seu acervo para a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Seu material cenográfico, com todos os filmes que ali foram feitos, estão no Museu da Imagem e do Som, de São Paulo.
Na década de 90 trabalhou em filmes como "Sua Excelência, o Candidato"; "Sábado"; "Boleiros 2"; "O Casamento de Romeu e Julieta" e em 2007 fez sua derradeira participação no filme "O Homem Que Desafiou o Diabo".
Na TV nos últimos anos participou do programa infantil "Qual é Bicho?" da TV Cultura e da novela "Bang Bang" na TV Globo.
O Sobrenome Consorte e o Desastre de Avião
Renato Consorte participou inesperadamente de um fato inusitado, mas que foi acompanhado por toda população brasileira da época, via televisão e rádio. Em 1963 um avião cai na Avenida Indianópolis, perto do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo matando todos os tripulantes e passageiros. Renato Consorte foi o único sobrevivente, estando por vários dias com a vida por um fio. Felizmente, depois de dias de tratamento, recebe-se a notícia de seu pleno restabelecimento, após ter o corpo quase todo queimado. Conta-se que o Consorte de seu sobrenome se deve a este fato.
Renato Consorte faleceu aos 84 anos, vítima de um Câncer de Próstata. O ator faria 50 anos de casado no dia seguinte à sua morte.