Biografia do Jornalista ANTÔNIO JOSÉ SOARES

Expressão Brevense no Jornalismo do Pará

Antônio José Soares é um filho ilustre de Breves que lutou muito na vida, tornando-se um jornalista renomado no Estado do Pará, sempre lutando pela valorização da cultura marajoara.

Nasceu na cidade de Breves, em 19 de dezembro de 1953, filho da professora Oneide Teixeira Soares e do servidor público municipal, Antônio Soares Júnior, que trabalhava no Departamento Municipal de Estradas de Rodagem (DMER). É o filho mais velho de quatro irmãos: Astrogildo Raimundo, Rita Janethe e Rosselind.

Viveu sua infância e adolescência em Breves. Em 1965, presenciou com inúmeros amigos a fundação da Juventude Agostiniana Brevense (JAB), uma agremiação cuja finalidade se apoiava no desenvolvimento de cunhos social, esportivo e cultural, que teve como presidente fundador o Gervásio Bandeira, na época do Prefeito Sebastião Hortas Félix. Nesse período Antônio José participava de grupos de teatro, música, além de jogar bola, tendo disputado competições pela JAB e Clube Santana.

Fez todo o Primário no Colégio Santo Agostinho. Depois concluiu o curso ginasial na 2ª turma do Miguel Bitar, recebendo o diploma de Professor Regente com ênfase em Humanidades.

Quando ele tinha 19 anos, se mudou para Belém para trabalhar e prosseguir nos estudos. Sua saída de Breves aconteceu em 20 de janeiro de 1972, dia da festa de São Sebastião. Ficou morando numa república da União dos Estudantes Secundaristas do Pará (UESP), que teve entre os seus presidentes o escritor Paulo Renato Bandeira.

Em Belém, fez o curso Científico (atual 2º grau), no tradicional Colégio Paes de Carvalho, uma verdadeira fábrica de “figurões” da vida pública do Pará. Lá estudaram, entre outros, Jarbas Passarinho e Jader Barbalho. Em 1983, Antônio José disputou um concorrido vestibular do curso de Letras e Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA), com mais de dez candidatos por vaga, pois naquele ano fora introduzida a prova de redação na seletiva. Formou-se em 1987.

Quando Antônio José saiu de Breves com destino a Belém já sabia que queria ser jornalista. Só não sabia como isso iria se realizar. Naquela época, a capital paraense só contava com três empresas jornalísticas: a lendária “Folha do Norte” da família Maranhão, a quase centenária “A Província do Pará” dos Diários e Emissoras Associadas, e “O Liberal” que pertencia ao ex-governador Moura Carvalho, e agora está sob o comando de Rômulo Maiorana, um comerciante potiguar que fez fortuna e construiu um verdadeiro império de comunicação no Pará.

O desejo de abraçar a profissão de jornalista era grande e surgira quando ele começou a participar discretamente da elaboração de jornais feitos em Breves na Casa da Juventude, sede da JAB, e também como colaborador do jornal do “Ginásio Miguel Bitar”.

Entretanto, a maior influência na escolha da profissão de jornalista talvez tenha vindo das leituras de novelas e romances que fazia à luz de lamparina até altas horas da noite. Nas estórias desses livros, Antônio José observava que quase sempre havia um jornalista bancando herói, investigando falcatruas, denunciando pilantragens de políticos e empresários ou dos dois tipos associados, crimes comuns e passionais. Tudo isto o fascinava e o induzia a procurar o mesmo caminho, como forma de praticar justiça social, combater as desigualdades e contribuir para a formação de uma sociedade mais igualitária e mais justa. Esta luta Antônio José empreende até hoje.

A primeira tentativa de ingressar no jornalismo foi na “Folha do Norte”, levado pelo amigo jornalista e advogado Luís Melo, ex-laboratorista na Fundação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), atual Hospital Municipal de Breves. Foi Luís Melo quem lhe ensinou os princípios básicos da profissão. Quando a “Folha do Norte” foi comprada por Romulo Maiorana, Antônio José foi dispensado porque estuda Matemática e o jornal queria aproveitar só estudantes de Direito, como era a tradição.

Por coincidência, no mesmo dia em que foi dispensado, encontrou com Eloy Lins (filho de Aloysio Lins - um dos maiores presidentes do Esporte Clube Santana), na rua João Alfredo, que era o principal point de Belém nos anos 70. Após um bate papo, Eloy Lins se ofereceu para apresentá-lo ao Sr. Rubens Silva, chefe de reportagem do jornal “A Província do Pará”.

Desse encontro casual com um amigo, Deus estava providenciando uma grande benção em sua vida. Antônio José começou sua carreira no jornal “A Província do Pará”, atuando como repórter esportivo cobrindo as federações e os esportes amadores, ao lado de Ribamar Fonseca, Sérgio Noronha e Guilherme Barra, tornando se assim um repórter de ponta, autor de reportagens espetaculares que passaram a ser o carro-chefe do caderno de Esportes. Quatro anos depois, Antônio José tornou-se o Editor de Esportes de “A Província do Pará”, em 1977.

No ano de 1978, o Brasil está vivendo um momento especial. Era ano de Copa do Mundo, e pela primeira vez a Copa estava acontecendo na Argentina. Nessa época, Antônio José fez uma ótima parceria com Theodorico Rodrigues, famoso árbitro de futebol e comentarista de arbitragem, que deu origem a uma série de reportagens falando da origem e história da Copa do Mundo. Esse trabalho teve tanta repercussão no Brasil que foi reproduzido por inúmeros jornais: Correio Braziliense, Diário de Pernambuco, O Estado de Minas, Jornal do Comércio (Rio de Janeiro) e Diário da Noite (São Paulo). Esse foi o primeiro grande sucesso de Antônio José, e nem ele tinha ideia de tantas coisas boas que aconteceriam em sua vida profissional dali em diante.

Em 1982, antes de ingressar no JB foi correspondente-colaborador da “Folha de São Paulo”.

Em 1983, Antônio José foi chamado para trabalhar como repórter do “Jornal do Brasil” (JB), do Rio de Janeiro. Esse novo emprego gerou uma maravilhosa oportunidade, de modo que ele passou mais de 20 anos viajando para cobrir eventos e fazer entrevistas em diversos estados do Brasil.

A cada passo se tornava mais conhecido e respeitado, fazendo surgir convites para novos trabalhos em diversos outros jornais, como “O Globo”, Gazeta Esportiva, Manchete Esportiva, Revista Placar, Revista Gol, O Liberal, Diário do Pará e “Diário de Notícias de Lisboa”.

Outro destaque na vida de Antônio José trata-se de sua atuação na militância política e no terceiro setor, especialmente nas entidades classistas de comunicação e literatura.

Desde 1974, é membro da Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Pará (ACLEP), que reúne muitos nomes conhecidos da comunicação paraense, como Carlos Estácio (ex-Prefeito de Breves), Ferreira da Costa (escritor do livro Terra dos Breves), Eloy Lins, Juarez Filho, Advogado Expedito Leal etc.

Desde 1978, é filiado ao Sindicado dos Jornalistas do Pará, já tendo ocupado as funções de tesoureiro (1983) e presidente na gestão de 1994-1996.

Antônio José Soares trabalhou também como assessor de comunicação de diversas entidades públicas e privadas: Prefeitura de Belém (gestão Hélio Gueiros); Câmara de Vereadores e Prefeitura de Ananindeua (gestão Helder Barbalho); Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins (AMAT), Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM), do Senado da República, do Governo do Estado do Pará, da Confederação Brasileira de Atletismo e da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, entre outros.

Em 1994, foi um dos fundadores da Academia Paraense de Jornalismo (APJ), da qual é membro perpétuo, tendo ocupado vários cargos (vice-presidente, diretor de comunicação etc.) De 1995 a 1997, foi vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), na segunda gestão de Américo Antunes (Globo/Belo Horizonte). Também foi delegado de base da FENAJ.

A Academia Paraense de Jornalismo tem 24 cadeiras perpétuas, e várias honorárias. Cada uma delas tem um patrono. A cadeira ocupada por Antônio José Soares tem como patrono o renomado escritor “Humberto de Campos”, que esteve na década de 1930 no rio Mapuá, retratando em um de seus contos o modo de vida dos ribeirinhos na extração do látex das seringueiras. Nessa época, Breves viveu uma fase de grande prosperidade econômica pela produção de borracha.

Antônio José tem orgulho de ser brevense e nunca deixou de lado suas raízes marajoaras. Ele coleciona um monte de estórias engraçadas e pitorescas de sua jornada. Em muitas delas, costuma dizer que destino sempre o conduz à sua origem marajoara, como foi o caso da indicação de sua cadeira na Academia Paraense de Jornalismo (APJ), cujo patrono Humberto de Campos ele ostenta com orgulho.

A sua maior atuação sempre foi como jornalista esportivo, cobrindo jogos estaduais, nacionais e internacionais de várias modalidades (voleibol, basquetebol, futebol, atletismo etc.) no Brasil, Áustria, França, Portugal, Itália e na antiga Tchecoslováquia, hoje República Tcheca e Eslováquia.

Mas, além do jornalismo esportivo, Antônio José atuou em muitas outras áreas, política, economia, cultura, meio ambiente etc.

No decorrer de sua longa e bem sucedida carreira como jornalista, Antônio José teve o privilégio de fazer coberturas internacionais: o lançamento do primeiro satélite Brasileiro, em 1984, na base espacial Kouru na Guiana Francesa; Campeonato Sul-Americano de tênis de Mesa em Santiago (Chile); Competições do Pré-Olímpico de Los Angeles, quando percorreu vários países da Europa. Cobriu também a implantação do Projeto de Desenvolvimento Fronteiriço da Amazônia, patrocinado pelo governo da França. As reuniões de deliberação desse Projeto foram realizadas em Santarém (Pará), Caena (Guiana Francesa) e na ilha da Martinica.

Cobriu as passagens de autoridades estrangeiras pelo Brasil, com destaque para as visitas do Papa João Paulo II, do Imperador do Japão Akihito; da princesa Diana e do príncipe Charles da Inglaterra.

Entre as personalidades internacionais entrevistadas por Antônio José, destacam-se: Mário Soares (presidente de Portugal, entrevista exclusiva na sua última visita ao Brasil), Hugo Chávez (presidente da Venezuela), Ronald Beegs (o assaltante do trem pagador inglês).

Entre os diversos presidentes e políticos brasileiros: General João Batista Figueiredo, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor de Mello; Luís Inácio Lula da Silva, Antônio Carlos Magalhães, Ulisses Guimarães, Mário Covas, Marina Silva, João Pedro Stédele (presidente do MST), Ronaldo Caiado (chefe da UDR); Roberto Campo, Delfin Neto e Mário Henrique Simonsen (economistas do regime militar), entre muitos outros.

Por sua atuação na imprensa, Antônio José Soares já recebeu diversas homenagens: Comenda Mérito Legislativo e Mérito Cabanagem da Assembleia Legislativa do Pará; Medalha Isaac Soares da Câmara Municipal de Belém; Honra ao Mérito, da Câmara de Breves; Comenda Irmãos Breves em comemoração aos 150 anos de Breves; Grande Incentivador dos Desportos Universitários da Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU), além de diversos diplomas e medalhas honoríficos como amigo do boxe, do ciclismo, do remo, do atletismo etc.

Em 2006, fundou o jornal “Expresso Cabano”, que circulava no Baixo Tocantins. Em 2011, fundou os jornais virtuais “Gram-Pará” (www.grampara.com.br) e “Marajó em Tempo”.

Atualmente, Antônio José é escritor contratado pela Brasil Editorial, já tendo publicado em parceria com o historiador Carlos Rocque “A História de Belém e do Grão Pará” (2006) e Conhecendo o Pará (2014). No prelo estão ainda três livros: Educação para um Trânsito Melhor, A Fundação de Belém e a História de um Vencedor, relato da trajetória de um camelô.

Antônio José é pai de três filhas: Claudeane Pollack, Lidia Joyce e Maria Gabriela Crizanto.

Penso que suas filhas devem sentir muito orgulho dele. Nasceu em Breves, de onde se mudou bem jovem, cheio de sonhos, e após quatro décadas de profissão deixou um marca no jornalismo do Pará – tornando-se assim uma referência para seus familiares, amigos e inúmeros admiradores brevenses.

Certamente que a trajetória do jornalista Antônio José Soares serve de inspiração para muitos adolescentes e jovens de Breves que também sonham em conquistar espaço no mercado de trabalho e deixar boas realizações para sua terra natal e para todo o estado do Pará!!!

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Ilha de Marajó - PA, Junho de 2014.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 27/06/2014
Reeditado em 18/07/2021
Código do texto: T4861052
Classificação de conteúdo: seguro