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ORESTES BARBOSA
(73 anos)
Jornalista, Cronista, Poeta, Escritor e Compositor
* Rio de Janeiro, RJ (07/05/1893)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/1966) - TOURO
 
Filho do major Caetano Lourenço da Silva Barbosa e de Maria Angélica Bragança Dias Barbosa, nasceu em Aldeia Campista, bairro perto de Vila Isabel. A família morou na Ilha de Paquetá e, quando ele tinha sete anos, foi para o bairro da Gávea.
 
Aprendeu a ler, nos jornais e letreiros de bonde, com Clodoaldo Pereira de Moraes, pai de Vinicius de Moraes. Nessa época começou a se interessar por violão e com dez anos já sabia tocar.
 
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Durante a infância, a família viveu em dificuldades financeiras e somente aos doze anos entrou numa escola, o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde aprendeu o ofício de revisor.
 
Em 1907 o menino, que já fazia alguns versos, conseguiu seu primeiro emprego como revisor no jornal O Século, dirigido por Ruy Barbosa.
 
Depois de algum tempo, deu início a uma longa militância jornalística, que se estenderia ao Diário de NotíciasO ImparcialA FolhaA CríticaA ManhãA Gazeta e A Notícia. Estreou como poeta em 1917 com o livro de versos Penumbra Sagrada.
 
Em 1920 foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga, estando também com Guerra Junqueiro pouco antes da morte deste.
 
Como jornalista, incluía-se entre os que criticavam os acontecimentos e as autoridades da época, com destemor e ironia. Seus artigos levaram-no várias vezes à prisão, sendo que a primeira ocorreu em 1921, por haver denunciado oGrêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono.
 
Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro de crônicas-reportagens, na prisão, que contava histórias de dentro do cárcere. Ainda em 1921 apareceu Água-Marinha, seu segundo livro de poesias.
 
Mais ou menos em 1925, quando ainda existiam só três rádios no Rio de Janeiro -Rádio Sociedade, Rádio Clube do Brasil e Rádio Mayrink Veiga -, foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal A Manhã.
 
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Durante a presidência de Artur Bernardes (1922-1926), esteve novamente preso, mas escrevendo sempre: Bam-bam-bam (1923)Portugal de Perto! (1923)O Português no Brasil (1925)O Pato Preto (1927), todos em prosa.
 
Estreou como letrista em 1930, com a música Bangalô (com Osvaldo Santiago), gravada porAlvinho na Odeon (1931). Nesse mesmo ano, duas músicas suas, em parceria com J. Tomás, foram gravadas na RCA Victor: o fox Flor do Asfalto e o samba Carioca, por Castro Barbosa.
 
Ainda em 1931, cantou pela primeira vez em disco,Nega, Meu Bem (Heitor dos Prazeres), na Parlophon, e em 1933 sua marchinhaAs Lavadeiras (com Nássara), na Columbia.
 
Por essa época, com a colaboração de Nássara, fundou A Jornada, jornal que durou seis meses e que tinha como epígrafe "Não quero saber quem descobriu o Brasil, quero saber quem é que bota água no leite". As pautas mais constantes eram da língua brasileira e campanhas contra a Light.
 
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Foi influenciado por suas críticas que Noel Rosa compôs o sambaNão Tem Tradução (1933), em que faz referência às particularidades próprias do idioma falado no Brasil.
 
Em 1933, com Noel Rosa, fez o sambaPositivismo, gravado pelo próprio Noel na Columbia. Com Nássara fez Caixa Econômica, samba gravado por João Petra de Barros e Luís Barbosa, na RCA Victor.
 
Ainda nesse ano a Livraria Educadora, do Rio de Janeiro, editou Samba, livro de crônicas que, em estilo telegráfico, registra a ascensão do samba urbano.
 
Assíduo freqüentador do Café Nice, foi parceiro de grandes compositores, como Custódio Mesquita, Nonô, Noel Rosa, Francisco Alves, Wilson Batista e, seu parceiro mais constante, Sílvio Caldas, com quem compôs valsas e canções que marcaram época na música popular e firmaram a fama de seresteiro do cantor.
 
Francisco Alves gravou em 1934, na Odeon, a marcha Há Uma Forte Corrente Contra Você, e na RCA Victor A Mulher Que Ficou na Taça, a valsa Romance e a canção Adeus (todas em parceria com Francisco Alves). Nesse mesmo ano, compôs com Nonô a canção Olga, gravada por Castro Barbosa na Odeon. Ainda em 1934, Sílvio Caldas gravou na RCA Victor Serenata e, no ano seguinte, na Odeon, a valsa-canção Quase Que Eu Disse (ambas com o cantor).
 
De 1934 é Santa dos Meus Amores, valsa registrada na RCA Victor por Sílvio Caldas, que no ano seguinte gravou na Odeon Torturante Ironia.
 
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Além das letras para valsas e canções, ponto forte de sua obra, fez ainda letras para sambas de outros parceiros: com Ataulfo Alves fez O Negro e o Café, que o próprio Ataulfo Alves gravou na RCA Victor em 1945. Com Custódio Mesquita, o samba-choro Flauta, Cavaquinho e Violão, gravado por Aracy de Almeida na Odeon em 1946. Com Wilson Batista, Cabelo Branco, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor em 1946, e Abigail, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1947. Com Valzinho compôs Óculos Escuros, gravado em 1955 por Zezé Gonzaga.
 
Na década de 1970 foi relembrado por Paulinho da Viola, que, no LP Paulinho da Viola, gravado na Odeon em 1971, regravou Óculos Escuros. Em 1974 Macalé gravou Imagens (com Valzinho), em seu LP Aprender a Nadar, pela Philips.
 
Morte
 
Faleceu em sua residência às 14:00 hs do dia 15/08/1966 no Rio de Janeiro, em decorrência de uma Trombose Cerebral.