Biografia do CACIQUE PIYÉ MAPUÁ

Guerreiro da Ilha de Marajó

O cacique Piyé Mapuá era o líder da federação de 7 cacicados marajoaras (Anajá, Aruã, Camboca, Guaianá, Mamaianá, Mapuá e Piixi-pixi), que se uniram para combater os portugueses.

Os índios Mapuá não aceitavam a ideia de perder suas terras para os colonizadores e repassaram em 1635 uma ordem às demais tribos que

fechassem as fronteiras dos rios do Marajó.

Nessa guerra que durou mais de duas décadas o cacique Piyé Mapuá ficou famoso, pois os seus guerreiros tinham canoas ligeiras e andavam

sempre bem armados. Sua rapidez e seu conhecimento aprofundado da

geografia da região os colocavam em vantagem, o que permitia que eles

atacassem as caravelas e matassem muitos portugueses que se arriscavam a atravessar o interior do arquipélago.

Os índios Mapuá se destacavam das outras tribos por vários aspectos, o

dialeto, seus costumes, o porte físico e principalmente por causa de sua

bravura. Prova disso é que numa localidade que hoje se situa a cidade de

Breves, num determinado momento do ano, acontecia uma grande festividade reunindo todas as comunidades indígenas, que se pintavam da cor verde para mostrar a união entre eles.

Essa agremiação geralmente durava três dias, e era um momento

especial em que aconteciam várias competições com a participação de homens e mulheres, como: pescarias, caçadas, lutas, e geralmente os Mapuá saiam vencedores.

A resistência dos índios Mapuá em combate era reconhecida por todos.

Dizia-se que numa guerra com os portugueses ou com outras tribos inimigas os índios Mapuá preferiam lutar até a morte a se render.

Após longo período de batalha com a perda de muitas vidas e recursos

financeiros, as autoridades portuguesas buscaram outra estratégia para pôr fim aos conflitos. Assim, o padre Antônio Vieira veio com uma comitiva de Belém para a Ilha de Marajó com intuito de conversar com os índios e tentar encontrar uma solução pacífica para os combates. O encontro aconteceu, em 27 de agosto de 1659, numa aldeia às margens do rio Mapuá, no interior de Breves, aonde o padre Antônio Vieira e o cacique Piyé Mapuá celebraram a “Paz Marajoara”.

Dessa data em diante, os índios se uniram aos portugueses, contribuindo para a construção da nossa sociedade que possui características e qualidades dos três povos (brancos, negros e índios). Em 2005, o Governo federal criou nessa mesma terra a Reserva Extrativista Mapuá.

Hoje, Breves é fruto dessa diversidade étnica e cultural, uma sociedade

miscigenada com traços físicos, hábitos, costumes e qualidades de nossos

antepassados.

Muita gente acredita que a bravura e dedicação dos marajoaras são uma

herança do sangue guerreiro de índios do passado, como o bravo cacique Piyé Mapuá!!!

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Ilha de Marajó - PA, Junho de 2014.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

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Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 16/06/2014
Reeditado em 17/06/2014
Código do texto: T4847424
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