Darcy Vargas
(72 anos)
Primeira Dama Brasileira
* São Borja, RS (12/12/1895)
+ RJ (25/06/1968)
SAGITÁRIO
Darcy Sarmanho Vargas foi a esposa de Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, e a primeira-dama do país por dois períodos.
Na condição de primeira-dama, Darcy Vargas tornou-se um exemplo e uma referência para suas contemporâneas, devido à sua preocupação com as questões sociais e assistenciais. A fundação de diversas instituições criadas em sua honra e por ela mesma formam seu maior legado.
Família e Casamento
Darcy Sarmanho nasceu em uma família gaúcha de elite. Era a filha mais moça deAntônio Sarmanho, estancieiro e comerciante, e de Alzira Lima Sarmanho. Entre seus irmãos estava Válder de Lima Sarmanho.
Em 1911, aos quinze anos de idade, Darcy Sarmanho casou-se com o então advogado Getúlio Dornelles Vargas, natural da mesma cidade. As meninas, à época, eram criadas desde cedo para o casamento, às vezes interrompendo a vida escolar, o que aconteceu à Darcy. O casal Vargas, em seis anos de casamento, teve cinco filhos: Lutero Vargas (1912), Jandira Vargas (1913), Alzira Vargas (1914), Manuel Antônio (1916) e Getúlio Filho (1917). Sua filha Alzira Vargas casou-se com Ernani do Amaral Peixoto.
Darcy Vargas, como esposa, sempre esteve ao lado de Getúlio Vargas nas cenas políticas. Antes da Revolução de 1930, já havia demonstrado seu compromisso com o Brasil, através de obras sociais. Criou em Porto Alegre a chamada "Legião da Caridade", formada por mulheres da elite gaúcha que ajudavam a produzir roupas e angariar e distribuir alimentos para famílias cujos homens participavam, ao lado de Getúlio Vargas, da Revolução.
Os Adultérios de Vargas
O diário de Getúlio Vargas, que cita mais de 1300 pessoas, menciona uma mulher misteriosa alcunhada de "bem-amada", "luz balsâmica" e "encanto da minha vida", por quem declarou estar apaixonado em abril de 1937. A mulher é supostamente a paranaense Aimée Sotto Mayor Sá, que foi esposa de Luís Simões Lopes, chefe de gabinete de Getúlio Vargas. Aimée significa amada em francês. Os lugares de encontro mencionados são Poços de Caldas e São Lourenço.
Independente de quem fora realmente a "bem-amada", o relacionamento durou até maio de 1938 e causou uma crise doméstica entre Getúlio Vargas e Darcy Vargas. Em um dado momento do casamento, eles passaram a dormir em camas separadas.
Na mesma época da "bem-amada", houveram boatos de que Getúlio Vargas estava tendo um caso com a poetisa Adalgisa Nery. O próprio Benjamim Vargas, irmão de Getúlio Vargas, alertou o presidente de tais rumores. Getúlio Vargas teria respondido: "Bobagem! Isso é gabolice do Lourival! Ele é que espalha para se gabar!". De acordo com Ivan Nery, filho de Adalgisa Nery, sua mãe e a primeira-dama eram amigas.
A amante mais famosa de Getúlio Vargas foi a jovem atriz Virgínia Lane. Eles tiveram um relacionamento que durou mais de dez anos.
Ao longo de todo o diário, Getúlio Vargas insinuou dezenas de vezes ter tido aventuras extraconjugais passageiras, chamadas de "amores mercenários" por ele mesmo.
Primeira-Dama (1930-1945)
Nas décadas de 1930 e 1940, a primeira-dama trabalhou no Abrigo Cristo Redentore criou a Fundação Darcy Vargas em 1938, cujo principal projeto foi a Casa do Pequeno Jornaleiro, a qual atua até hoje no bairro da Saúde educando 300 jovens pobres e cuidando deles.
Após a declaração do ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial em 1942, a primeira-dama criou a Legião Brasileira de Assistência (LBA), da qual se tornou a primeira presidente. A Legião Brasileira de Assistência tinha como função ajudar familiares de soldados brasileiros enviados à Segunda Guerra Mundial.
Em fevereiro de 1943, Darcy Vargas sofreu a perda de seu filho mais jovem, Getúlio Filho, que morreu de Poliomielite aos vinte e três anos. De luto, afastou-se da presidência da Legião Brasileira de Assistência até outubro daquele ano. Passou a compor álbuns e a coletar recortes de jornais, em memória do filho falecido.
Darcy Vargas e outras mulheres, através de campanhas na imprensa, conseguiram popularizar a Legião Brasileira de Assistência, e milhares de mulheres voluntárias inscreveram-se nos cursos do órgão. Algumas foram preparadas para atuar na proteção da população caso houvesse bombardeio, outras foram encarregas de ensinar a donas-de-casa a praticar a economia de alimentos. As socorristas samaritanas responsabilizavam-se pelo o atendimento de enfermagem e as legionárias da costura produziam materiais médico-hospitalares e roupas para os soldados. Haviam também outros tipos de serviços, como a organização da biblioteca do combatente (pelas madrinhas).
Primeira-Dama (1951-1954)
Durante a grande seca no início da década de 1950, Darcy Vargas visitou e ajudou os flagelados nos Estados atingidos. A primeira-dama promoveu a aquisição de toneladas de leite em pó da Holanda para a população infantil e, graças à ajuda de empresas privadas, obteve o meio de transporte gratuitamente. Além disso, Darcy Vargas adquiriu, por doações, na Alemanha, o primeiro hospital volante.
Promoveu a assistência a vítimas das enchentes do rio Amazonas e mesmo após o suicídio de Getúlio Vargas, continuou trabalhando na Fundação.
Morte
Darcy Vargas faleceu às 4:00 hs do dia 25 de junho de 1968, aos 72 anos de idade, a mesma idade em que Getúlio Vargas cometeu suicídio.
Seu corpo, após o velório na capela da Casa do Pequeno Jornaleiro, foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, próximo à lápide de Getúlio Vargas Filho, conforme seu desejo.