THE NEXT DOOR NEIGHBORS
Meu vizinho se chama senhor Walter, ele tem noventa e dois nos de idade. Conheço-o há dezenove anos.
Quando nos tornamos vizinhos, eu era uma jovem e ele um senhor de setenta e três anos. Desde o início houve uma empatia, um entrosamento entre nós.
Logo ficamos amigos e eles (ele, a Alfreda sua esposa, e o cunhado) se tornaram uma espécie de avós-vizinhos para os meus filhos.
Por morarmos em casas temos backyards e quando cuidamos das flores no jardim nos encontramos... Quando viajamos para o Brasil, ele sempre cuida de nosso jardim... Ele é um vizinho muito querido!
Sua mulher a Alfreda, desde que mudei para a casa vizinha, nos encantamos uma pela outra.
De manhã cedinho, ao tomar meu meu café, olhava pela janela e a via com suas roupas impecáveis, com suas luvas brancas, podando as plantas e flores do jardim... Alguns minutos mais tarde eu a via saindo de carro com o marido, levando-a para o Hospital, onde ela fazia voluntariado, cuidando dos doentes... Esta era a sua rotina semanal.
O irmão dela que morava com eles era o mais recatado e gostava de pegar um solzinho pela manhã; à tarde eu o via na mesma cadeira confortável, já em trajes de passeio (era assim que ele se arrumava, dava a impressão que iria a algum lugar importante), lendo o jornal.
Os anos foram passando e sempre nos alegrava sermos vizinhos de pessoas tão especiais. Aliás, temos outros vizinhos maravilhosos, mas eles eram como uma família...
Nos dias de neve ele limpava o nosso passeio, principalmente na época em que meu marido sofreu um acidente de automóvel e seu braço esquerdo foi atingido. Nunca lhe foi pedido que limpasse o passeio, mas o agradecíamos por tamanha gentileza.
O senhor Walter sempre demonstrou muito carinho por nós, o que também sempre foi retribuído. E assim foram-se passando os anos... Anos maravilhosos. Faz três anos que o Mr. Walter fez curso de computação e se tornou um 'expert' em computador.
Eu adoro a sua maneira atualizada de ver e viver a vida... Ele é uma inspiração!
No início do ano passado, subitamente ele perdeu a Alfreda, que caiu de costas, atingindo a cabeça. Socorrida as presas, ela morreu no Hospital. Foi uma tristeza, sem fim...
Já quase não o víamos, nem ele nem o cunhado. Às raras vezes, que o víamos, era voltando da missa de domingo. Meses depois da Alfreda e do cunhado terem morrido...
No ano passado seu jardim estava solitário sem sua presença e cuidados, somente umas plantas teimavam em permanecer por lá...
Este ano estamos vendo-o mais frenquentemente. Outro dia ele chegou a comentar que convidou umas "carolas" da Igreja para jantarem e elas ficaram meio desconfiadas... Ele falou: "talvez pensem que vou violentá-las...". Seu bom humor voltou.
E a novidade maior é que o senhor Walter voltou a cuidar de seu jardim; tudo está voltando a ficar lindo como era antes. Eu não resisti e fotografei uma de suas magníficas roseiras.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 15/05/2014
Reeditado em 10/08/2014
Código do texto: T4806998
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