Johnny Alf
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ALFREDO JOSÉ DA SILVA
(80 anos)
Cantor, Compositor e Pianista
* Rio de Janeiro, RJ (19/05/1929)
+ Santo André, SP (04/03/2010) - TOURO
 
 
Perdeu o pai, cabo do exército, aos três anos de idade. Sua mãe trabalhava em casa de uma família na Tijuca e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava.
 
Após o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter.
 
Aos 14 anos, formou um conjunto musical com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na praça Sete (atual praça Barão de Drummond). Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf.
 
Em 1952, Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, iniciando assim sua carreira profissional.
 
Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: "Estamos Sós", "O Que é Amar" e Escuta" para fazerem parte do seu Long Play "Convite ao Romance".
 
Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música "Falsete" de sua autoria, e "De Cigarro em Cigarro" (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza. Duas canções se destacaram neste período: "Céu e Mar" e "Rapaz de Bem" (1953), consideradas a melodia e a harmonia, como revolucionárias e precursoras da Bossa Nova.
 
Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves.
 
Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).
 
Em 1965 realizou uma turnê pelo interiorproxy?url=http%3A%2F%2Fcdncache1-a.akamaihd.net%2Fitems%2Fit%2Fimg%2Farrow-10x10.png&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F* paulista. Tornou-se professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record - Canal 7, de São Paulo, com a música "Eu e a Brisa", tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.
 
Em seus últimos anos de vida Johnny raramente se apresentava, em razão de problemas de saúdeproxy?url=http%3A%2F%2Fcdncache1-a.akamaihd.net%2Fitems%2Fit%2Fimg%2Farrow-10x10.png&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F*. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos 50 anos da Bossa Nova na Oca, em 2008, e, em janeiro de 2009, no Auditório do SESC Vila Mariana, em São Paulo.
 
Na mostra sobre os 50 anos da Bossa Nova, Alf teve um encontro virtual com nomes como Tom Jobim, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Stan Getz. O artista tocava piano com as projeções dos colegas, já mortos, para um filme que foi exibido ao longo do evento. Segundo o curador da mostra, Marcello Dantas, Johnny Alf foi "o caso clássico do artista que não teve o reconhecimento a altura de seu talento. Alf foi um gênio e teve participação na história da nossa música".
 
Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "Verdadeiro pai da Bossa Nova".
 
Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genialf".
 
Discografia
 
1952 - Johnny Alf
 
1952 - Convite ao Romance - Mary Gonçalves
1954 - Johnny Alf (78 rpm)
1955 - Johnny Alf (78 rpm)
1958 - Johnny Alf (78 rpm)
1961 - Rapaz de bem (longplay)
1964 - Diagonal (Lp)
1965 - Johnny Alf - arranjos de José Briamonte
1968 - Johnny Alf e Sexteto Contraponto
1971 - Ele é Johnny Alf
1972 - Johnny Alf - compacto duplo
1974 - Nós
1978 - Desbunde total
1986 - Johnny Alf - Eu e a brisa
1988 - O que é amar
1990 - Olhos Negros
1997 - Johnny Alf e Leandro Braga - Letra e música Noel Rosa
1998 - Cult Alf - Gravado ao vivo
1999 - As Sete palavras de Cristo na Cruz - Dom Pedro Casaldáliga
2001 - Johnny Alf - Eu e a Bossa - 40 anos de Bossa Nova
 
O compositor não tinha parentes. Vivia em um asilo em Santo André. Seu último show foi em agosto de 2009, no Teatro do Sesi, em São Paulo, ao lado da cantora Alaíde Costa.
 
Morte
 
Faleceu aos 80 anos no hospital estadual Mário Covas, em Santo André (SP), onde, durante três anos, se tratou de um Câncer de Próstata. Ele vivia em uma casa de repouso na cidade.