ROMANTISMO - GONÇALVES DIAS

ANTONIO GONÇALVES DIAS

* 1823 – 10/08 – Caxias – Maranhão (Jatobá – sítio da Boa Vista) – Séc. XIX

+ 1864 – 03/11 – naufrágio na costa do Maranhão

Pai – português – João Manuel Gonçalves Dias – branco

Mãe – Vicência Ferreira – cafuza maranhense

VIDA

Viveu entre Caxias e São Luiz até 15 anos.

1838 – muda-se para Coimbra – Curso de Direito

1845 – volta ao Brasil – visita o Rio de Janeiro por oito vezes. Várias vezes vai à Europa

1847 – publica Primeiros Cantos (1846) – êxito total

1849 – professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II (Rio)

1852 – nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros

1856 – nomeado chefe da Seção de Etnografia da Comissão Científica de Exploração – norte do Brasil – realizou várias pesquisas

1862/3 – estações de cura em Vichy, Hoenigstin, Leplitz, Carhbad.

Em Bruchelas sofre amputação da campainha

1864 – 10/09 – embarca em Havre, no navio Ville de Boulogne. Piora a saúde

1864 – 03/11 – Naufrágio e morte no Maranhão, com 41 anos

OBRAS

POESIA

Primeiros Cantos – 1846 – no Rio

Segundos Cantos – 1848

Sextilhas de Frei Antão – 1848

Últimos Cantos – 1851

Cantos – 1857

Os Timbiras – 1857 (quatro primeiros cantos; o resto foi perdido)

TEATRO

Patkul – 1843

Beatriz Cenci – 1843

Leonor de Mendonça – 1847

Boabdil – 1843

OUTROS GÊNEROS

Meditação – poemas em prosa – 1845/6

Dicionário da Língua Tupi – 1857

Brasil e Oceania – 1852 – memória histórica

TRADUÇÃO

A Noiva de Messena, de Schiller – 1863 – Lisboa

POESIAS FAMOSAS

Canção do Exílio – “Minha terra tem palmeiras...”, composta em Coimbra – julho de 1843, está no livro Primeiros Cantos

I Juca Pirama – pertence ao livro Últimos Cantos. Poesia indianista mais célebre do poeta.

I Juca Pirama significa aquele que há de morrer, o que há de ser morto, o que é digno de ser morto.

O Canto do Piaga – Piaga=anacoreta, médico, etc.

Leito de Folhas Verdes

Marabá

Canção do Tamoio

Se se morre de Amor

Poesia feita por causa da impossibilidade do namoro com Ana Amélia

Ainda Uma Vez – Adeus!?

Poema escrito em Lisboa em 1855 quando o poeta por acaso encontra Ana Amélia casada.

IMPORTÂNCIA DE GONÇALVES DIAS

1 – Primeiro poeta romântico a se identificar com o sentimento de seu povo. Contemplação panteísta e sentimento religioso (associação de Deus à natureza). Evocou em sua poética a natureza exótica do trópico luxuriante. É Gonçalves Dias e a poesia da natureza.

2 – Expressa um ideal de homem brasileiro num conteúdo moral, ético no ideário do índio não contaminado pela civilização. A grandeza da natureza ao lado do índio que se avantaja e domina. O ideal é trabalhado pela imaginação, fantasia e sentimentalidade. O índio é inverossímil. Cria o mito. Índio apresenta valores morais e primitivismo, elementos que se chocam. Implantou definitivamente o Romantismo na Literatura Brasileira e foi o criador do indianismo na Poesia. Basílio e Durão são apresentados como precursores, mas o índio em Gonçalves Dias é fator de nossa formação nacional e não simples peça decorativa. Idealiza o índio. É Gonçalves Dias, o Indianista.

3 – Lirismo pessoal que concilia a sua experiência sentimental com o ideal amoroso. Cantor do amor e da saudade da terra natal (Ainda uma vez Adeus, Olhos Verdes, Canção do Exílio). É Gonçalves Dias – O poeta lírico.

4 – Grande conhecedor da língua, dos românticos, o mais correto. Gonçalves Dias dá em as Sextilhas, mostras de habilidade em escrever no estilo quinhentista (Loa da Princesa Sancta, Gulnare e Mustaphá, Lenda de San Gonçalo). É Gonçalves Dias, o poeta erudito.

5 – Poesia Nacionalista

Intuito formador da nacionalidade. Leva o leitor a se considerar membro de uma comunidade: I Juca Pirama, Os Timbiras, na intenção do autor, seriam uma espécie de Ilíada Americana. A epopéia dedicada a D. Pedro II.

6 – Saudosismo

Saudade da terra – Canção do Exílio (Minha terra tem palmeiras). Julga-se brasileiro típico.

CRÍTICA

- Gonçalves Dias fundamenta as bases de uma poesia brasileira

- Gonçalves Dias é de formação clássica mas vive em contato com o Romantismo. Daí resulta uma poesia de meio termo, entre rigidez clássica e o derramamento romântico. Termos clássicos imbuídos de romantismo.

- Riqueza temática – a multiplicidade de sua poesia não exclui unidade: poesia amorosa, indianista, religiosa, da natureza e saudosista.

- Obseva-se no poeta um sentimento de insatisfação: mal du siècle, por exemplo nas quadras da poesia Lira Quebrada (Últimos Cantos).

CURIOSIDADE:

Agapito Goiaba – romance que ele mesmo escreveu e destruiu.

TEXTO – O Mar

Oceano terrível, mar imenso

De vagas procelosas que se evolam

Floridas rebentando em branca espuma

Num pólo e noutro pólo

Enfim...enfim te vejo, enfim meus olhos

Na indômita cerviz trêmulo cravo

E esse rugido teu sonhudo e forte

Enfim medroso escuto!

Donde houveste ó pélago revolto

Esse rugido teu? Em vão do vento

Corre o insano pegão buscando os tronos

E do profundo abismo

Chamando à superfície infindas vozes

Que avaro encerras no teu seio undoso

Ao insano rugir dos ventos bravos

Essa não troveja horríssona tormenta

Sobressai teu rugido

Essa voz do trovão, que os céus abala

Não cobre tua voz ah! Donde o levaste

Majestoso oceano?

.-Vocabulário com domínio da idéia de medo – contida na idéia central

- Imagem visual e acústica – prosopopéia (personifica ser inanimado)

- Indagação do poeta

- Tema – o mar – elogio da grandeza do mar

Apontamentos para o Vestibular

25/04/2007