Continuação - Um despertar
Hora alguma nos lembramos de Deus, a não ser nos momentos em que as dores aumentam ou quando não tem mais como resolver, esquecemos que a caridade tem e deve ser feita em primeiro lugar para nós mesmos, para depois ajudar nossos irmãos. Como pode um irmão doente fisicamente e espiritualmente cuidar de seu irmão seja ele quem for? Vejamos os nossos irmãos como entes que estão doentes e não estão encontrando a porta de entrada para sua cura. Quantos momentos esperamos que outra pessoa venha nos curar, que os Santos e Anjos desçam do altar para vir em nosso socorro. No entanto como eles podem nos socorrer se a porta do nosso coração está fechada, e lá dentro está impregnado de egoísmo, ódio, raiva, ciúme, inveja e outros?
As palavras desse irmão realmente me abalaram não me vi fora desta questão, meu apartamento é gradeado, não tenho muitos amigos, apesar de ser de fácil relacionamento, não deixo de ainda ter La no fundo do coração um pouco de egoísmo, pois gosto mesmo de novelas e consumir. Coisas que preciso trabalhar, e quem sabe outras que eu não admita que esteja escondida na caixa preta.
Reconhecer que não seja perfeito é uma obrigação de todos nós, “Jesus mandou atirar a primeira pedra quem nunca errou” e nós estamos cometendo erros a todo o momento, e muitas vezes nos momentos que acreditamos que somos certíssimos. Como o acerto é privilégio de todos, os erros também o são, uma vez que ninguém esta isento de cometer uma injustiça por mais justo que seja.
Se procurarmos rever os nossas falhas estamos nos fazendo à caridade, nos esforçando para nos conhecermos melhor, os antigos já nos alertavam com as seguintes palavras “conhece-te a ti mesmo”, logo hora nenhuma nem eles, nem Jesus nos mandou conhecer os outros.
O autoconhecimento contribui para a nossa melhora pessoal, tanto física como emocional e espiritual, que vai abrir o caminho para o progresso em todos os sentidos. Aqueles vícios acima nem sempre são adquiridos após o nascimento, alguns deles vêm do espírito, às vezes nascemos com ele. Estes defeitos da alma devem ser reconhecidos, lembrando que o corpo sem o espírito não funciona. O homem quer chegar a perfeição, mas ele ainda está imaturo em sua maioria.
As igrejas de um modo geral estão trabalhando a reforma intima com seus adeptos, no entanto elas precisam avançar no tempo uma vez que está presa a dogmas passados, quando devido a evolução intelectual da maioria do povo, a igreja tem por obrigação ampliar mais os ensinamentos de Cristo fazendo uma reflexão mais atualizada, mais abrangente.
Para melhorar as falhas de nosso espírito temos de tentar corrigi-lo um a um, porque estes defeitos parecem depender de muita boa vontade para que haja uma melhora, são defeitos que estão enraizados, impregnados às vezes de energias negativas produzidas por atos passados.
Temos como exemplo o alcoólatra, ele decide se tratar, para de beber, e lá um dia ele volta a fazer tudo de novo, ou seja, tem uma recaída. Com o autoconhecimento podemos ir tentando corrigir os defeitos. Não é por isso que devemos nos julgar melhor ou pior do que os outros, não podemos nos autopunir, o entendimento de que somos o produto do que nós pensamos faz com que possamos redirecionar os nossos pensamentos para coisas positivas. Ser imparcial conosco e com os outros, ver o que nos magoa, enfrentar nossos medos,ver as causas de nossas angustias, e prestar atenção como reagimos em todos os momentos destes, principalmente na frustração. Observar também a nossa reação nos momentos de alegria e paz. Enfim fazer uma revisão interna em todos os sentidos.
É importante questionar como utilizamos nossas emoções, verificar os nossos padrões de vida, o que acreditamos como certo e errado e ir selecionando aquilo que acreditarmos melhor para nós, que nos deixe sentir bem. Prender-se a padrões passados na verdade não são bons, principalmente aqueles que sempre se repetem, eles contribuem para prejuízo tanto na vida material como espiritual. Tirar de dentro de nós tudo quanto for de egoísmo, como a inveja, o ciúme, o orgulho,... Etc. é uma obrigação. Assim todos os nossos hábitos devem ser mudados, principalmente aqueles que nos causam sofrimentos e aos outros.
Tentei em minha reflexão sobre o assunto, despertar em todos nós aquele senso de amor próprio, não egoístico, o amor incondicional o qual achamos difícil de praticar.