João Pessoa
(52 anos)
Político
* Umbuzeiro, PB (24/01/1878)
+ Recife, PE (26/07/1930) - AQUARIO
Filho de Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque e Maria de Lucena Pessoa, irmã do ex-presidente da República Epitácio Pessoa, fez seus primeiros estudos em Umbuzeiro, PB. Em 1889 foi levado para a cidade de Guarabira, no brejo paraibano, por sua tia paterna, Feliciana Cavalcanti de Albuquerque Paes Barreto casada com o capitão do exército Emílio Barreto. Com a transferência do tio para o Rio de Janeiro foi morar na capital federal, mudando em seguida para o estado da Bahia.
Em 1894, João Pessoa voltou a Paraíba, ingressou no Liceu Paraibano e incorporou voluntariamente no 27º Batalhão de Infantaria. Após várias mudanças, chegou ao Recife onde graduou-se como bacharel em Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1904. Nessa mesma turma se formou Clodomir Cardoso(1879-1953), jurista e político maranhense. João Pessoa passou algum tempo de sua vida nos estados do Rio de Janeiro e do Pará.
Em 1905 casou-se com Maria Luiza de Souza Leão Gonçalves, filha do senador, ex-governador e Desembargador Sigismundo Antônio Gonçalves.
Foi Ministro civil do Superior Tribunal Militar, do qual aposentou para se candidatar a presidente do estado da Paraíba.
Negou o seu apoio ao candidato oficial à presidência da República Júlio Prestes, em 29 de julho de 1929. Mais tarde compôs com Getúlio Vargas a chapa de oposição à presidência da República para as eleições de 1 de março de 1930.
Sendo derrotado, enfrentou rebeliões na Paraíba, como a do município de Princesa, comandada pelo coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes. Ordenou a invasão, pela polícia paraibana, de escritórios e residências de suspeitos de receptar armamentos para os rebeldes, conseguindo abafar a rebelião.
Sendo derrotado, enfrentou rebeliões na Paraíba, como a do município de Princesa, comandada pelo coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes. Ordenou a invasão, pela polícia paraibana, de escritórios e residências de suspeitos de receptar armamentos para os rebeldes, conseguindo abafar a rebelião.
Numa dessas invasões, na casa de João Dantas, um aliado do coronel José Pereira, foram encontradas e divulgadas pela imprensa da Paraíba, correspondências íntimas trocada entre João Dantas e sua amante, a professora Anaíde Beiriz, o que causou um grande escândalo na sociedade paraibana.
Pouco depois, no dia 26 de julho de 1930, em viagem ao Recife, João Pessoa foi assassinado por João Dantas, na Rua Nova, precisamente na Confeitaria Glória, com dois tiros à queima roupa.
O corpo de João Pessoa foi trasladado pelos líderes da Aliança Liberal para o Rio de Janeiro onde foi enterrado.
Em setembro de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, a capital do estado da Paraíba passou a chamar-se João Pessoa.
Em seu governo (1928-1930) promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto de Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou grande descontentamento entre os fazendeiros do interior, como o coronel José Pereira de Lima, chefe político do município de Princesa, na Paraíba, e com forte influência sobre a política estadual. João Dantas era seu aliado.
O seu legado histórico desperta certa polêmica. Os defensores de João Pessoa alegam que ele foi um combatente das oligarquias locais e se contrapunha a interesses de grupos tradicionais, embora ele mesmo proviesse de família de oligarcas.
O fato é que a morte de João Pessoa foi o estopim para a Revolução de 1930. Seu corpo foi embalsamado no Recife e transportado para a capital paraibana por via férrea, onde chegou ao meio-dia do dia 28 de julho. O esquife ficou exposto à visitação pública na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, até o dia 01 de agosto, quando foi transportado ao Porto de Cabedelo para ser sepultado no Rio de Janeiro.
No ano de 1997 as cinzas de João Pessoa e de sua esposa, Maria Luíza, foram transportadas para a capital paraibana e colocadas em um mausoléu construído entre o Palácio do Governo e a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba.
A cidade de João Pessoa é assim denominada em sua memória. Antes chamada Parahyba, a capital teve o seu nome alterado, logo após seu assassinato, fato histórico que levou Getúlio Vargas ao poder. Naquele período, foram perseguidos e mortos muitos opositores ao grupo político de que João Pessoa fazia parte. O momento de exceção em que se deu a homenagem, entre outras razões, justificaria, segundo alguns pessoenses, a discussão sobre uma nova alteração na denominação da cidade.
O Telegrama do "Nego"
"Paraíba, 29-julho-1929
Deputado Tavares Cavalcanti:
Reunido o diretório do partido, sob minha presidência política, resolveu unanimemente não apoiar a candidatura do eminente Sr. Júlio Prestes à sucessão presidencial da República. Peço comunicar essa solução ao líder da Maioria, em resposta à sua consulta sobre a atitude da Paraíba.
Queira transmitir aos demais membros da bancada essa deliberação do Partido, que conto, todos apoiarão, com a solidariedade sempre assegurada.
Saudações:
João Pessoa, Presidente do Estado da Paraíba."