Lampião
Lampião seguido por Maria Bonita e Dadá
Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no semiárido do estado de Pernambuco, foi oterceiro filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes de Oliveira. O seu nascimento só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900. Até os 21anos de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usavaóculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava.
Maria Bonita
Durante os 19 anos seguintes (começou aos 21 anos), Lampiãoviajou com seu bando de cangaceiros, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos da vegetação caatinga. Para proteger o "capitão", comoLampião era chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existiam contrabandos de armas para se adquirir, em sua maioria eram roubadas da polícia e unidades paramilitares. A espingarda Mausere uma grande variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester.
Corisco
Grande estrategista militar, Lampião sempre se saía vencedor nas lutas com a polícia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde acampavam por vários dias até o próximo ataque. Apesar de perseguido, Lampião e seu bando foram convocados para combater a Coluna Prestes, marcha de militares rebelados. O governo se juntou ao cangaceiro em 1926, lhe forneceu fardas e fuzis automáticos.
Por isso foi incluído no premiado filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, que o celebrizou no país e no exterior. Na ocasião, sofreu uma adaptação do compositor Alfredo Ricardo do Nascimento (Zé do Norte), autor de outras músicas do filme, que manteve a sua estrutura original. Há também uma gravação de um antigo cabra do bando de Lampião, o cangaceiro Volta Seca.
segue na segunda parte
(40 anos)
Cangaceiro
* Serra Talhada, PE (04/06/1898)
+ Poço Redondo, SE (28/07/1938) - GEMEOS
Virgulino Ferreira da Silva nasceu das contradições e conflitos da terra, da violência do campo imposta pelos coronéis latifundiários, políticos corruptos e do clero aliado da aristocracia sertaneja e da burguesia litorânea. Eternizou-se como mito da cultura popular. Virou lenda no Brasil de Sul a Norte, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Influenciou a música popular nordestina. Apimentou os acordes de Luiz Gonzaga e de centenas de sanfoneiros, violeiros, repentistas e cordelistas. Seu sangue corre nas veias do xaxado (dança dos gangaceiros), no xote, no baião e no forró.
Existe uma grande controvérsia sobre a data de nascimento de Lampião. As mais citadas são:
- 7 de julho de 1897: Data do Registro Civil.
- 4 de junho de 1898: É a data citada em sua Certidão de Batismo, uma das mais citadas na literatura de cordel. A data de seu batismo é geralmente aceita por muitos devido ao costume das regiões do semiárido de se batizar as crianças primeiro e apenas registrá-las tempos depois, devido a um misto de religiosidade e desconfiança em relação ao poder civil constituído e a um "enquadramento administrativo" por parte deste. Através de inúmeras análises, constatou-se ser esta a verdadeira.
- 12 de fevereiro de 1900: Data dada segundo Antônio Américo de Medeiros pelo próprio Lampião em entrevista ao escritor cearense Leonardo Mota, em 1926, no Juazeiro do Norte.
A questão de sua data de nascimento torna-se ainda mais relevante no contexto em que se instituem datas comemorativas em seu nome, como o Dia do Xaxado, projeto da Câmara Municipal de Serra Talhada que escolheu a data de 7 de julho, o que correspondente ao seu registro civil.
A Vida de Lampião
Lampião seguido por Maria Bonita e Dadá
Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no semiárido do estado de Pernambuco, foi oterceiro filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes de Oliveira. O seu nascimento só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900. Até os 21anos de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usavaóculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava.
Virgulino desde criança demonstrou-se excelente vaqueiro. Cuidava do gado, trabalhava com artesanato de couro e conduzia tropas de burros para comercializar na região da caatinga, lugar muito quente, com poucas chuvas e vegetação rala e espinhosa, no alto sertão de Pernambuco.
Em 1915, acusou um empregado do vizinho José Saturnino de roubar bodes de sua propriedade. Começou, então, uma rivalidade entre as duas famílias. Quatro anos depois, Virgulino e dois irmãos se tornaram bandidos. Matavam o gado do vizinho e assaltavam. Os irmãos Ferreira passaram a ser perseguidos pela polícia e fugiram da fazenda. A mãe de Virgulino morreu durante a fuga e, em seguida, num tiroteio, os policiais mataram seu pai (1919). O jovem Virgulino jurou vingança e, ao fazê-lo, provou ser um homem de atitudes violentas e rudes. Tornou-se um mito em termos de disciplina. O bando chamava os integrantes das volantes de"Macacos" - uma alusão ao modo como os soldados fugiam quando avistavam o grupo de Lampião: "Pulando".
Maria Bonita
Durante os 19 anos seguintes (começou aos 21 anos), Lampiãoviajou com seu bando de cangaceiros, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos da vegetação caatinga. Para proteger o "capitão", comoLampião era chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existiam contrabandos de armas para se adquirir, em sua maioria eram roubadas da polícia e unidades paramilitares. A espingarda Mausere uma grande variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester.
Existem duas versões para o seu apelido. Dizem que, ao matar uma pessoa, o cano de seu rifle, em brasa, lembrava a luz de um lampião. Outros garantem que ele iluminou um ambiente com tiros para que um companheiro achasse um cigarro perdido no escuro.
Comparado a Robin Hood, Lampião roubava comerciantes, fazendeiros, políticos e coronéis, da época do coronelismo, sempre distribuindo parte do dinheiro com os mais pobres miseráveis, que passavam fome e lutavam para sustentar famílias com inúmeros filhos. No entanto, seus atos de crueldade lhe valeram a alcunha de"Rei do Cangaço". Para matar os inimigos, enfiava longos punhais entre a clavícula e o pescoço. Seu bando seqüestrava crianças, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado, estuprava coletivamente, torturava, marcava o rosto de mulheres com ferro quente. Em uma ocasião, antes de fuzilar um de seus próprios homens, obrigou-o a comer um quilo de sal. Em outra, assassinou um prisioneiro na frente da mulher, que implorava perdão. Lampião arrancou olhos, cortou orelhas e línguas, sem a menor piedade. Perseguido, viu três de seus irmãos morrerem em combate e foi ferido seis vezes.
Corisco
Grande estrategista militar, Lampião sempre se saía vencedor nas lutas com a polícia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde acampavam por vários dias até o próximo ataque. Apesar de perseguido, Lampião e seu bando foram convocados para combater a Coluna Prestes, marcha de militares rebelados. O governo se juntou ao cangaceiro em 1926, lhe forneceu fardas e fuzis automáticos.
Era devoto de Padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.
Em 1929, conheceu Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, a linda mulher de um sapateiro chamado José Neném. Ela tinha 19 anos e se disse apaixonada pelo cangaceiro há muito tempo. Pediu para acompanhá-lo. Lampião concordou. Ela enrolou seu colchão e acenou um adeus para o incrédulo marido. Maria Bonita assim como as demais mulheres do grupo, vestia-se como cangaceiro e participou de muitas das ações do bando.
Virgulino e Maria Bonita tiveram uma filha, Expedita Ferreira de Oliveira Nunes, nascida em 13 de setembro de 1932. Há ainda a informação controversa de que eles tiveram mais dois filhos: os gêmeos Ananias Gomes de Oliveira e Arlindo Gomes de Oliveira, mas nunca foi comprovada a verdade dos fatos, além de outros dois natimortos.
A Morte de Lampião e Seu Bando
No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na Fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5:15 hs. do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se preparavam para tomar café quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.
Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do tenente João Bezerra e do sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.
Gato e Inacinha
O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro e as jóias.
A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desferiu um golpe com a coronha do fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro.
Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados por creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.
Percorrendo os estados nordestinos, o tenente João Bezerra exibia as cabeças (já em adiantado estado de decomposição) por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Piranhas, onde foram arrumadas cuidadosamente na escadaria da igreja, junto com armas e apetrechos dos cangaceiros, e fotografadas. Depois, foram levadas a Maceió e ao sudeste do Brasil.
Recompensa do Governo do Estado da Bahia Por Lampião, Vivo ou Morto
No Instituto Médico Legal de Aracaju, as cabeças foram observadas pelo médico Drº Carlos Menezes. Depois de medidas, pesadas e examinadas, os criminalistas mudaram a teoria de que um homem bom não viraria um cangaceiro, e que este deveria ter características sui generis. Ao contrário do que pensavam, as cabeças não apresentaram qualquer sinal de degenerescência física, anomalias ou displasias, tendo sido classificados, pura e simplesmente, como normais.
Do sudeste do País, apesar do péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Antropológico Estácio de Lima localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.
Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do tenente João Bezerra e do sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.
Gato e Inacinha
O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro e as jóias.
A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desferiu um golpe com a coronha do fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro.
Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados por creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.
Percorrendo os estados nordestinos, o tenente João Bezerra exibia as cabeças (já em adiantado estado de decomposição) por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Piranhas, onde foram arrumadas cuidadosamente na escadaria da igreja, junto com armas e apetrechos dos cangaceiros, e fotografadas. Depois, foram levadas a Maceió e ao sudeste do Brasil.
Recompensa do Governo do Estado da Bahia Por Lampião, Vivo ou Morto
No Instituto Médico Legal de Aracaju, as cabeças foram observadas pelo médico Drº Carlos Menezes. Depois de medidas, pesadas e examinadas, os criminalistas mudaram a teoria de que um homem bom não viraria um cangaceiro, e que este deveria ter características sui generis. Ao contrário do que pensavam, as cabeças não apresentaram qualquer sinal de degenerescência física, anomalias ou displasias, tendo sido classificados, pura e simplesmente, como normais.
Do sudeste do País, apesar do péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Antropológico Estácio de Lima localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.
Durante muito tempo, as famílias de Lampião, Corisco e Maria Bonita lutaram para dar um enterro digno a seus parentes. O economista Silvio Bulhões, filho de Corisco e Sérgia Ribeiro da Silva, em especial, empreendeu muitos esforços para dar um sepultamento aos restos mortais dos cangaceiros e parar, de vez por todas, a macabra exibição pública. Segundo o depoimento do economista, dez dias após o enterro de seu pai, a sepultura foi violada, o corpo foi exumado, e sua cabeça e braço esquerdo foram cortados e colocados em exposição no Museu Nina Rodrigues.
O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do Clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.
Lampião e Juriti
Mulher Rendeira é um antigo tema popular, muito cantado nos sertões nordestinos ao tempo de Lampião, e cuja origem é controversa. Segundo a versão mais conhecida do padre Frederico Bezerra Maciel, regionalista pernambucano e biógrafo de Lampião, é de que o mesmo teria escrito os versos da versão original da música. A ele se acrescenta Câmara Cascudo, segundo o qualLampião teria escrito a letra em homenagem ao aniversário de sua avó Dona Maria Jocosa Vieria Lopes (Tia Jacosa) em 15 de setembro, que era uma rendeira.
Compôs a música entre setembro de 1921 e fevereiro de 1922, quando apresentou a música em Floresta, PE. A música tornou-se praticamente um hino de guerra dos cangaceiros do bando de Lampião, tendo inclusive relatos de que o seu ataque à Mossoró em 1927 teria sido feito com mais de 50 cangageiros cantando Mulher Rendeira.
O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do Clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.
Lampião Compositor
Lampião e Juriti
Mulher Rendeira é um antigo tema popular, muito cantado nos sertões nordestinos ao tempo de Lampião, e cuja origem é controversa. Segundo a versão mais conhecida do padre Frederico Bezerra Maciel, regionalista pernambucano e biógrafo de Lampião, é de que o mesmo teria escrito os versos da versão original da música. A ele se acrescenta Câmara Cascudo, segundo o qualLampião teria escrito a letra em homenagem ao aniversário de sua avó Dona Maria Jocosa Vieria Lopes (Tia Jacosa) em 15 de setembro, que era uma rendeira.
Compôs a música entre setembro de 1921 e fevereiro de 1922, quando apresentou a música em Floresta, PE. A música tornou-se praticamente um hino de guerra dos cangaceiros do bando de Lampião, tendo inclusive relatos de que o seu ataque à Mossoró em 1927 teria sido feito com mais de 50 cangageiros cantando Mulher Rendeira.
Por isso foi incluído no premiado filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, que o celebrizou no país e no exterior. Na ocasião, sofreu uma adaptação do compositor Alfredo Ricardo do Nascimento (Zé do Norte), autor de outras músicas do filme, que manteve a sua estrutura original. Há também uma gravação de um antigo cabra do bando de Lampião, o cangaceiro Volta Seca.
segue na segunda parte