(25 anos)
Cantor e Compositor
* Campo dos Goytacazes, RJ (28/09/1947)
+ Três Rios, RJ (31/01/1973) - LIBRA
Cantor e Compositor
* Campo dos Goytacazes, RJ (28/09/1947)
+ Três Rios, RJ (31/01/1973) - LIBRA
Nos 25 anos em que viveu, o cantor percorreu uma trajetória bastante peculiar, marcada pela tragédia pessoal e pela aclamação popular. Conviveu de forma intensa com a tristeza e a alegria, a sarjeta e a glória, tudo percorrido na velocidade de um cometa.
Evaldo Braga passou a infância no antigo Serviço de Amparo ao Menor (SAM). Existe um boato segundo o qual Evaldo Braga, ainda bebê, teria sido jogado pela mãe biológica numa lata de lixo. Entretanto, esse boato foi veementemente desmentido pelo irmão de Evaldo, o músico e cabeleireiro Antônio C. Braga, em depoimento num documentário realizado por Armando B. Mendes Filho em 1997, intitulado "Evaldo Braga - O Ídolo Negro", que está disponível no site Youtube em três partes (Parte 1, Parte 2 e Parte 3). O esclarecedor depoimento de Antônio C. Bragaaparece na parte 2 do documentário, exatamente a 1 minuto e 52 segundos.
Passados os dias de infância no Serviço de Amparo ao Menor, o jovem negro, assim como tantos outros lá internados naqueles tempos, saiu a procurar uma maneira de ganhar a vida, e também como tantos outros jovens negros como ele pelas cidades brasileiras, passou a trabalhar como engraxate.
Passava os dias engraxando sapatos na Rua Mayrink Veiga, perto da famosa Praça Mauá, rua onde ficava a não menos famosa Rádio Mayrink Veiga, e ali acabou por fazer contato com os artistas daquela rádio e pouco a pouco foi acalentando o desejo de se tornar cantor.
Passados os dias de infância no Serviço de Amparo ao Menor, o jovem negro, assim como tantos outros lá internados naqueles tempos, saiu a procurar uma maneira de ganhar a vida, e também como tantos outros jovens negros como ele pelas cidades brasileiras, passou a trabalhar como engraxate.
Passava os dias engraxando sapatos na Rua Mayrink Veiga, perto da famosa Praça Mauá, rua onde ficava a não menos famosa Rádio Mayrink Veiga, e ali acabou por fazer contato com os artistas daquela rádio e pouco a pouco foi acalentando o desejo de se tornar cantor.
Foi quando conheceu o produtor e compositor Osmar Navarro, que gostou de sua voz e da maneira dele pronunciar bem cada palavra, e o apresentou ao produtor Jairo Pires da gravadora Polydor, que andava procurando um cantor que fizesse frente à Nilton César, contratado de outra gravadora.
Evaldo Braga lançou seu primeiro disco em 1971, e logo se tornou um sucesso com a música "A Cruz Que Carrego"(Isaías Souza), com uma carga dramática e autobiográfica incrível, em versos como "Sinto a cruz que carrego bastante pesada, já não existe esperança no amor que morreu / a solidão e amargura / sempre me marcaram" que imediatamente podem ser remetidos a todo seu drama.
O fato é que essa composição caiu logo no gosto popular e mesmo que a crítica especializada da época não desse muita importância a ele, nem ao menos se dando ao trabalho de avaliar seus dotes vocais e muito menos querendo travar qualquer contato com as músicas que cantava, seu sucesso aumentou, e em 1972, ele lançou "O Ídolo Negro – Volume 2".
Esse seu segundo LP que contou com os arranjos dos maestros Waltel Branco e Perucci, e apresentou novamente uma ambigüidade temática que tanto podia levar a ilações quanto a um relacionamento amoroso desfeito, logicamente a interpretação mais imediata, como remeter também a sua biografia.
Evaldo Braga faleceu com apenas dois discos gravados. Um terceiro foi lançado no ano de sua morte, mas era na realidade, uma coletânea. Trinta e nove anos depois de seu falecimento, a Música Popular Brasileira passou por transformações avassaladoras, algumas das quais já se processavam quando de sua morte. Com isso teria ele caído no esquecimento? Não, pelo contrário, seu mito manteve-se vivo na memória popular mesmo que nenhuma estação de televisão se dê ao trabalho de apresentar qualquer especial sobre sua vida e carreira.
Evaldo Braga lançou seu primeiro disco em 1971, e logo se tornou um sucesso com a música "A Cruz Que Carrego"(Isaías Souza), com uma carga dramática e autobiográfica incrível, em versos como "Sinto a cruz que carrego bastante pesada, já não existe esperança no amor que morreu / a solidão e amargura / sempre me marcaram" que imediatamente podem ser remetidos a todo seu drama.
O fato é que essa composição caiu logo no gosto popular e mesmo que a crítica especializada da época não desse muita importância a ele, nem ao menos se dando ao trabalho de avaliar seus dotes vocais e muito menos querendo travar qualquer contato com as músicas que cantava, seu sucesso aumentou, e em 1972, ele lançou "O Ídolo Negro – Volume 2".
Esse seu segundo LP que contou com os arranjos dos maestros Waltel Branco e Perucci, e apresentou novamente uma ambigüidade temática que tanto podia levar a ilações quanto a um relacionamento amoroso desfeito, logicamente a interpretação mais imediata, como remeter também a sua biografia.
Evaldo Braga faleceu com apenas dois discos gravados. Um terceiro foi lançado no ano de sua morte, mas era na realidade, uma coletânea. Trinta e nove anos depois de seu falecimento, a Música Popular Brasileira passou por transformações avassaladoras, algumas das quais já se processavam quando de sua morte. Com isso teria ele caído no esquecimento? Não, pelo contrário, seu mito manteve-se vivo na memória popular mesmo que nenhuma estação de televisão se dê ao trabalho de apresentar qualquer especial sobre sua vida e carreira.
Em condições normais, ele teria caído no esquecimento, mas, no entanto, mesmo no ano de 2012, depois de 39 anos, seu túmulo é visitado por romarias de fãs no dia de finados, seus discos continuam a ser adquiridos e podem ser encontrados com facilidade nos locais que cultuam a chamada música brega.
Em levantamento recente feito no site Dicionário Cravo Albin da MPB chegou-se a conclusão que seu nome era o mais pesquisado entre todos os quase sete mil verbetes ali catalogados.
Como explicar esse fenômeno de um artista que a crítica esqueceu como apenas mais um representante da música brega, que para muitos cultores da chamada Música Popular Brasileira com letras maiúsculas e garrafais, nem ao menos mereceria uma nota de roda-pé?
Talvez essa explicação ou busca de compreensão não passe apenas pela análise formal de suas gravações, seja daquelas músicas compostas por ele ou daquelas que outros para ele compuseram, mesmo que elas falem muito, por um lado, dele mesmo, numa talvez involuntária autobiografia musical, ou sirvam como trilha sonora de amores baratos e desfeitos na permanente solidão das cidades. Por mais que se buscasse dissecá-las musicalmente nota por nota, ainda assim, haveria quem lhes negasse maior valor exatamente pelo que elas têm de mais valoroso, o gosto e a dicção popular, que muitos até por preconceito logo identificam com som de cabarés. Embora seja certo que o que parece um insulto é na verdade a constatação do quanto as músicas por ele compostas ou gravadas estão entranhadas na musicalidade e na alma popular, e tocam sim nos cabarés onde o amor custa pouco (ou muito dependendo do ponto de vista) e a humanidade exercita de forma explicita suas emoções da maneira mais exacerbada possível.
E não é isso exatamente o que a música brega-romântica faz? Exacerba os sentimentos e lhes dá uma vestimenta que condiz com a alma desbragada de nosso povo, por mais que dizer isso possa parecer tatear no espaço vazio. O fato é que esse derramamento que os intelectuais e membros da elite execram, o povo abraça, e o mais é motivo de discussão, mas que não pode levar a conclusões definitivas sobre o melhor e o pior.
Seja como for, 39 anos depois de sua morte, Evaldo Braga é mais e mais um enigma como pessoa, como artista e como representante artístico dessa face dita bastarda da música popular, execrada e desqualificada pela maioria dos críticos, que é a música brega.
No entanto, a questão aqui não é exatamente discutir o lugar da música brega na Música Popular Brasileira, mas sim, chamar a atenção para o Ídolo Negro,Evaldo Braga, mesmo sem chegar a conclusões sobre ele e seu sucesso, mas muito mais para homenageá-lo e lançar um pouco de luz sobre esse raro cantor negro cuja carreira, que tinha tudo para ser das mais brilhantes da música popular, foi bruscamente cortada por um golpe da sorte numa curva qualquer de uma estrada brasileira.
Evaldo Braga morreu num acidente automobilístico na BR-03, Rio-Bahia, em um Wolkswagem TL, após tentativa de ultrapassagem forçada segundo populares. Importante ressaltar que no momento do acidente Evaldo Braga não dirigia o carro, e sim seu motorista. Seu túmulo é um dos mais visitados pelos fãs no feriado de Finados no Cemitério do Caju, Rio de Janeiro.
No entanto, a questão aqui não é exatamente discutir o lugar da música brega na Música Popular Brasileira, mas sim, chamar a atenção para o Ídolo Negro,Evaldo Braga, mesmo sem chegar a conclusões sobre ele e seu sucesso, mas muito mais para homenageá-lo e lançar um pouco de luz sobre esse raro cantor negro cuja carreira, que tinha tudo para ser das mais brilhantes da música popular, foi bruscamente cortada por um golpe da sorte numa curva qualquer de uma estrada brasileira.
Evaldo Braga morreu num acidente automobilístico na BR-03, Rio-Bahia, em um Wolkswagem TL, após tentativa de ultrapassagem forçada segundo populares. Importante ressaltar que no momento do acidente Evaldo Braga não dirigia o carro, e sim seu motorista. Seu túmulo é um dos mais visitados pelos fãs no feriado de Finados no Cemitério do Caju, Rio de Janeiro.
Discografia
1973 - Evaldo Braga (Polydor)
1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)
1972 - O Ídolo Negro (Polydor)
1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)
1972 - O Ídolo Negro (Polydor)
Projetos / Extras
1987 - Eu Ainda Amo Vocês (Polydor)
1972 - Mis Canciones En Castellano (Polydor)
1972 - Mis Canciones En Castellano (Polydor)
Referências / Tributos
1973 - Os Garotos da Praia Interpretam o Inesquecível Evaldo Braga (Som / Copacabana)
Coletâneas
2001 - Sem Limite - Evaldo Braga (Universal Music)
1999 - Millennium - 20 Músicas do Século XX - Evaldo Braga (Universal Music)
1983 - O Inesquecível Evaldo Braga (Elenco / Opus)
1981 - A Voz de Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
1977 - Série Autógrafo de Sucessos - Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
1975 - O Imortal (Polyfar / Philips)
N/D - Minha História - Evaldo Braga (Polygram)
1999 - Millennium - 20 Músicas do Século XX - Evaldo Braga (Universal Music)
1983 - O Inesquecível Evaldo Braga (Elenco / Opus)
1981 - A Voz de Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
1977 - Série Autógrafo de Sucessos - Evaldo Braga (Polyfar / Philips)
1975 - O Imortal (Polyfar / Philips)
N/D - Minha História - Evaldo Braga (Polygram)
Compactos / Singles
1969 - Dois Bobos / Não Importa (RCA Victor)
1971 - Só Quero / Por Uma Vez Mais (Polydor)
1972 - Nunca Mais, Nunca Mais / Meu Deus / A Cruz Que Carrego / Eu Desta Vez Vou Te Esquecer (Polydor)
1972 - Todas As Noites / Nunca Mais, Nunca Mais (Polydor)
1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)
1971 - Só Quero / Por Uma Vez Mais (Polydor)
1972 - Nunca Mais, Nunca Mais / Meu Deus / A Cruz Que Carrego / Eu Desta Vez Vou Te Esquecer (Polydor)
1972 - Todas As Noites / Nunca Mais, Nunca Mais (Polydor)
1972 - O Ídolo Negro Vol. 2 (Polydor)