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BENEDITO LACERDA
(54 anos)
Compositor, Maestro e Flautista
* Macaé, RJ (14/03/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/02/1958)
 
Benedito Lacerda nasceu em Macaé, no estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno frequentou a Sociedade Musical Nova Aurora. Filho da lavadeira Dona LousadaBenedito sempre foi muito ágil em suas questões.
Aos 8 anos, começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou suas atividades musicais como integrante da banda Nova Aurora em sua cidade natal.
Aos 17 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir no bairro do Estácio, famoso por abrigar sambistas e batuqueiros. Benedito Lacerda cresceu num ambiente de muitos chorões e sambistas. Cresceu ao lado de Bide, Noel Rosa e Ismael Silva. Estudou flauta sob a orientação de Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa. Estudou também no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em flauta e composição.
 
Em 1922, ingressou na Polícia Militar, mas não abandonando suas atividades musicais. De 1923 a 1925, participou da banda do batalhão tocando bumbo, uma vez que não conhecia música na pauta. Nessa época, estudou música para valer e logo passou a tocar flauta na banda. Em pouco tempo no posto de flautista da corporação, passou numa prova, em 1925, em primeiro lugar para flautista de primeira classe, ao tocar toda a parte de flauta de "O Guarany", de Carlos Gomes. Obteve sua transferência para a Escola Militar do Realengo, como músico de primeira classe, tornando-se solista. Benedito Lacerda ficou cinco anos na carreira militar, e, em 1927 pediu baixa e mergulhou na música popular.
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Em 1928, foi tocar com o grupo regional Boêmios da Cidade, acompanhando Josephine Baker, tocando em cinemas, orquestras de teatros, dancings e cabarés. Atuou também como saxofonista em algumas orquestras de jazz.
Ao findar os anos 20 e iniciar a década de 1930, Benedito Lacerda organizou um grupo com ritmos brasileiros, batizado de Gente do Morro. O grupo se caracterizava pelos efeitos de percussão e solos de flauta. O grupo durou pouco e fez uma viagem a Campos acompanhando Noel Rosa.
Como o Gente do Morro não vingou, Benedito Lacerda chamou Dino Sete Cordas, que era do grupo, e Canhoto do Cavaco, e os três começaram a arregimentar músicos para trabalhar com eles. Era o embrião do Conjunto Regional Benedito Lacerda. Com seu regional, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luiz BarbosaMário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas, além de atuar com êxito como compositor.
Na década de 1940, tocou nos cassinos que agregavam a música nacional e perpetuou uma série de gravações antológicas em parceria de flauta e sax com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Por conta do trabalho que a dupla empreendeu em cerca de 40 gravações, mais as edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras, Benedito Lacerda fez com que a hipoteca da casa de Pixinguinha fosse paga e salvou o mestre de ser despejado. Em sinal de gratidão e por motivos de contrato, Pixinguinha transformou Benedito Lacerda em parceiro de pérolas como "Sofres Porque Queres""Naquele Tempo" e "Um a Zero", esta feita muito antes por ocasião do gol de Friedenreich no Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919. Mas o que importa é destacar os arranjos e contrapontos executados pela dupla, que revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais.
Benedito Lacerda foi compositor de carnaval premiado e em 1942 foi um dos fundadores da União Brasileira de Compositores (UBC). Em 1947 transferiu-se para a Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), da qual foi eleito presidente em 1948 e reeleito em 1951.
 
Benedito Lacerda faleceu vitima de um câncer no pulmão, antes de completar 55 anos, num domingo de carnaval, ele que tanto sucesso obtivera em vários carnavais.
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Benedito Lacerda e Pixinguinha
 
Principais Sucessos (Ordem Alfabética) 
1939 - "A Jardineira", com Humberto Porto
1949 - "A Lapa", com Herivelto Martins
1949 - "Acerta o Passo", com Pixinguinha
1937 - "Acorda, Escola de Samba!", com Herivelto Martins
1952 - "Acho-te Uma Graça", com Carvalhinho e Haroldo Lobo
1947 - "Ainda me Recordo", com Pixinguinha
1937 - "Aliança Partida", com Roberto Martins
1938 - "Amigo Infiel", com Aldo Cabral
1937 - "Amigo Leal", com Aldo Cabral
1935 - "Boneca", com Aldo Cabral
1939 - "Brasil", com Aldo Cabral
1942 - "Carnaval da Minha Vida", com Aldo Cabral
1946 - "Cheguei", com Pixinguinha
1942 - "Chorei", com Pixinguinha
1945 - "Coitado do Edgar!", com Haroldo Lobo
1939 - "Despedida de Mangueira", com Aldo Cabral
1949 - "Devagar e Sempre", com Pixinguinha
1935 - "Dinorá", com José Ferreira Ramos
1936 - "Duvi-d-o-dó", com João Barcellos
1940 - "E o Vento Levou", com Herivelto Martins
1946 - "Ele e Eu", com Pixinguinha
1946 - "Espanhola", com Haroldo Lobo
1939 - "Espelho do Destino", com Aldo Cabral
1935 - "Eva Querida", com Luiz Vassalo
1948 - "Falta um Zero no Meu Ordenado", com Ary Barroso
1945 - "Fica Doido Varrido", com Eratóstenes Frazão
1946 - "Ingênuo", com Pixinguinha
1941 - "Lero-Lero", com Eratóstenes Frazão
1946 - "Naquele Tempo", com Pixinguinha
1949 - "Normalista", com David Nasser
1939 - "Número Um", com Mário Lago
1949 - "O Gato e o Canário", com Pixinguinha
1947 - "Os Oito Batutas", com Pixinguinha
1940 - "Pedro, Antônio e João", com Oswaldo Santiago
1942 - "Pombo-Correio", com Darcy de Oliveira
1946 - "Proezas de Solon", com Pixinguinha
1938 - "Professora", com Jorge Faraj
1936 - "Querido Adão", com Oswaldo Santiago
1944 - "Sabiá de Mangueira", com Eratóstenes Frazão
1946 - "Segura Ele", com Pixinguinha
1946 - "Seresteiro", com Pixinguinha
1948 - "Seu Lourenço no Vinho", com Pixinguinha
1946 - "Sofres Porque Queres", com Pixinguinha
1949 - "Soluços", com Pixinguinha
1946 - "Um a Zero", com Pixinguinha
1936 - "Um Caboclo Abandonado (Rolinha Triste)", com Herivelto Martins
1946 - "Urubatã", com Pixinguinha
1944 - "Verão no Havaí", com Haroldo Lobo
1942 - "Voltei Pro Morro", com Darcy de Oliveira
1946 - "Vou Vivendo", com Pixinguinha