Meninos de mim...
Cap. I
Outro dia encontrei no clube meu amigo de infância e de toda vida; o Pedrinho. Foi com ele que conheci a Igreja na qual havia sido batizada, pois minha família não é dada as práticas religiosas. Eu ainda ao freqüentava a escola por este motivo creio que tinha por volta de cinco anos de idade ( não fiz Jardim de Infância porque não gostei da professora e meu pai concordou que eu não carecia de freqüentar a escola porque tínhamos um jardim imenso com balanços que recebia as crianças da vizinhança).
Bem foi em um domingo de temperatura agradável pois lembro que estava de vestidinho e com meus adoráveis sapatos e bolsa vermelhos de verniz, Pedrinho segurava minha mão responsavelmente e me explicava que eu deveria ficar quieta dentro da Igreja. Chegando, subimos uma escadaria que levava ao mezanino lugar do órgão e do coro. Deusmeu os lustres, os vitrais, o órgão tudo fascinante. A música espetacular, foi neste momento que tive meu primeiro êxtase. Dali em diante torcia para que chegasse o domingo para estar na atmosfera mágica.
A audição de música clássica em minha casa era freqüente e havia na TV Piratini o programa da orquestra sinfônica e me apaixonei pela primeira vez! Adivinhem... Pelo maestro! E meu irmão tinha gravata de borboleta então ele era tão importante quanto o maestro, sim ele era meu ídolo desde então!
O universo dos meninos me foi concedido freqüentar desde cedo, meu pai levava meu irmão e eu para todos lugares. Minha irmã freqüentava o universo feminino de minha mãe.
Leiam livros técnicos dizia meu pai, romances a gente faz! Livros de História e Filosofia assim como eenciclopédias estavam liberados. Minha irmã lia romances e fotonovelas, era viciada, perdia a hora sempre por conta da leitura. Já meu irmão e eu éramos mais pragmáticos, no entanto com ele aprendi a gostar dos “gibis”, mas éramos encantados por fazer expedições com meu pai. Quando este comprou o Barco novo batizou-o com meu apelido de casa “ néca” porque afinal eu era a melhor nadadora da família e entre todos meninos e meninas e, disso se orgulhava demais.
Virgínia vicamf