IV
Mundos eram construídos e decaídos em momentos, até a parálise diante da descoberta – sob aquele poste que iluminava, a pouco, a rua encascalhada em meio à poeira que brotava do chão, misturada com o incenso enfumaçado do monótono movimento diário dos seres que compunham os cenários –:
Também era nada mais que um humano abnormal, e a vida seria movida por pseudoconjecturas, entre demônios e fantasmas que se seguiriam cernientemente pelo caminho.
Adiante, inertes, moviam-se os demais templos em sorrisos e brincadeiras. O movimento dos corpos compunham uma bela e mouca sinfonia, da qual sobrariam apenas reminiscências apagadas.
Delirava diante do paradoxo que acabara de contemplar, e ainda lutava para não transpor a passagem que continuava a se abrir, escorrendo estranhezas e vesanias que me petrificavam.
A viagem se mostraria longa e, assim como era inevitável compor mundos estranhos, era também necessário retornar a vestir a roupagem humana.
No mesmo espaço onde antes surgiam imensidades de palcos onde atuava, surgia também a força do convívio sociológico, onde se acendiam os sentimentos mortais.
Brinquei ali como não mais viria a brincar.
E amei com uma pureza que não tardaria a se perder.
Péricles Alves de Oliveira