WALY DE OLIVEIRA LIMA - Biografia Por Eglê S Machado

WALY DE OLIVEIRA LIMA - Biografia

WALY DE OLIVEIRA LIMA é Patrono da Cadeira 39 da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL, ocupada pela poetisa Eglê Santos Machado. É também patrono da Cadeira 06 da Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia – ALJUSBA, ocupada pelo Advogado Deusdete Machado de Sena Filho.

Foi Promotor público, professor e cronista. Nasceu na cidade de Vitória da Conquista, BA, no dia 29 de dezembro de 1919 e faleceu no dia 30 de junho de 1999 em Itabuna, BA.

Segundo dos três filhos do Coletor de Rendas Nelson Álvares de Lima e de dona Zelima de Oliveira Lima viveu na cidade natal até os cinco anos, quando a família mudou-se para Jequié onde o menino iniciou seus estudos. Tempos depois a família transferiu-se para a cidade de Uruçuca. Ali Waly viveu infância e adolescência, até ser enviado, juntamente com os irmãos Wilde e Wilson para estudar em Salvador, no Colégio Maristas. Seus pais permaneceram em Uruçuca.

Fez o curso de Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Bacharelou-se no ano de 1945. Seu primeiro emprego, ainda estudante foi na Empresa Baiana de Água e Saneamento (EMBASA). Em 1946 ingressou no Ministério Público.

Sua primeira Comarca foi Monte Santo. Mais tarde foi para Campo Formoso, depois para Itambé.Foi transferido para Ubaitaba, em 1955. No ano de 1961 mudou-se para a Comarca de Itabuna onde exerceu o cargo de Promotor Público até o ano de 1971 quando, transferido para Salvador passou a atuar com muita competência na Vara de Família.

Em Itabuna todos o tinham como um Promotor de Justiça brilhante, e os mais velhos se recordam da sua atuação no júri de Pedro Dantas, um fazendeiro da região. Foi um júri famoso porque crime de mando, já que naquele tempo dificilmente alguém era condenado por crime de mando e principalmente por ser o réu, pessoa muito influente na cidade.

Ao preparar-se para um júri preferia ficar isolado. Pedia então à esposa que levasse as crianças para outro lugar, para assim ficar em silêncio, concentrado, estudando muito.

Seu grande sonho era a literatura e dizia que ao se aposentar do Ministério Público, se dedicaria totalmente à arte literária. Não tinha predileção por uma literatura específica.

Nas comarcas onde trabalhou, também exerceu a profissão de professor, outra grande paixão da sua vida; em Itabuna lecionou no Colégio Nossa Senhora da Glória - Gato de Botas e na Escola Lúcia Oliveira. Tinha grande ligação de amizade com a Irmã Dalvanir, do Colégio Ação Fraternal de Itabuna, fazia palestras e escrevia jograis para o pessoal desse colégio.

Do seu casamento com Helena Luiz Carqueja nasceram Ana Maria, Maria das Graças, Lívia, Nelson Gugé, Luiz Heleno e Marcos. Foi um pai responsável, alegre, brincalhão, escrevia estórias (seus filhos tinham livros de estórias escritos à mão por ele).

Ensinava geografia aos filhos levando-os de carro para mostrar-lhes nascentes de rios, para conhecerem as capitais brasileiras, visitar museus, zoológicos, parando na estrada para piqueniques; numa dessas viagens levou os filhos até o Rio Grande do Sul. Amava viajar, conheceu quase todo o país viajando de carro, porém nunca saiu do Brasil. Também nas horas livres gostava de ficar na fazenda, de plantar, mexer com a terra. Praticava caminhada, cultivava amigos da vida inteira. Foi irmão do ex-deputado, promotor Wilde Lima e de Wilson Lima, Tabelião de Notas de Itabuna.

É vasta a sua obra. Embora nunca tenha publicado um livro Waly de Oliveira Lima deixou diversos artigos, crônicas e cartas publicados em jornais de Salvador, Itapetinga, Itabuna e outras cidades. Escreveu artigos sobre a CEPLAC, específicos sobre o cacau. Em 1996 duas crônicas suas foram publicadas na Antologia ITABUNA, CHÃO DE MINHAS RAÍZES, organizada pelo escritor itabunense Cyro de Mattos: “Meu irmão Wilson” e “O Advogado Raimundo Lima”.

Católico não praticante frequentava a missa de vez em quando. O que mais o irritava era a hipocrisia; direto e verdadeiro, dizia detestar subterfúgios.

Acompanhou o nascimento de dez dos seus doze netos, participava dos partos, permanecia perto alguns dias após o nascimento, muito presente. Cioso da sua máquina de escrever, nunca deixou que os filhos a usassem, porém os netos faziam o que queriam com a máquina.

Irreverente, afirmava ser um ‘sujeito aporreado’ que só fazia o que queria. Depois que se aposentou em 1975 não tinha tanto esmero no trajar, ficava muito à vontade, achava moda ridícula.

Tinha um compromisso verbal com Flávio Scaldaferri, do Jornal “Dimensão” de Itapetinga, de quem era grande amigo, para publicação da sua obra, projeto que não chegou a se concretizar.

FONTE: Lívia Lima Kallid (filha de Waly de Oliveira Lima)

Itabuna, BA, 19/05/13

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