De catadora de lixo à Juíza Federal. A história de vida de Tânia Tereza Medeiros de Carvalho

Impactada, emocionada e em extremo maravilhada pela oportunidade ímpar que Deus me concede de divulgar a história de vida de uma mulher guerreira, virtuosa que me impressionou, compartilho com vocês, meus leitores, a impressionante história da catadora de lixo que chegou ao cargo de Juíza Federal - Doutora Tânia Tereza Medeiros de Carvalho, hoje pastora e ministra do evangelho à nível mundial.

A personagem principal desta história - Tânia Tereza Medeiros de Carvalho - nasceu em um lar desajustado, onde o pai, um funcionário público do Banco do Brasil casou (por procuração) com a mãe dela - uma mulher que vivia à base de drogas e dormia a maior parte do tempo.

Tânia nunca teve referencial de família, pois o pai gostava mesmo era de bebidas e de mulheres prostituídas, permanecendo, na maioria das vezes em casas de prostituição e nunca deu a atenção devida à família.

O casamento dos seus pais nunca foi um exemplo de história de amor, pois, como naquele tempo era possível, casaram-se por meio de procuração, ou seja, alguém reuniu os nomes, dirigiu-se a uma cartório e casou-os. Lembrando que, por coincidência, tanto a ex-namorada do pai quanto o ex-namorado da mãe haviam se suicidado.

O pai tinha o hábito de sumir, desaparecer e passar vários meses fora de casa, em companhia de prostitutas e sem dar a devida atenção ao lar nem aos filhos.

Tânia teve um irmão quatro anos mais novo que ela. Este irmão foi um sustentáculo na vida daquela garota, que, mesmo em tão tenra idade, viu-se compelida e impulsionada a ajudar na criação daquele bebê, uma vez que os pais não tinham condições psíquicas, emocionais nem estruturais para o feito.

Tânia nunca fora incentiva a estudar. Seus pais eram omissos em todos os aspectos, inclusive na área da educação.

Ela estudava numa escola pública, tinha um único fardamento e era obrigada a utilizá-lo diariamente, pois se sujasse, não tinha como frequentar às aulas, vez que não possuía outro fardamento e aquele era obrigatório para a permanência nas dependências do grupo escolar.

Certa ocasião, a tão atribulada criança Tânia, esqueceu de efetuar uma atividade escolar passada como tarefa de casa, e a professora, austera e sem dó nem piedade, ordenou a seguinte punição: Fazer com que a aluna escrevesse no quadro negro 40 vezes a frase: Eu sou burra!

Não bastando, afixou nas costas da criança um cartaz, onde estava escrito: Tânia é burra!

Isto serviu de chacota e motivação para que todos os coleguinhas da turma zombassem e escarnecessem dela. Ela suportou calada, mas no seu coração, acatou a ideia fixa: Eu sou burra!

Ela ficava tão nervosa ao ver a professora, que, o que tinha nas mãos, caiam ao chão tão logo observasse a mestre. Este comportamento, rendeu-lhes mais um apelido: Estabanada!

Tânia ficou conhecida dentro do grupo escolar como burra e estabanada. Pensava ela: Nada posso fazer que precise usar a cabeça, porque sou burra! Nada posso fazer que precise usar as mãos porque sou estabanada!

E assim, esses rótulos foram ficando impregnados na psique e na memória consciente da garotinha.

Tânia era orientada por sua mãe a dirigir-se à farmácia da cidadela, onde teria que buscar os medicamentos que sua genitora necessitava.

A garotinha ia com constância buscar as drogas que mantinham a mãe numa cama totalmente dormente.

Lá, fez amizade com o senhor que entregava a medicação. Pronto: a garota começou a ter um referencial masculino em sua vida, pois, até então, não desfrutava de tal oportunidade. Era tratada com respeito, atenção e cortesia por aquele senhor. Isto era muito bacana para a cabeça daquela menina que convivia permanentemente em um lar sem princípios nem referenciais.

Só que, certo dia, o senhor 'bonzinho' da farmácia, levou-a num lugar reservado nas dependências do próprio estabelecimento comercial e abusou sexualmente dela.

Imediatamente após o abuso, desesperada, a garotinha de uns 8, 9 anos corre e relata tudo, em detalhes, à mãe. A mãe não acredita, repreende-a e diz que aquele senhor é uma pessoa muito bem conceituada naquela cidade e que era impossível tal prática, tal atitude. Tânia ainda fora ameaçada por sua mãe de levar umas palmadas pela 'invenção'.

Neste momento, surge uma ideia nada oportuna nem típica de uma garotinha de 8, 9 aninhos: ela pensa em suicidar-se.

Determinada, dirige-se a uma ponte onde corre um rio de águas profundas e bravias, no intuito de atirar-se, pondo fim à sua história de vida, dando cabo de sua própria vida.

Nesse instante, uma força maior lhes envolve e decreta: Não façais tal coisa!

Chorando, Tânia volta para casa.

A situação financeira da menina era tão periclitante, que ela decidiu sair do comodismo e buscar alguns trocados para melhorar de vida e poder, como toda criança da sua idade, tomar um sorvete, brincar em parques de diversão, chupar pirulitos, comer algodão doce, suspiros, etc...

Inocente, tem a ideia de vender garrafas usadas. Só que tinha um porém: Ela 'furtava' as garrafas pelos fundos do depósito e revendia as ditas garrafas pela entrada principal do mesmo estabelecimento. Observem a ingenuidade, pureza e necessidade daquela criança! Fez isto por pouquíssimo tempo, pois, mesmo sendo tão imatura, e sem receber repreensão de ninguém, percebeu que aquele ato era uma prática errônea. Deixou as garrafas de lado e mudou de profissão, de ofício.

Obstinada, decidiu virar catadora de resíduos, de lixo. Gostava de catar ferro velho e revende-los num comércio da localidade. Isto lhes rendia alguns trocadinhos.

No entanto, por força do ofício e despreparo, a criança fora vitimada e contaminada por muitas verminoses. Ela tinha um barrigão! Era o reflexo da contaminação dos mais variados parasitas e verminoses adquiridos no trabalho infantil que desempenhara para sobreviver.

Um episódio marcante na vida nada normal de Tânia, foi quando, ela carregou seu maninho num evento festivo na praça da cidadela, no intuito de fazerem um programa típico de criança: tomar sorvete, comer pipocas, chupar pirulitos, etc... Tânia compra um sorvete, e, quando está degustando aquele delicioso produto (fruto do seu árduo trabalho), tropeça e dá de cara com o rosto e o sorvete na parte traseira de uma senhora, sujando assim, todo o seu rostinho e as vestimentas da madame.

A senhora, desorientada e enfurecida pelo ocorrido em meio à praça pública da pequena cidade, brada em alto e bom tom: Só podia ser você, não é, menina? Pensa que a cidade toda não sabe da conduta dos seus pais? Menina mau educada, estabanada! Saia já daqui!

Envergonhada, cabisbaixa e procurando onde se esconder, ela pega seu maninho pelo braço e sai correndo em meio à multidão.

Resultado: O que era para ser um programão inesquecível, virou mais um pesadelo na vida atípica daquela garota diferente das demais.

Aos 12 anos, Tânia é acometida de uma depressão que a faz ficar enclausurada em seu quatro até os 14 anos. Ela só saia do quarto para tomar banho e se alimentar. Já não mais estudava, não fazia absolutamente nada!

Certo dia, escuta uma conversa de seu pai com sua mãe dizendo que iriam mudar de cidade. Ele conseguiu uma transferência para outra localidade.

Ao escutar a boa nova, a adolescente redobrou ânimo, pois pensou: Vamos para uma cidade onde ninguém nos conhece, começaremos tudo de novo. Tudo vai ser diferente!

Chegando na nova cidade, Tânia conhece uma adolescente que a convida para a ceia de Natal em sua casa. Note-se, que Tânia nunca soubera o que era ceia natalina, vez que na família desajustada que fora criada, nunca fizeram tal evento. Ela arrumou-se e foi juntamente com o irmão que nesta época já tinha 10 aninhos.

A festa transcorria normalmente, e Tânia começou a observar o que realmente era um modelo de família. Viu o pai beijando a mãe, os filhos abraçados aos pais, o vínculo de afetividade que prevalecia no seio daquela entidade familiar, e, revoltada, resolveu sair daquele recinto que nada tinha a ver com sua realidade de vida. Seu mano permaneceu na festa. Ele estava adorando ver tudo aquilo!

Ao retornar para casa - lembrando que era noite de natal - ela escuta o som de pessoas conversando, interagindo. Ficou feliz, pois pensou: Meus pais estão conversando! Que maravilha!

Entra em casa, dirige-se diretamente ao quarto da mãe e a encontra dormindo como de costume.

Adentra ao seu quarto e esbarra com o pai mantendo relações sexuais com uma prostituta em sua cama.

Desorientada, possessa de raiva e vergonha, corre à cozinha, pega um facão e resolver matar seu genitor. A vizinhança intervém. A prostituta foge. O caos estava tomado, em plena noite de natal.

Tânia, num ímpeto, domada pelo desespero, corta os próprios pulsos. Mais uma vez, ela queria morrer, mas é acudida pela dona da casa que tinha sentido sua falta e levado de volta seu irmãozinho. A bondosa senhora carrega-a para um hospital para costurar as feridas exteriores da adolescente, pois as interiores eram de cunho espiritual e só Deus poderia saná-las.

Percebam: a nova cidade já sabia da história da família desajustada que viera se instalar ali.

Após 4 dias cogitando, idealizando uma forma de vingar-se de seu pai, ela pensa: Ora, se ele gosta tanto assim de prostitutas, que tal ele ter uma dentro da sua própria casa? Decide, assim, ser prostituta!

Seus planos incluem iniciar sua 'carreira' mantendo relações sexuais com os colegas de trabalho do seu pai e depois com até metade dos homens daquela região. - Eu preciso envergonhar meu pai! Pensava a irreverente e revoltada adolescente que tornou-se.

Era 28 de dezembro, Tânia embebeda-se, dirige-se à república onde ficavam acomodados os funcionários do banco que eram transferidos para a cidade, entra no quarto do estabelecimento, e, para sua surpresa, num cômodo que comumente era utilizado por 4, 5 homens, estava apenas um único rapaz e ainda assim, dormindo um profundo e reparador sono.

Ela chorando de forma compulsiva, começa a desabotoar os botões da sua blusa, findando por acordar aquele jovem.

Ao presenciar aquela cena, o rapaz, ainda atordoado pela forma repentina com que despertara, repreende-a de forma veemente e ordena: Feche já sua blusa, menina! Todos da cidade já conhecemos a história da sua família! Você está bêbada! Não façais tal coisa consigo mesma! Não trilhe caminhos errantes, pois Deus te ama!

Continuou: Vamos, vou te deixar na tua casa e quando você estiver sóbria, conversaremos.

Passados 4 meses de conversas diárias, o jovem que vinha de uma família cristã, alicerçada pelos princípios bíblicos, tenta de forma cotidiana dissuadir a adolescente para que desista de iniciar uma carreira na triste trajetória da prostituição.

Foi difícil, mas ele conseguiu.

Passados mais 4 meses, Tânia tem um encontro com Jesus Cristo e começa a seguir os passos do bom mestre.

Dois anos após seu encontro com Cristo, ela casa-se com aquele jovem que lhes deu um norte acerca do privilégio de caminhar com Cristo.

Visionário, seu esposo percebe o talento da esposa e diz: Que tal voltar a estudar, meu amor?

Tânia hesita, afinal já tinham uma filha que ainda era um bebezinho.

Mesmo assim, acolhe a ideia do esposo e volta a estudar. Conclui o ensino fundamental, termina o ensino médio, e, contrariando as expectativas de algumas pessoas próximas que diziam que ela não iria conseguir, passa num concurso do Banco Central do Brasil que era destinado à concluintes do ensino médio.

A vida de Tânia começa a mudar.

Mais uma vez, seu marido diz: Acho um desperdício você não ter um curso superior, meu amor! Tânia então, já inserida no Banco Central do Brasil, decide fazer o curso de Direito, mas seus recursos eram escassos e insuficientes para pagar uma faculdade privada, vez que seu irmão havia enlouquecido e sua mãe estava mais doente ainda e ela tinha obrigação de dividir metade de seus rendimentos para acudir, socorrer seus entes queridos.

Vale ressaltar, que nesse ínterim, Tânia já tinha sido agraciada por Deus com duas filhas que eram fruto de um casamento sob o manto e proteção do Deus de Israel.

Contrariando mais uma vez os prognósticos de um parente próximo de que ela não iria conseguir ser classificada numa universidade pública, a virtuosa Tânia tenta o vestibular na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e passa no curso de Bacharel em Direito na primeira tentativa.

Após o término do curso de Direito, há concurso do Banco Central para Procuradoria do Banco. Foram disponibilizadas apenas 3 vagas à nível de Brasil. Tânia passa em 1º lugar no Rio de Janeiro.

Num encontro à nível de Brasil promovido pelo Banco Central e que nossa guerreira participava, conheceu uma juíza pernambucana e ficaram horas conversando. Tânia ficou fascinada, 'encantada' com os pormenores da carreira da magistratura, em função dos relatos daquela juíza cristã que acabara de conhecer.

A juíza cristã narrou que orava diariamente antes de tomar qualquer atitude diante dos processos que estavam sob sua responsabilidade e que era muito interessante lutar pela justiça dos homens com fundamento e influência da justiça de Deus.

Passados alguns meses, Tânia recebe em seu gabinete um envelope remetido pela juíza pernambucana que conhecera naquele encontro da Febraban que continha no seu interior o edital de um concurso de juiz Federal do Trabalho, com um cartão pessoal que fazia apenas a seguinte indagação: Por que não tentar?

Tânia, emocionada, invadida por pensamentos que, num rompante lhes traziam à memória toda a sua trajetória de vida, lembrou de onde veio e onde Deus já a havia colocado, acolheu portanto, em seu coração prestar o concurso.

Desta feita, estudou, estudou, inscreveu-se e passou naquele concurso e fora empossada como Magistrada Federal.

Desempenhou seu ofício com temor de Deus, desfrutou de uma vida tranquila, nobre, serena e sóbria diante de Deus e diante dos homens.

Seus pais e seu irmão tiveram um encontro com Deus e já estão com o Senhor.

Tânia, nunca esquecendo de onde veio e o que o Senhor fizera em sua vida. Sendo assim, às vésperas de ser promovida a Desembargadora, resolve, em prol do reino de Deus, optar por aposentar-se, seguir seu ministério de proclamar ao mundo o poder restaurador da Palavra de Deus e hoje é uma pastora aclamada pelo mundo todo.

Tânia tem uma nova missão: Proclamar as boas novas da salvação, tratando, com embasamento da Palavra de Deus as dores existenciais das pessoas, mostrar que todos nós temos talentos e que somos como joias preciosas para o Criador e que para Deus nada é impossível.

Um versículo que ela usa em muitos momentos de seu magnífico testemunho:

AGRATA-TE DO SENHOR E ELE CONCEDERÁ O QUE DESEJA O TEU CORAÇÃO!

Deus abençoe!

Assista ao vídeo onde ela narra sua própria história de vida. Eis o link

http://www.youtube.com/watch?v=cfR6EoBPVP4