Iniciando tratamento psiquiátrico
Três de novembro de dois mil e treze, domingo, vinte e duas horas e doze minutos.
Sentei-me com uma caneca de café, na mesa de oito lugares marmorizada e bela na casa de minha doce e preocupada filha, e me veio essa imensa e enorme necessidade de abrir lágrimas e desespero de meu ser; não devo, eu sei. Não aqui, nem na frente de qualquer filho meu; sei que não posso mais me fazer de triste, de doente,de depressiva, de irresponsável e incoerente.
Me fazer? Como assim? É tudo puro teatro para chamar a atenção?
Prestando bem atenção em meus atos, está parecendo que sim.
Meu Deus que monstro sou eu, capaz de fingir para meus filhos e minha família que estou doente e triste?
Quem sabe eu esteja tentando desculpar minhas imensas falhas e que consiga que me mandem embora logo para fora de suas vidas, e aí sim poder insanamente e desvairadamente dar vazão a toda podre ilusão de meu desprezível ser.
Jeremias 7:28 me descreve: "não obedeceu à voz de Jeová, seu Deus, e que não aceitou a disciplina."
E li em Cartas entre amigos que (para aliviar seu provável pranto e outras histórias também tristes que talvez a consolassem.Ao final, disse-lhe para não se esquecer de que continuava viva).
E agora tenho de dizer isso para mim também.
Quebrando pedras
e plantando flores...
Prosseguindo.
A vida é bela
meus filhos
amados.
Eliane Beyer