A mente da gente
É incrível como funciona. Tem horas que estamos apaixonados e só queremos ser correspondidos se isso não ocorre, sofremos e não queremos fazer mais nada.
Em outro momento estamos envolvidos com algum projeto pessoal e toda a nossa energia fica canalizada nele e não perdemos o foco em mais nada.
Tem acontecimentos no mundo externo que mexem tanto com o nosso mundo interno, que perdemos o foco da nossa vida por algum tempo, como exemplo tem o onze de setembro em N. I, ver aquilo ao vivo, deu um nó na minha mente, como alguém pode fazer coisas tão cruéis?
Ouvir Villa-Lobos oferecido por um ser muito querido pra mim, fez minha mente desejar poesia, busquei um pouco de Castro Alves e vim parar aqui, que não vinha há muito tempo. Tem horas que minha alma fica meio burra e não quer saber de ler, de escrever, só quer viver no automático, acordar trabalhar, ouvir abobrinhas, falar outras também, exercitar o corpo um pouco e mais nada. A fila de livros se fazendo na estante para serem lidos, ainda bem que o prazer de tê-los não acaba nunca!
Ler livros sempre foi um doce prazer para mim, quando muito jovem conheci O Pequeno Príncipe, me apaixonei e até hoje o tenho por perto. Romances mil, noites em claro sentindo o ar da praia da Urca no Rio de Janeiro, lendo sem parar, eram eles que me ajudavam a formar a mulher que sou hoje, eu só tinha vinte anos e não sabia nada da vida, ainda queria coisas que hoje não fazem a menor falta, creio que foram eles que me educaram para escolher os caminhos do futuro. Quando se tem vinte anos o futuro é tudo que se tem para construir, queremos fazer tudo direitinho para não errar. Quando se amadurece descobre-se que os erros foram os nossos melhores mestres.
Hoje aos cinquenta e um anos, percebo o quanto é bom não ter mais vinte anos, diferente da maioria jamais ia querer voltar, se pudesse, porque aos vinte anos tem um véu de imaturidade que nos dá um medo de coisas que com a maturidade descobrimos ser só alegria, tudo fica mais afinado, como em uma obra de artes que precisa de muito ensaio. É isso a vida da gente é uma obra de arte que ensaiamos infinitamente e só estreamos uma única vez, quando finalmente morremos, o prazer estava nos ensaios e não na estreia. Sejamos felizes hoje! Que a nossa mente nos permita a alegria do prazer das coisas simples, como o ato de escrever, ler, ouvir boa música, amar um bom homem, ver nossas crianças bem, uma flor, um animal a nos rodear.
Vamos deixar de complicar e apenas amar.