Uma velha joia..

A cerca de 10 meses atrás, em um final de semana divertido,uma velha conhecida arrebentou uma tornozeleira minha, a qual era herança de minha avó, lamentamos, rimos e continuamos a nos divertir naquele momento de descontração. Ainda assim durante os dias, não cansava de dizer a ela que minha tornozeleira era caso perdido, que não havia conserto ou solução, até culpava-a na inocência da brincadeira.

Os meses se passaram, a tornozeleira continuou quebrada, o vínculo também se quebrou, ambas foram esquecidas por fuga ou naturalidade, jogadas em cantos quaisquer, a minha tornozeleira e a minha conhecida. Achava engraçado e interessante pois algo não me deixará desfazer daquela joia quebrada. Em meio a mudanças e fundos de porta-joias La estava ela; brilhante, delicada e quebrada.

Foi quando de repente um súbito tédio, desespero ou crise me fizeram revirar todo e qualquer recipiente existente no meu quarto, e em um desses La estava ela; a tornozeleira esquecida, quebrada e brilhante. Apalpei-a por um tempo, lembranças me arrebataram, era um filme que se passava entre pequenas linhas de ouro fino, que traçadas formavam a joia.

Olhei-a por mais um tempo, quando observei sua ruptura, um grande estalo, pela primeira vez pensei: ‘’ quero consertar ‘’. Usei de ferramentas delicadas, movi cada pequena linha para que se encontrassem com as outras, em pouco mais de 5 minutos La estava ela; pronta, firme e unida.

Eu havia consertado, o seu brilho estava La e as suas lembranças também, principalmente aquela que deixou um pequeno defeito na ligação de um fio para o outro; eram as cicatrizes da reconstrução até de um simples ouro. E a velha conhecida? Ainda procuro ela em cada recipiente para tentar o conserto...

Debo
Enviado por Debo em 04/09/2013
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