Minha história minha vida
Aos meus 13 anos de idade me apaixonai por um rapaz de 19 anos, era um amor encubado, um amor que só eu sabia, e tinha a consciência que ele não me amava, mais mesmo assim mantive aquele amor entre sete chaves, jamais poderia apresentar um rapaz aos meus pais com apenas 13 anos, pois naquela época não tinha idade para namorar, e encantada fiquei com rapaz. O tempo passou e eu continuava apaixonada, até que um dia eu o encontrei em minha casa namorando minha irmã, foi um baque terrível para mim, não sabia o que fazer, com muito sofrimento continuei a viver triste e isolada.
Um ano se passou e eu fiquei muito bonita, abri um corpo e me tornei mocinha, continuando com aquele amor impossível um amor avassalador. Ele começou a me olhar com outros olhos e me dizer palavras bonitas, pois já havia percebido que eu o amava não que eu tenha dito a ele, mais o meu amor estava visivelmente transparente sem que eu percebesse. Fugia das palavras doces que me dizia aos meus ouvidos.
Um belo dia ele veio conversar comigo, dizendo que me amava, mais tinha que se casar com a minha irmã, pois ela estava gravida, a noticia me bateu como uma rocha em minha cabeça fiquei desesperada sem saber o que fazer, mas não podia trair a confiança de minha irmã, ela estava se casando para cobrir um erro de juventude, não com ele mais com grande amor da vida dela, pois ela também teve um namoro complicado, um namoro em que as famílias não aceitavam, e a esse amor se entregou de corpo e alma, pensando que assim fosse conseguir ficar com ele, mais não deu certo a estratégia dela e teve que acabar com tudo, mesmo estando desonrada.
Chorei de tristeza, mais nada pude fazer a não ser aceitar o que estava acontecendo.
Desde se dia tornei-me uma pessoa amarga, triste e desiludia, o tempo corria e eu sempre pelos cantos da casa, minha mãe não entendia aquela tristeza que eu sentia em meu peito, pois minha irmã se casou com aquele rapaz que eu o amava enlouquecidamente, chorei e sofri, mais deixei o tempo passar. Comecei a namorar outros rapazes e mais um ano se passou e a tristeza rente a mim.
Eu e meu pai brigamos por motivos sigilosos, me senti abandonada, enfraquecida e sem o pouco de apoio que eu tinha do meu pai, minha mãe trabalhava muito para perceber o que estava ocorrendo e os dias continuavam a se passar e eu me trancava em minha casa fazendo com que ela ficasse toda escura e ouvindo músicas românticas fazendo os meus afazeres de casa, trabalhava muito, e ainda fazia salgadinhos para meus irmãos vender nas oficinas da região, fritando salgadinho e com um papel colado na parece, estudava a minha lição escolar, uma vida corrida, sofrida e amarga. Completei meus 16 anos com aquele amor já adormecido em meu coração. Mais como todos dizem não se fogem do seu destino. Meu irmão caiu de um abacateiro e teve que ser socorrido, eu e meu cunhado estava pronto para socorrê-lo, quando meu pai chamou a minha prima pra nos acompanhar, mais de nada valeu isso, meu cunhado pediu a ela para entrar com o meu irmão no pronto socorro alegando a ela que era mais esperta que eu e que ia encostar o carro no necrotério do hospital e lá conversamos do amor que eu sentia por ele, eu disse que era passado, mais ele insistia em dizer que o amor dele era meu, que sempre me amou e eu tremula lhe respondi que eu não o amava mais, minha prima chegou com o meu irmão e fomos para casa, ao chegar ao local onde o carro ficava ele disse a minha prima para levar o meu irmão, que ele ia encostar o carro, maldita hora que eu não saí do carro pra espera-lo, me lascou um beijo e disse que me amava e que ia dar um jeito naquela situação, fiquei tremula e paralisada, não sabia o que dizer e o que fazer então entramos, cada um em sua casa. Ao deitar lembrando-se daquele momento de traição e culpa, fiquei desesperada, pois havia aceitado aquele beijo roubado, um beijo que acabara de acordar aquele amor adormecido.
Logo após começamos um relacionamento triste e feliz ao mesmo tempo, pois me sentia incomodada em estar traindo a minha própria irmã, minha irmã mais velha que tanto ajudou a meus pais a nos sustentar e vestir. Triste historia de amor, um amor incontrolado, não por ele mais sim por mim. Resolvi acabar conduto com a inocência de ter um pedaço dele dentro de mim, achando que poderia esconder a sua identidade para sempre. Engravidei como havia planejado em minha cabeça e o larguei acabando com toda aquela traição, para mim ali seria o fim de uma linda e triste historia de amor. Foi difícil me ver livre dele, minha filha nasceu, linda e saudável, mais aconteceu algo que eu não havia pensado. Quem ia registrar a minha filha? E daí surgiu a polemica de minha irmã registrar minha filha com o seu marido, que na verdade era o pai de minha filha, não eu não quis aceitar preferir ser mãe solteira e corri para registra-la, ao chegar ao cartório uma grande surpresa aconteci, eu não podia registrar a minha filha sem um responsável por mim, ainda era menor de idade, a decepção foi profunda, mas ergui a cabeça e fui pedir ajuda a minha mãe, que teve que me acompanhar para que eu pudesse registrar a minha amada filha. Registrei e continuei a levar a minha vida, trabalhava de manhã e estudava a noite e dali fui seguindo a minha vida. Até que conheci um rapaz que mexeu comigo, claro que não era amor era uma simples atração e eu me agarrei a essa atração para não ver mais a minha mãe chorando pelos cantos da casa por ter uma filha solteira com uma filha no colo, me aproximei do rapaz e começamos a namorar. Filho de uma senhora e irmãos religiosos, tive que contar que eu tinha uma filha com sete meses, mais ele não se importou com isso, contou a mãe que estava apaixonado por uma menina que já tinha uma filha. A mãe pediu ao seu irmão mais velho que olhasse isso de perto. Quis me conhecer, fui até a casa dele com a minha filhinha no colo, quando a mãe dele me viu disse: uma criança com outra no colo e logo nos tornamos amigas, todos da família me aceitaram e me casei com esse rapaz seis meses depois. Tive três filhos com ele, mais quando minha segunda filha nasceu ele registrou as duas como se fosse filha dele. Ali começou o meu tormento, comecei a perceber a diferença nos cuidados que tinha com cada uma, mais deu para ir levando, pois era muito apaixonado por mim e acabava cedendo aos meus caprichos e tive mais dois filhos, fiquei com um casal de filhos. Todos os quatros estudaram em escola particular, era um perrengue para alimenta-los e dar a educação escolar, pois ele era um mero motorista de ônibus, fazia horas extras e ainda fazia dobras todos os dias, para manter aquele nível de vida. No ano de 1989 me senti encurralada por minhas irmãs, pois havia tido um desentendimento com minha irmã caçula, quando comecei a ser ameaçada por minha irmã mais velha em contar toda a verdade ao meu esposo sobre a minha filha, eu não sabia que ela tinha o conhecimento da identidade do pai de minha filha e me fez afirmar ali onde estava que o pai de minha filha era o marido dela, eu já abalada com tudo que estava acontecendo confirmei tudo dizendo a ela que o pai de minha filha era realmente o esposo dela, chegando na casa de meus pais ela falou absurdos os quais eu não havia falado, tentando por meus pais contra mim, minha mãe foi a primeira ficar contra mim e eu tive de contar com ajuda de meu pai, contei tudo o que tinha acontecido e que ia falar toda a verdade para o meu esposo, meu pai com medo que eu estragasse o meu casamento me internou em um sanatório dizendo ao meu esposo que eu estava doente, fiquei muito magoada com o meu pai, pois não entendia porque ela havia feito aquilo comigo, fiquei quinze dias internada, atrapalhando o meu ultimo ano de Formação de Professores. Ao sair do sanatório ele me explicou o porquê ele tinha feito àquilo comigo, eu entendi o medo dele mais não poderia levar mais a falsa identidade do pai de minha filha, contei toda a verdade ao meu esposo e dei a ele o livre arbítrio de fazer o melhor para ele, até mesmo em me deixar, e ele se decidiu em continuar comigo e nunca dizer a verdade a minha filha e resolvemos a morar na baixada fluminense. Tivemos nossas divergências mais seguimos em frente. Os filhos foram crescendo e a cada ano que passavam começaram a surgir os problemas. Com os filhos adolescentes não tinha paz, pois tudo era eu que tinha que resolver.
Apesar de não ter mencionado acima meu esposo bebia muito me causando transtornos e certo dia ele bebeu e contou para minha filha que não era o pai dela, que o pai dela era o seu tio preferido, isso me deixou muita magoa no peito, pois ele havia me pedido que nunca contasse a verdade a ela, e ele mesmo o fez isso de maneira monstruosa. Minha vida virou um inferno, porque foi fácil para ela aceitar o outro como pai, começou a entender as diferenças que havia entre os filhos.
Como já havia revelado a ela toda a verdade, o pai biológico se aproximou cada vez mais e quis recompensa-la de todo o tempo perdido, foi uma tragédia em minha vida, o pai que a registrou e criou não aceitava a aproximação dos dois, mais foi ele que causou isso tudo, revelando a ela a identidade de seu pai verdadeiro, nada pude fazer estava entre a cruz e a espada, de um lado o pai que deu seu próprio nome a uma filha que não era dele e de outro lado o tio que sabia que era o pai mais não se aproximava como pai para não causar transtorno em minha vida. Sem contar que aos vinte e um anos de idade eu surtei, com problemas psiquiátricos, mais me mantive ali junto ao meu esposo criando os nossos filhos e o respeitando com muita amizade e carinho, pois o amor ainda era do outro, “o meu primeiro e único amor”.
Resumindo, meus três filhos mais velho se casaram, mais o meu problema continuou, pois o meu filho caçula nunca aceitou essa situação e toda vez que o pai de minha filha vinha visita-la, meu filho corria para o pai e contava tudo, trazendo transtorno para mim e para minha filha.
Minha filha sempre amou o pai que a criou como seu verdadeiro pai, o pai que ela conheceu desde pequena, sem desconsiderar o pai que antes era o tio preferido.
E até hoje vivo neste dilema.
Não sei o que fazer de minha vida, pois o meu esposo não quer que minha filha o chame mais de pai, e como falar isso a ela? Para ela chamar o pai que a criou de pai ela terá que desconsiderar o pai que ela conheceu como tio preferido.
Rio de janeiro, 26 de agosto de 2013.
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