Obituário.

Jamais quis morrer assim, meu nome? Ademir Olivetto.

Lembro-me do momento em que vivi intensamente

Dias incríveis, sem destino nem medo

Era o que buscava já há algum tempo

E, parece que finalmente estava acontecendo

Tudo começou naquela inesperada manhã,

Você me disse oi, e eu, retribui

A partir disso, o tempo correu desenfreado

Toda minha vida dependia deste sentimento,

De um sorriso, um beijo roubado, ou algum recado seu

Tudo era preciosamente importante!

Até que num final de semana você se calou

Fugiu de mim, silenciando qualquer anseio meu

E naquele instante, eu morri pela primeira vez

Fui indigente defunto, me enterrei de corpo inteiro

Pereci para este amor, mas não para a vida

Hoje, o convite é para meu enterro,

Na Rua da Amargura, nº. 0, Cemitério dos Perdidos.

A data de minha ressurreição? Quem poderá saber?

Todavia, quando chegar o dia, te enviarei o convite...

"As vezes, é preciso matar a realidade, para ressuscitar-se plenamente em outra vida..."

Ademir Olivetto
Enviado por Ademir Olivetto em 09/04/2007
Reeditado em 27/03/2010
Código do texto: T442900
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