Obituário.
Jamais quis morrer assim, meu nome? Ademir Olivetto.
Lembro-me do momento em que vivi intensamente
Dias incríveis, sem destino nem medo
Era o que buscava já há algum tempo
E, parece que finalmente estava acontecendo
Tudo começou naquela inesperada manhã,
Você me disse oi, e eu, retribui
A partir disso, o tempo correu desenfreado
Toda minha vida dependia deste sentimento,
De um sorriso, um beijo roubado, ou algum recado seu
Tudo era preciosamente importante!
Até que num final de semana você se calou
Fugiu de mim, silenciando qualquer anseio meu
E naquele instante, eu morri pela primeira vez
Fui indigente defunto, me enterrei de corpo inteiro
Pereci para este amor, mas não para a vida
Hoje, o convite é para meu enterro,
Na Rua da Amargura, nº. 0, Cemitério dos Perdidos.
A data de minha ressurreição? Quem poderá saber?
Todavia, quando chegar o dia, te enviarei o convite...
"As vezes, é preciso matar a realidade, para ressuscitar-se plenamente em outra vida..."