Eu... FAZ MUITO TEMPO
Aos quinze anos,
meu olhar triste
nada mais era que
a dor de haver perdido
havia quatro anos, meu
pai querido.
Filha mais velha entre
quatro irmãos,
os quais ajudei a cuidar
até quando me casei
aos 21 anos...
Admirada pelas pessoas,
por possuir bom
comportamento, mesmo
sem pais presentes,
eu e meus irmãos
não deixávamos a desejar
quando íamos em qualquer evento.
Meu olhar, às vezes
distante, absorto, não
significava perdido no tempo,
mas desenhava no silêncio
do meu jovem coração
os sonhos que não contava
para quase ninguém.
Havia beleza, pureza,
uma infância sadia,
apreciando a natureza,
brincando sempre que podia.
Cuidavam de nós,
nossos avós, tios e tias.
Muitas eram as amizades,
vizinhos, primos e primas,
havia entre nós
cumplicidade e muita alegria.
Isis Dumont