Marlene Pimenta, uma vida dedicada à EDUCAÇÃO!
[Benedita Azevedo]

Marlene Medeiros Pimenta nasceu em Torres, Recife, PE. Filha de Waldemar Sigismundo Fernandes Pimenta da Silva e Denice Medeiros Pimenta da Silva. Veio para o Rio de Janeiro com os pais quando tinha quatro anos. Irmã mais velha de onze irmãos.

Quando veio de Recife Mário, tinha três anos; Inez falecida, Antônio com dois e a mãe estava grávida de Sandra que nasceu em Campo Grande. Saulo nasceu em Santíssimo, José Luiz e Paulo Grancindo nasceram em Tomazinho, Maria das Graças, Carolina e Leopoldo nasceram em Nova Iguaçu onde os pais se estabeleceram em definitivo.

Começou o primário em Tomazinho e concluiu no Grupo Escolar em Nova Iguaçu. Fez o ginásio no Colégio Leopoldo Machado e o Curso Normal na Escola Normal Santa Ângela em Nilópolis.

Esta pernambucana inquieta, não estava satisfeita. Mesmo trabalhando o dia inteiro, queria progredir na função que já exercia. Então, à noite, após um dia cansativo de trabalho, ia para o Curso de Pedagogia no Campus da UERJ em Duque de Caxias. Chegava altas horas e no dia seguinte, cedo, já estava na escola. Terminada a Graduação, ela queria se especializar no que fazia e resolveu continuar os estudos, fez Pós Graduação em Administração Escolar e Magistério.

Marlene começou a lecionar, no primário, na Escola Califórnia (particular) em Nova Iguaçu. Depois, lecionou também, no primário no Instituto Guanabara em Belford Roxo. Fez concurso para o Estado do Rio de Janeiro, não conseguiu aprovação e foi lecionar como professora contratada no Colégio Estadual Leopoldo Machado. Não é o mesmo no qual estudou., Era o nome do proprietário daquele estabelecimento, que fora homenageado, nominando uma Escola pública. Mais tarde, lecionou no Instituto Imbariê, em Duque de Caxias.

Em 1970, conseguiu um contrato para a Escola Aurora em Guia de Pacobaíba- Mauá-Magé-RJ. Durante um ano inteiro vinha e voltava para Nova Iguaçu, mesmo já possuindo uma casa na Rua Vitória Helena, em Mauá.

Em 1971 foi aprovada em concurso e nomeada para a Escola Reunida Mauá, onde à época, só havia o primário até a terceira série. Marlene batalhou com muita dificuldade e a transformou em Escola Estadual Mauá, com turmas da primeira à quarta série, construindo mais uma sala de aula, em parte do pátio.

Por razões familiares, voltou para Nova Iguaçu onde lecionou dois anos, na Escola Estadual Costa e Silva. Entretanto, seu coração estava em Mauá, ela voltou. Não conseguiu sua vaga na Escola Estadual Mauá. Outra professora fora nomeado no seu lugar. Foi lotado na Escola Estadual Oswaldo Cruz onde algum tempo depois, passou à direção.

Por determinação da Coordenadoria Regional, voltou à Escola Estadual Mauá. A inspirada e inquieta professora, agora Diretora, percebendo que a maioria das crianças parava os estudos ao concluir o primário, pela falta de condições de se deslocar até Magé começou a pensar na instalação do ginásio.

Naquela época a condução era muito precária. As pessoas tinham de fazer a transferência do ônibus que ia de Mauá para Caxias, na entrada da Estrada Nova e pegar o que vinha de Caxias para Magé.

Querendo resolver esta dificuldade para os estudantes, pediu apoio à Coordenadoria para implantar o ginásio, mesmo enfrentando grandes dificuldades devido a carência de professores habilitados. Convidava médicos para lecionar ciências, engenheiros para matemática e física e encaixava as professoras do primário nas matérias que faltavam e as incentivava a fazer um adicional. Ela também indo fazer o Curso de Pedagogia.

Entretanto, ainda faltava resolver o problema daqueles que tinham concluído o ginásio e estavam sem estudar. Buscou apoio e começou a articular a implantação do Segundo Grau e conseguiu. Os alunos não precisariam mais sair de Guia de Pacobaíba para Magé ou Caxias para complementar sua instrução!

Mesmo depois de aposentada, continuou a lecionar Artes, contratada pelo Estado, no Colégio Estadual Mauá, ao qual dedicou grande parte de sua vida. Dedicou-se inteiramente ao trabalho, e se esqueceu de viver a própria vida. Por isso não tem descendentes, mas, os milhares de alunos que se beneficiaram e ainda se beneficiam da instrução da qual ela se preocupou em implantar em Mauá, são também filhos.

Em 1980 Marlene, além de todo seu trabalho, criou o "Jardim Escola Pimenta, em sua própria casa para alfabetizar crianças antes de se matricularem no primeiro ano.

Além de seu trabalho na Escola Estadual Mauá, associou-se às Professoras Elvira Reis e Fátima Cataldo e fundaram o Instituto Imperador, onde funcionou o Primário e o Ginásio até 2008, quando foi desativado. No local hoje, existe uma Creche da Prefeitura Municipal de Magé.

A Professora Marlene Medeiros Pimenta, teve participação ativa na comunidade. Fundou a Associação de moradores, à época sediada no Colégio Estadual Oswaldo Cruz, onde era diretora. Era solicitada sempre que surgiam atividades de interesse da coletividade. Filha amorosa, irmã dedicada, os frutos do seu trabalho foram sempre em prol da família.

Marlene Medeiros Pimenta, minha colega de profissão, eu te saúdo pelos teus 82 anos. Prometo que se depender de mim, o teu trabalho será sempre divulgado e chegará ao conhecimento das gerações futuras, esta bonita página que você escreveu na História de Magé

Meu carinho e admiração.
Benedita Silva de Azevedo
www. beneditaazevedo.com

Benedita Silva de Azevedo
Entrevista em 23 de agosto de 2012
Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 14/06/2013
Reeditado em 17/12/2023
Código do texto: T4340639
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