IRMÃ DULCE
Série Figuras da Bahia
IRMA DULCE
(1914 - 1992)
Maria Rita Lopes Pontes, lrmã Dulce, nasceu em
Salvador, Bahia, em 1914. Era filha de Augusto
Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza Lopes Pontes. Fazia parte de uma família de cinco irmãos e gostava de fute-
bol. Aos 6 anos perdeu a mãe, quando foi morar com as tias que eram muito religiosas. Aos 13 anos manifestou o desejo
de ser freira, formou-se em professora aos 18 anos, quando
obteve o consentimento do pal para seguir sua devoção, entrando para a Congregação das lrmmãs Missionárias da lmaculada Conceição, no Bairro de Itapagipe, onde se internou, a 8 de fevereiro de 1933.
Destacada para missões de caridade, diariamente visitava a enseada dos Tainheiros e os Alagados, cuidando dos menos favorecidos. Com o tempo, passou a cuidar de doentes, conseguindo a ajuda de dois m6dicos.
Notabilizou-se como personalidade rebelde.
Em 1939 mandou arrombar uma casa desocupada na Ilha dos Ratos para abrigar um pequeno jornaleiro doente e realizou outras ações similares, sempre preocupada em ajudar a pobreza.
Posteriormente abrigou seus protegidos num velho mercado interditado.
Em 1964, o governador Lomanto Júnior doou às Obras Sociais lrmã Dulce a fazenda na qual construiu um abrigo para menores abandonados. Posteriormente construiu o Hospital Santo Antonio.
Foi várias vezes agraciada com prêmios, títulos, medalhas e comendas, entre elas a Medalha do Pacificador e o título de Mãe dos pobres da Bahia.
Foi várias vezes cogitada para Prêmio Nobel da Paz.
lrmã Dulce não dormia mais que 4 horas por dia. Trabalhava muito, apesar da fibrose puImonar que a perseguiu por muitos anos. Dormia sentada numa cadeira sem conforto, pela dificuldade de respirar. Comia pouco e jejuava, aumentando seu estado de fraqueza.
Saia cêdo, diariamente para visitar os mais pobres.
Frases de Irmã Dulce:
"Miséria é falta de amor entre os homens".
"Deus não gosta dos insenslveis".
"Meu partido é a pobreza".
Encontrou e venceu muitos obstáculos. Construiu um ambulatório para tratar seus protegidos, recolhidos du-
rante a noite nas ruas, debaixo dos viadutos, pelo amor dessa mulher obstinada.
Na Bahia Irmã Dulce é tida como Santa.
Muito doente, sua agonia durou alguns meses, vindo a falecer aos 77 anos, expirando às 11:45.h do dia 13 de março de 1992, sexta-feira no Hospital Santo Antonio, em Salvador.
Seu corpo está em túmulo na Capela do Santo Cristo em Salvador, Bahia, a direita da nave principal da lgreja.