O "Boca do Inferno"...

"Conhecido por sua lingua e sua escrita maldita, ele não temia em escrever sobre a podridão nefasta que assolava as pessoas na sua Bahia de meados da metade do século XVIII . Ele escreveu: "

A cada canto um grande conselheiro,

que nos quer governar cabana,

e vinha, não sabem governar sua cozinha,

e podem governar o mundo inteiro.(...)

Gregório de Matos e Guerra (Boca do Inferno) foi um importante poeta colonial brasileiro do século XVII. Nasceu em 7 de abril de 1633, na cidade de Salvador (Bahia).

Senhora Dona Bahia _ Gregório de Matos e Guerra

Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,

e é que, quem o dinheiro nos arranca,

nos arranca as mãos, a língua, os olhos."

“Esta mãe universal,

esta célebre Bahia,

que a seus peitos toma, e cria,

os que enjeita Portugal"

"Cansado de vos pregar

cultíssimas profecias,

quero das culteranias

hoje o hábito enforcar:

de que serve arrebentar

por quem de mim não tem mágoa?

verdades direi como água

porque todos entendais,

os ladinos e os boçais,

a Musa praguejadora.

Entendeis-me agora?"

Gregório de Matos fez também um trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Sua produção poética pode ser dividida em três linhas: satírica, lírica e religiosa. Seus poemas líricos e religiosos revelam influência do barroco espanhol. Sua poesia satírica é do tipo que ataca sem compostura, toda a sociedade baiana, da qual ele se sentia um censor e uma vítima. Por suas críticas ferinas, recebeu o apelido de "Boca do Inferno".

poemas de Gregorio de Matos _ http://www.youtube.com/watch?v=vh9NbeW36GY

Gregório de Matos em 1694, por suas críticas violentas e debochadas às autoridades da Bahia, é degredado para Angola. Em 1695 recebe permissão para voltar ao Brasil, mas não para a Bahia. Vai viver na cidade do Recife.

Gregório de Matos Guerra morreu no Recife, no dia 26 de novembro de 1696.

Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras

Obras Poéticas de Gregório de Matos

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