AS PEDRAS PARA A CONSTRUÇÃO DAS MEMÓRIAS
Boa noite a todos!
Sejam bem-vindos!
Estamos muito agradecidos pela presença de vocês. Prova-nos que William Matheus está sendo bem prestigiado.
Prova-nos que cada um de vocês conspira pela felicidade do nosso menino grande.
No dia 22 de janeiro de 1997 nasceu uma estrela - a estrela William Matheus.
Nosso Matheus já fez quinze anos.
Como aos quinze anos começam as cobranças, sua família e suas tias corujas, “muui” generosamente, lhe encheram de presentes. Comecemos, pois, a abrir esses presentes.
Primeiro demo-lhes pedras Matheus, para que saibas, encontrarás um tantão delas pelo seu caminho.
Encontraste a primeira pedra quando estavas sentado, cantando “daqui não saio, daqui ninguém me tira”. Sim! Você não saiu, lhe retiraram daquele lugarzinho quente e protegido, o útero da sua mãe.
Este presente (seu primeiro carrinho) é para lembrá-lo que há uma criança dentro de você. Para lembrá-lo que a família é o nosso porto seguro. Por que a criança brinca feliz, Mas ao machucar-se retorna ao colo da mamãe e do papai.
O terceiro presente é o livro de sua vida. Vamos conhecê-lo juntos.
Veja a primeira página! Você nasceu pelado como todos nós. Mas, cheios de amor e carinho seus pais lhe deram as primeiras vestimentas – um macacãozinho para a primeira pose aos oito dias de nascido.
Na página dois podemos ver quão bom flamenguista és – o primeiro bonezinho de um flamenguista apaixonado. Na verdade, é outro carinho e proteção do seu pai e da sua mãe.
O quarto presente é um minidespertador para acordá-lo quando dormires no banheiro e esqueceres da vida. “Acooorda, menino!”
Nosso quinto presente. Mais pedras para exercitar seus músculos. Uma maromba construída com a areia branquinha do riacho colhida por sua tia Cili e Wilka.
O sexto presente, um espelho e uma trena para você conferir o resultado do seu esforço para a preparação de um corpo atlético.
O sétimo presente é um garrafinha de água também do flamengo, é claro! Um mimo da sua tia Cida direto do camelódromo para carregar a água e aliviar sua sede ao longo do seu caminhar.
O oitavo presente mais pedras. Para compor os poemas ao longo do seu caminho porque, como nos diz Drumond:
"No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra ... Em Revista de Antropofagia, 1928 . Incluído em Alguma poesia (1930)"
O nono presente. Uma camisa para protegê-lo do sol e do frio.
Nosso décimo presente: Uma camisinha para protegê-lo de presentes e pecados indesejados.
Décimo primeiro presente - mais pedras. Uma pedra de sabão para limpar os limos das velhas pedras reencontradas.
Décimo segundo presente - uma pedra de açúcar para adoçar sua boca quando as pedras amargarem, quando os desejos fugirem e a tristeza for uma pausa para recomeçar.
Décimo terceiro presente é uma pedra - uma pedra de sal. Segundo a história, o sal é o tempero da vida. Portanto, essa pedra temperará a sua vida também.
Décimo quarto presente é um carro – seu primeiro carrinho. Um carro para aliviará seus pés e protegê-lo de pedras vindas do alto, dos lados, de baixo. Um carro trás conforto principalmente ao seu traseiro.
Para ajudá-lo no seu caminhar trazemos o seu décimo quinto presente - um tênis. Porque, os pés representam acima de tudo o contato com a terra, a manifestação corporal que deixa suas marcas, o ponto de apoio do ser. E, acreditamos na crença que o pé é o ponto de apoio do corpo no mundo. Os pés nos sustentam e nos levam para caminhos sonhados, caminhos desejados, caminhos esquecidos, caminhos construídos, caminhos e mais caminhos.
Saiba, Matheus, que os presentes representam o nosso desejo de construir boas memórias para alimentar os seus pensamentos presentes e futuros rumo aos caminhos da maioridade que rima com maturidade, rima com responsabilidade, caminhos que rimam com saudade e amizade, generosidade, caridade, liberdade e democraticidade - valores construídos e consolidados ao longo da sua vida.
Parabéns belo menino, Matheus. Que Deus te abençoe!