Resumo biográfico de Silvânio de Freitas Soares

Silvânio de Freitas Soares nasceu em Buritis (MG), em 9 de julho de 1909, onde residiu até os 20 anos. Foram seus pais Francisco de Freitas Soares e Bárbara Gonçalves de Barros, tendo como irmãs: Lúcia e Silvestria, esta última, mais conhecida como Dona Nenzinha, ambas falecidas em março de 2000 e agosto de 2010. No dizer de Silvânio, “naquele tempo só havia em Buritis uma rua. E o único comércio que existia era do padrinho Jesuíno."

No dia 14 de dezembro de 1921, falece prematuramente sua mãe Bárbara Gonçalves de Barros, deixando-o órfão com apenas 12 anos. Da segunda união de seu pai, com a também viúva, Paulina Pereira da Cunha, nasce o irmão de nome Severino.

Gosta de contar que na infância, brincou muitas vezes à sombra de uma Ingazeira, com o seu melhor amigo, Cezário Rodrigues de Oliveira. Trabalhou na construção da Igrejinha, situada na Praça Dom Elizeu. Inicialmente como ajudante de pedreiro e posteriormente como pedreiro, para apressar a conclusão da obra, em decorrência da proximidade da festa de setembro, em homenagem e honra à Nossa Senhora da Pena - Padroeira de Buritis.

Trabalhador incansável, viajou ao Planalto Central, para trabalhar na construção de Brasília, a obra do século XX, idealizada e consolidada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Aos 20 anos, depois do casamento do pai, muda-se com as duas irmãs, o pai, a madrasta Paulina e as três filhas da madrasta - Eduarda, Maria e Manuela, para a Fazenda Cabeceiras, no município de Arinos (MG), morando ali, uma boa parte de sua vida. No dia 10 de setembro de 1933, aos 24 anos, contrai núpcias com Maria, uma das filhas de sua madrasta Paulina, tornando-se cunhado do próprio irmão Severino. Um fato inusitado marcou para sempre aquele dia, o casamento por pouco não aconteceria na data marcada. O padre não compareceu para celebrar a cerimônia religiosa. Em cima da hora, com tudo pronto para festejar a união, comidas à mesa, convidados e padrinhos presentes, não foi fácil convencer o escrivão Honório Rodrigues da Costa a oficializar o casamento no civil. Na concepção do escrivão, o casamento deveria ser remarcado para 15 dias depois. Silvânio e Maria tiveram 7 filhos, sem contar os abortos que a mulher sofreu. Dessa união, além dos filhos, vieram 24 netos, 39 bisnetos e 6 trinetos. Mais tarde, muda-se para a Fazenda Jaqueira à margem esquerda do rio Urucuia, um pouco abaixo da Cachoeira. Logo após a mudança, falece sua mulher, no dia 17 de novembro de 1976. O amor que nutria pela amada era tão intenso, que não teve interesse em tentar um segundo relacionamento, apesar de a viuvez ter ocorrido ainda no vigor da idade. Continua vivendo na Fazenda Jaqueira, mas nunca deixou de frequentar a cidade de Buritis. Hoje, mesmo com 103 anos tem uma memória invejável e muita história para contar. É alegre, de hábitos simples, gosta de ler, cultivar amizades, capinar e dançar.

Silvânio de Freitas Soares é um homem predestinado pela longevidade. Um exemplo de vida, de honradez, de lutas e conquistas.

Nota do autor: no dia 1º de março de 2013, tive a grata satisfação de conhecer o senhor Silvânio de Freitas Soares, em Buritis (MG), durante as comemorações dos 50 anos de emancipação política da referida cidade. Além de conhecê-lo, conversamos sobre vários assuntos, podendo constatar a sua disposição física e admirável lucidez. Conhecê-lo, repito, foi um belo achado, permitindo-me homenageá-lo com esta sucinta biografia.