24º Conto real-
Primas que moraram conosco em Itambacuri.
Não podia deixar de escrever sobre esse episódio.
Esse conto sei está um pouco fora da sequência que ele deveria estar.Mas não poderia ficar sem relatar a estadia de umas primas que moraram na nossa casa.Eu não lembro da época, mas duas primas minhas, Marane Moreira e Animar Moreira moraram um tempo com meus pais. Na nossa casa que falei sobre o quintal, do meu saudoso pai, elas estiveram um tempo, mas interessante é que não recordo mesmo.Minha mãe falou sobre isso uma vez, e creio que foi por pouco tempo.Elas não ficaram muito por isso é que não me lembrodireito. Foi naquele tempo que não tinha calçamento,energia elétrica, água nem esgoto na minha rua. E a vida era muito difícil pra meus pais. A Marane ficou menos tempo por que já era adulta, se casou logo e foi embora morar em um bairro nobre de B.H. Digo nobre, por que certa vez estive lá ,muitos anos depois,e pude ver a imensa casa que ela morava, cheia de portas
de vidros,quadros,carro do ano, espelhos e móveis caros.Seu marido na época era gerente de um banco, também nascido na Itinga, de uma família tradicional .Então me recordo muito pouco. O que consigo lembrar é que sempre eles passavam pela minha cidade , onde moro até hoje, para visitar-nos.Minha mãe cozinhava muito bem, boa de tempero.Só não podiam faze aqelas feiras que compram de tudo hoje em supermercados. Então ela fazia um almoço, como sempre ,simples, mas temperadinho, colocava uma toalha florida na mesa da sala e servia o almoço para os visitantes. Isso aí eu recordo. O refinamento deles era tão grande que só minha mãe não enxergava , na inocência,pensando que estava agardando, eles comiam como se estivessem comendo a pior comida do mundo. A tudo isso eu sentia, toda vida fui muito perspicaz, calada eu ficava, e calada eu observava. Até hoje sou assim. Sei que ainda era uma criança de uns oito ou nove anos, quando em uma destas passagens deles aqui na nossa casa, viajei com eles pra Itinga também .Como se diz , já era caminho mesmo,não ia pagar nada pra ir nem pra voltar,não sei se foi a minha mãe quem pediu pra me levar,só sei que fui a passeio com eles. Eles iriam visitar a família do marido dela , e a dele, que também moravam na Itinga. Foi dessa vez que voltei na fazenda do meu avô , depois da mudança de minha família para Itambacuri. O que mais me chamou a atenção nessa visita foi a imagem do meu avô , naquele dia, naquele momento. Um senhor alto,de vestes mais de uma cor esquisita , cor cáqui,tanto a camisa de manga comprida como a calça eram da
![014.jpg?width=550](http://api.ning.com/files/rRlLHC*Dey08t0RS5-SD2t8FddEUczPcfIv01x0ypLXNi*bXpm6yaDoZRjcSKQG5W-H2FpHKgCGCpTfLRlsAuibKdFh*FPH*/014.jpg?width=550)
![colgiosantaclara.jpg?width=575](http://api.ning.com/files/rRlLHC*Dey0YX5tzhhcUQeCo5meyFiP0ClXwIWc--fEOO9lKEgdX1d1PjXFRV*kBv3PPPZmpF47FLbhTl5rVhzRWkG1n8FQN/colgiosantaclara.jpg?width=575)
![Digitalizar0076.jpg](http://api.ning.com/files/rRlLHC*Dey2uvlAK9gM8UNDBZnOGMbC9YUiCJZHQa*cWVYcINcLQgs60XMg0WsB4jW6sr1L0GRpp-yg0pP1Zwo8MGxo4Na6V/Digitalizar0076.jpg)
![vovoclementemoreiradeassis.jpg?width=320](http://api.ning.com/files/rRlLHC*Dey3QnZ9f1jfPdfPT8P1Rs7ttBMhBXaNT6-C*HKFyZOKS9glj*nsGLTUe6*CmzTLXf*F8HKCqiHKcxoNN0npPVkWC/vovoclementemoreiradeassis.jpg?width=320)
A Eleuda e sua irmã Dica, vieram depois dessa aventura.Mas em tudo que os meus pais passaram e eu presenciava ,tirava uma lição de vida e sofria junto com eles, mas nunca deixava que eles percebessem esse meu sofrimento.
Eu não ia fazer esse relato, mas um dia a própria Fátima , minha prima perguntou se eu não iria escrever sobre o tempo que elas ficaram em casa. Eu respondi que ainda ia escrever sim e esse dia chegou. Pra tudo tem um tempo, isso é bíblico.Peço desculpas aos leitores e às minhas primas se falei alguma coisa indevida, mas prometi a mim mesma ser sincera em minha s recordações. Postarei aqui uma foto antiga que tem algumas mulheres da minha família. Um abraço a todos. Todo conto que termino sinto uma sensação de tristeza e dor. São tantas as lembranças e a cada dia sinto mais vontade de falar sobre mim.As minhas emoções afloram e o meu pensamento vagueia e passeia num momento distante da minha vida. Desejo que os leitores que apreciam os meus contos entendam a minha dor que transmito nos relatos que faço.
Autora: Margareth Rafael
Na primeira foto a minha mãe está em pé. A primeira da direita pra esquerda.O primeiro homem que está em pé à esquerda é o meu tio Sebastião Moreira, pai de Fátima kalil, e a sua mãe Tia Nilza sentada . A primeira à esquerda.
A segunda foto é do Colégio Santa Clara, onde saíram milhares de professores, inclusive eu.
A terceira foto sou eu e minha amiga Nilma, quando jovens.
A última é o meu avô Clemente Moreira de assis.
Espero que gostem.