22º Conto real- 1975-1976----17 -18 anos- 1º ano básico
Meu namorado Cândido
Nesses dois anos fiquei tão enmvolvida com esse namoro e com meu trabalho na época, que tive de repetir o 1º ano básico. Tinha decidido cursar contabilidade mesmo , já que na época magistério era só pra quem podia pagar. Então optei por contabilidade. Sei que duas irmãs minhas , as dua s mais velhas, fizeram o magistério, mas pagavam limpando duas salas diáriamente depois da aula. Elas sempre estudavam no turno matutino.Lembro das duas, na época em que cada uma estudava no colégio , que é onde se formaram, elas levantavam bem cedinho, principalmente durante o período de provas para estudarem as matérias, e logo fazer as provas. Uma delas levou a sério o curso normal, apesar de ter passado por muitas dificuldades para trabalhar fora, em outra cidade, mas veio a ser removida pra cidade , onde trabalhou até aposentar. A outra se formou também mas não gostoud e lecionar, foi muito pouco o seu tempo de professora, e logo , deposi de algum tempo em casa, fo embor apara Belo-Horizonte. Nesses dois anos meu namorado e eu tivemos vários términos, mas naquele momento o meu destino era continuar com o namoro. Durante um período que estávamos terminados é que namorei um rapaz, o qual já o descrevi num conto anterior, quando trabalhei no dentista senhor Haroldo, fiz uma cirurgia de apendicite. Nessa época da cirurgia, estava com 18 anos , recebi várias visitas inclusive a do meu namorado que trabalhava na Cooperativa. Realmente esses dois anos foram muito difíceis. Tinha que tomar uma decisão e não sabia como.A decisão seria se eu voltava ou não o natigo namoro, com o rapaz do caminhão. Ele continuava as visitas em minha casa, demonstrava ciúmes, minha mãe não gostava muito da situação e eu não sabia o que resolver.Mas eu estava gostando do outro namorado. O nome dele era Cândido, era completamente o oposto do outro. Alegre, gostava de estudar, mais social, frequentava os barzinhos , cinema,o hi-fi, que era uma boite que às vezes eu ia na matinê, ou à noite , ainda escondido da minha mãe. Cândido estudava no gináso também.Era um rapaz que tinha tudo pra dar certo.Muito bonito, moreno claro, olhos pretos, cabelos bem cortados, boca bonita, tinha um lindo sorriso. Eu estava querendo muito que desse certo o meu namoro com ele. Um Domingo em que ele veio a minha casa, conversamos no portão, batemos papo, deu na hora dele ir embora. Nos despedimos e ele se foi. No outro dia encontro uma ( amiga ) minha, que já foi logo falando pra mim que havia dançado e paquerado o Cândido , na boite de nome Degrau, na época tinha esse nome. Ah ....o meu mundo desmoronou. Não retruquei ...não disse nada. Só esperei o dia dele aparecer na minha casa. Lembro que o fusquinha do meu cunhado estava encostado na porta da minha casa. Quando ele chegou pedi uma explicação já dizendo que sabia de tudo. Ele tentou se explicar, falando que a mesma dera em cima dele, e pra não ficar feio pra ele...topou a paquera. Ali mesmo aquele sonho terminou. Ele não aceitava de jeito nenhum, pediu mais uma chance e eu neguei.Realmente , hoje me arrependo de não ter dado essa chance pra ele. O vi afastando, com lágrimas nos olhos, eu também fiquei triste, mas minha natureza sempre foi forte. È difícil voltar atrás em uma decisão que tomo. Pensei que nunca mais o veria. Mas ainda o vi umas três vezes. Esses dois anos não foram bons para mim. Meu pai já dava sinais que não estava bem. Tudo er adifícil para minha mãe. Ela tinha que fazer papael de pai e mãe. Meu pai aposentou-se por invalidez por causa do derrame. Minha irmã que já era casada, e a outra que já trabalhava fora é que ajudava nas despesas. Uma delas chegou a instalar uma linha de telefone em casa. A outra ajudava com o que podia. Eu tinha o meu dinheirinho para comprar as minhas miudezas. Minha mãe ainda fazia umas costuras. O meu pai já não podia mais trabalhar por causa do braço impossibilitado de mexer, e sem fala. Ele tentava articular as palavras mas era difícil entender. O tempo passou e eu já iria estudar o 2º ano de contabilidade.O 2º grau estudei todo a noite, tinha 5 horários quase que a semana toda. Às vezes vinha depressa , umas dez e meia ou onze horas eu chegava. Tinha vez que vinha sozinha, outras com amigos. Chegava em casa com o coração na mão, as ruas eram solitárias. Quando encontrava alguém eu morria de medo de ser algum malfeitor. Ao chegar em casa a porta de madeira estava escorada com uma cadeira. Entrava sem fazer barulho, colocava a tranca e ia dormir já muito cansada da lida.Eu sabia que a minha mãe estava acordada pois a ouvia ainda tentando conversar com o meu pai.Os meus irmãos menores dormiam alguns no mesmo quarto com eles, em outra cama.
Na imagem acima aparece a igreja e abaixo o ginásio.Essa árvore em frente ao ginásio é onde a turma sentava para conversar ou casal de namorados.
Autora: Margareth Rafael