Infância de Luciana
A primeira imagem que tenho ou lembrança era que eu brincava em uma pequena área a beira do portão na casa que eu morava em Mauá, alguns passeios com o meu próximo a Igreja Matriz, eu observando meu irmão no carrinho, nós dois temos dois meses de diferença.
Pode parecer estranho alguém escrever sobre si mesmo em uma página pública, sem ser conhecido... Mas é minha história e quero deixá-la registrada para não esquecer, e talvez para que meus filhos saibam.
Depois minhas lembranças já são em Itupeva, no sítio que moro até hoje. Infância feliz . Convivência diária com os primos diariamente, guloseimas da vó Elvira, passeio com o meu avô (faleceu quando eu tinha 7 anos) e me lembro até hoje dele todos os dias, 31 anos depois.
Dentro de todos os relances que tenho sobre ela, existe algo peculiar, que eu perdi com o tempo. Parecia que eu era observada por uma televisão bem alta, onde pessoas de branco ficavam nos olhando em nossa rotina familiar. Eu inclusive achava que também éramos novela, que os outros ficavam assistindo. Não via isso como algo sobrenatural, normal, nem questionava ninguém, também não apresentava medo. Com o passar do tempo essa situação acabou. Não tive mais essa visão, sensação ou imaginação, mas não me esqueço.
O sítio que eu moro era lindo, cheio de frutas, horta vasta, criação de animais, rios, lagos. Era um mundo a ser desvendado por todos nós primos. Fazíamos jangadas, escalávamos árvores, pescávamos, nadávamos e tantas outras brincadeiras que passaria aqui a noite contando.
Era tudo tão diferente de agora, ainda moro no mesmo lugar e meus filhos pouco saem ao quintal. Acho triste.
Daria tudo para voltar aquela época, na qual eu só pensava em ser adulta. Como somos ingênuos!
Hoje aos 38 anos, levo uma grande e inesquecível saudade daqueles tempos, mas muito daquela criança ainda mora no meu interior e comanda minhas atitudes. Eu sou feliz por ter conseguido perpetuar tanto da minha infância na minha vida.