20º Conto Real-1973- 15 anos
 
Recordo que ia fazer quinze anos em 1973. Eu já tinha me transformado em uma jovem mulher. Cheia de fantasias, de ilusões também , já que as perspectivas de vida continuavam poucas. Mas para toda menina moça completar quinze anos é divino.  Eu sabia que muitas coisas aconteceriam dessa época em diante. O meu próprio corpo passara por mudanças e  não era difícil saber que minha vida mudaria em alguns aspectos.  Antes de falar sobre o meu namoro com o rapaz de nome cândido, quando tinha  18 anos, contarei como conheci um outro rapaz: o que  me casei com ele aos  vinte anos. Não falarei o nome aqui por que acho que não convém.Mas vamos às lembranças.  Já relatei em um dos meus contos que tive  uma grande amiga, pra mim a mais inportante e sincera. Era a Nilma ,de apelido shu. Ela morava com seu pai e irmãos em frente à minha casa. Naquele dia longínquo, lembro que estava encostada  na cerca da minha casa olhando  os transeuntes  que passavam, e pensando na vida. Já tinha quinze anos e era muito observadora.Estava já entardecendo ...e eu estava simplesmente olhando o tempo quando vi aquela caminhoneta azul parando em frente a casa da minha amiga. O  som da música de Roberto carlos me chamou a atenção e então vi um rapaz ao volante que me olhava . Na hora não gostei muito mas enfrentei o seu olhar. Ele  desligou o carro, o som, e desceu  batendo a porta , já se mostrando importante . Realmente pra mim ele até que era, pois vim a descobrir que era primo da minha amiga, que era caminhoneiro e que seus pais moravam em um belo sítio.Não quero dizer com isso que me interessei pelos bens materiais, no princípio,ele mesmo não me chamava muito a atenção.  Mas fomos apresentados e ele logo se interessou por mim. Era um rapaz de estatura média, cor bem morena, olhos meio castanhados, cabelos crespos, achava até engraçado, não que eu tivesse preconceito, mas no primeiro instante não gostei dos seus cabelos. O que me chamou a  atenção nele fora a cor morena e a boca, muito  sensual e os dentes pequenos mas bonitos.Logo nos entrosamos na conversa.  Ele estava ali naquele dia por que viera trazer laranjas para vender no mercado da cidade. Na fazenda dos  pais dele havia plantações de laranjas,jabuticabas, abacates, mangas, e outras frutas. Havia também  o gado, cavalos e éguas , criação de porcos e galinhas.  Mas  eu  vim conhecer esse lugar um tempo depois . Primeiro  fomos nos conhecer. Eu era muito nova e minha mãe não daria permissão para eu namorar. Depois que o conheci  naquele dia, ele foi embora  falando que voltaria no caminhão e que iria na minha casa.  Recordo que o conheci num sábado. Sei que ele  se foi e passaram  uns dias sem o ver. Confesso que fiquei pensando muito nele, nessas alturas ele estava longe. O danado do homem viajava quase que o Brasil todo. Norte, Nordeste, sul, Leste e oeste. Ele conhecia o  país como a palma da mão. Naquela época ele já chegara a ir  na fronteira do Brasil com o Uruguai. Ele praticamente era bem vivido, e olha que quando o conheci ele tinha apenas  22 anos. O que  a minha amiga  pode me contar sobre ele é que ele gostava muito de música, de dançar, tocar violão, dirigir e fumar. Interessante é que ele gostava das mesmas músicas que eu, dos mesmos cantores...e eu já fumava  escondida dos meus pais.  Minha mãe já desconfiara, meu pai não deu muita importância ao fato não, mas eu tinha vergonha de fumar perto deles. Hoje graças a Deus  eu não tenho esse vício, já faz dezoito anos que não fumo. Continuei os meus estudos, trabalhei em vários lugares como já  descrevi aqui, fiz alguns passeios , os mais interessantes foram os que fiz com a minha amiga Shu. E os dias foram passando. Pensei que nem  veria mais aquele rapaz que chegara  me olhando fixamente nos  olhos, confesso que  não esquecia aquele olhar penetrante. Mas qual não foi a minha surpresa quando um dia qualquer ouvi um barulho de carro , esse era  grande, era ele ..e de caminhão . acho que era azul. Fiquei atordoada sem saber o que fazer. Ele  parou em frente a minha casa. Saí  para certificar-me que era ele. Mas ele entrou primeiro na casa da minha amiga. Voltei pra dentro de casa, ansiosa , e esperei . Logo ouço a voz da Nilma me chamando.Veio trazê-lo na minha casa. Cumprimentei-o um tanto sem graça. Minha mãe apareceu u vindo da cozinha e também  deu boa tarde. Ele apertou a mão da minha mãe, logo em seguida a do meu pai. Depois de convidado  sentou-se em uma das quatro cadeiras que havia na sala, arrumadas perto da mesa quadrada, coberta com uma  toalha de flores, simples mas bonita.Ele desconfiado começa a conversar e fala sobre suas andanças  pelo país. Meu pai logo gostou dele pois era mesmo um rapaz muito conversado. Não havia estudado mas era muito  inteligente.  Logo chega o cafezinho fumegante da minha mãe. Ele bebe com prazer e repete e fala que vai  fumar um cigarro. Tira do bolso da camisa um maço de cigarro carlton. Eram os preferidos dele.mas também fumava os de marca hollywood e outros . só cigarro do bom, quer dizer dos mais caros, pos cigarro nenhum é bom. Eu ficava extasiada ouvindo tanta conversa.  Mais tarde ele deu de ir embora. Mas  quando saiu   pra fora da casa observou o enorme quintal de minha casa e perguntou se havia muitas árvores. Eu disse que sim . Ele pediu pra conhecer o quintal  e que eu o acompanhasse. Pedi que esperasse que ia avisar minha mãe que iria levá-lo ao pé de manga espadão. Era a árvore mais linda e fresca do quintal. Sua sombra era maravilhosa. Chegando embaixo da árvore , paramos e encostamos no tronco da mesma. Ele acendeu um cigarro e perguntou se eu fumava. Eu disse que sim e logo ele me ofereceu um. Aceitei e comecei a fumar. Mas logo avisei que fumava escondido dos meus pais. Ele rodeou a árvore e sem eu esperar me roubou um beijo. Eu fiquei paralisada. Não sabia beijar. Ainda não tivera a oportunidade de aprender. Eu nem soube como correspondi. Acho que ele percebeu e sorriu. Falou-me que voltaria logo e queria me beijar mais vezes. Eu disse que sim. Aflita, mas disse. Voltamos logo. Ele  despediu-se da minha mãe, apertou a minha mão, abriu a porta do caminhão e foi-se embora. Senti um vazio  no peito. Uma grande tristeza me invadiu. O que será que estava acontecendo comigo? Breve voltarei para continuar os meus contos reais. Desculpem a demora...mas estava escrevendo poesias, poemas ...agora estou aprendendo a escrever haikais.  Beijos a todos  vocês meus queridos leitores. Um feliz 2013 ...um ano novo abençoado cheio de novas perspectivas para todos nós.

autora : Margareth Rafaelcasaldenamorados5.jpg?width=500


margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 30/12/2012
Código do texto: T4060572
Classificação de conteúdo: seguro